sexta-feira, 20 de agosto de 2021

INCERTEZA CLIMÁTICA

(Public em DIABO nº 2329 de 20-08-2021. Pág 16. Por António João Soares)

 Nos últimos tempos, a “evolução” das características da natureza tornou-se imprevisível, surgindo factores novos e pouco conhecidos que causam resultados mais catastróficos do que compreensíveis e previsíveis.

As tempestades ocorridas, há poucos dias, na Alemanha e outros países vizinhos e que têm também acontecido em muitos e variados estados mundiais, são algo que deve ter surpreendido conhecidos governantes que prometem lutar contra as alterações climáticas provocadas pela poluição do ar com gases tóxicos e também não parecem corresponder aos efeitos do aumento das radiações electromagnéticas. Parece que querer contrariar a natureza evitando a sua evolução se resume a pura fantasia e temos de nos preparar para cenários que podem ser francamente maus cenários que podem ser francamente maus.

 Independentemente das possíveis causas, tais fenómenos que têm ocorrido por todo o planeta são demasiado graves, com pesadas consequências para vidas humanas, para património diverso, para a agricultura, etc., etc.. Os sintomas de que as chuvas torrenciais vão iniciar a sua queda ainda são mal conhecidos, principalmente para os menos letrados. Mas mesmo os mais preparados cientificamente não estão a prever ser possível um alerta que permita a mais adequada acção preventiva.

Sem previsão e sem tempo para prevenir, nem para preparar um socorro adequado, tem caído num dia uma quantidade de água semelhante à de um ano normal, o que tem resultado na inundação de cidades situadas próximas de leitos de rios com longo curso que permitiam transportar água com um nível de muitos metros. Como seria possível evacuar toda a sua população com oportunidade?

E o excesso de água que destrói toda a agricultura existente na área afectada, e o vento fortíssimo que não deixa de pé árvores de fruta, videiras e outros tipos de produtos agrícolas, e as pedras de granizo do tamanho de bolas de golfe?

Será que a agricultura deve passar a ser efectuada a coberto de fortes tectos protectores?

E as casas que, para evitar colapsar com a tempestade, devem ser construídas em local mais seguro e com estrutura para suportarem os efeitos das piores tempestades? E quem tem capacidade financeira para tais fortalezas? A maioria das populações preferirá viver em tendas de campanha.

Mas não têm sido apenas chuvas impensáveis, como as da Alemanha, são também as temperaturas demasiado altas provocadoras de incêndios, como ocorreu no Canadá e, mais recentemente, na Turquia e na Grécia.

Enfim, estas alterações climáticas, de que ninguém tem dados que permitam prever. Mas todos temem a continuação desta evolução recente, cada vez com mais força, porque ainda está a dar os primeiros passos. Todos os cuidados são poucos e ninguém pode garantir como será o próximo dia.

Isto pode estimular os mais pessimistas a recear a concretização de alguns pensadores que auguram o fim desta humanidade para dentro de pouco mais de um século.

Mas evitemos tal pessimismo e aproveitemos a lição da pandemia do Covid-19 e desenvolvamos o espírito de cooperação e solidariedade, para sermos todos a colaborar, independentemente de ideologias, de grau de riqueza e do nível cultural, a dar as mãos para unirmos esforços, para nos entreajudarmos todos e vencermos todas as dificuldades que surgirem, reforçando o esforço de recuperação que um outro está a tentar fazer com dificuldades, que exigem mais do que as suas próprias capacidades.

A estas mudanças da natureza os governos devem reagir com a reestruturação dos serviços que devem intervir em socorro face os estragos diabólicos que poderemos sofrer e ninguém pode ficar indiferente e cruzar os braços à espera de dias melhores sem estes eventuais momentos horríveis. Também há que evitar debilidades estruturais, como a utilização de zonas alagáveis para fins mais frágeis à inundação e a prevenir cultivos sem condições para suportar temperaturas elevadas.

Não devemos reagir negativamente às desgraças, mas fazer-lhes face da forma mais adequada e preparar a normalização para continuarmos a viver. ■


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