(Public em DIABO nº 2236 de 211008, pág16 por António João Soares)
Tenho visto muitas imagens em vídeo de animais ditos irracionais a darem bons exemplos de comportamento social que os seres humanos deviam seguir quer na vida familiar quer com vizinhos, amigos e outros. Os próprios governantes, em geral não olham para as pessoas mas sim para o dinheiro ou para os resultados dos amiguismos para votos, para a imagem, a fama e outros benefícios por vezes contrários à moral e à ética.
Recentemente, o eleito Presidenta da Câmara Municipal de Lisboa, num dos dias seguintes às eleições, foi almoçar com os serventes dos serviços municipais de recolha do lixo, como lhes tinha prometido quando em campanha eleitoral. Na sua nova função deve focar o olhar nas pessoas que dependem das suas decisões. Os problemas mais agudos devem ser decididos depois de boa observação, de atento estudo, procurando conhecer os sentimentos das pessoas por eles afectadas. Os legítimos interesses das pessoas abrangidas pelos efeitos da situação devem ser tidos na devida consideração.
Uma campanha eleitoral deve ser utilizada para apresentar um programa a cumprir, com verdade e rigor, durante o desempenho da função para que se deseja ser eleito. Infelizmente tem servido para insultos e ameaças aos opositores, sem uma finalidade digna. Com a propaganda ilusionista evitam ter de mostrar a incompetência para apresentar soluções para os problemas existentes e prováveis.
Nascemos sem nada e quando morrermos, deixamos cá ficar tudo aquilo que adquirimos com mais ou menos ambição. A felicidade não depende tanto do dinheiro e do património que amontoamos, mas mais do sentimento do dever cumprido e dos afectos que fomos trocando em redor e do bem social para que fomos contribuindo na sociedade e na humanidade. Na vida social, o respeito e a amizade são valores essenciais como defendi no artigo de 11 de Junho passado. Respeito pelos interesses nacionais, pelas leis, pelas pessoas em geral, principalmente pelas mais carentes e necessitadas.
Há poucos dias depois das tensões no Afeganistão e na Líbia, têm surgido opiniões a defender que as dificuldades internas dos Estados e as internacionais se resolvem melhor com ajudas para a procura de soluções através de sugestões para o bom entendimento e a harmonia do que com milhares de militares que ocupam o território, cuja presença instiga a actos violentos com perdas de vidas e destruição de património e incita a mais ódios e desejos de vinganças. Isso tem demonstrado que o «bom comportamento social» é imprescindível não somente entre as simples pessoas, mas principalmente entre os poderes políticos que, muitas vezes, por interesses financeiros das suas grandes empresas nacionais, colocam em perigo as vidas de pessoas e a destruição do património, porque as guerras são aventuras demasiado custosas em despesas e em perdas de vidas.
Seria bom que nos países se fomentasse a função educativa não apenas para a formação cultural e científica, mas também na preparação do respeito pelos direitos das pessoas e também pelas leis, pelas regras de trânsito, etc, etc. E, também, a nível mundial as instituições internacionais criassem formas adequadas para melhorar a paz e a harmonia social, a todos os níveis e em todo o planeta.
No dia 18 de Junho expus uma sugestão que mostra o poder da Igreja no esclarecimento dos crentes sobre o significado dos textos de muitas orações. Por exemplo, na segunda parte do «Pai Nosso», que todos papagueiam sem pensar no significado do texto, consta «“Perdoai-me as ofensas assim como perdoei a quem me tem ofendido” que pode ser aplicado com o respeito pelos outros, a amizade, a compreensão, a tolerância, a solidariedade, etc. Com esta lição e “amai os outros como a vós mesmos”, deixaria de haver violências, terrorismo, guerras.» E o mundo passaria a viver em Paz e harmonia sem ódios, vinganças e guerras.
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