(Public em DIABO nº 2403 de 20-01-2023. pág 16, por António João Soares)
A situação actual do nosso país tem sido descrita em termos muito
pessimistas, por vezes, pouco agradáveis para os responsáveis do Governo e da
própria Presidência da República, o que suscita que os portugueses devem
despertar da sua indiferença perante as realidades da política e decidirem
abandonar o abstencionismo eleitoral e cumprir o seu dever de participar,
segundo as suas possibilidades, na reconstrução nacional, votando da forma que
se lhes apresente mais patriótica. Mas a decisão do voto deve ser bem preparada
sem se deixar levar por promessas fantasiosas que, depois, nunca serão
realizadas. Ora, dada a posição pouco correcta da comunicação social, de
jornais, televisões etc, condicionada por pressões ou favores do partido
detentor do poder, a preparação do voto exige extremo cuidado, e o voto
consciente obriga a muita atenção para não se cair no perigo de se continuar a
inacção e a degradação social que actualmente parece encaminhada para um
suicídio colectivo de um país que, há cinco séculos, era poderoso e respeitado
pelo mundo.
Recordo a ideia que inseri num artigo que publiquei há seis anos, um
partido que passou pelas funções do poder e se vê na oposição, deve encarar o
facto da maneira mais positiva e tirar dele os melhores benefícios, para o País
e para o futuro do partido. A situação de não ser responsável por tomar
decisões que imponham deveres e sacrifícios aos cidadãos, permite liberdade de
análise, com capacidade de isenção, dos problemas fundamentais do País, e
sugerir estratégias adequadas à melhoria da qualidade de vida das populações e
ao crescimento da economia nacional, em benefício de todos.
Para que a recuperação de valores perdidos seja possível, convém dar aos
eleitores a noção de que existe estratégia bem estudada, e programada que
contribuirá para uma vida melhor nos dias que virão, em benefício de todos os
cidadãos, eliminando a pobreza, a injustiça social e a impunidade dos
protegidos pelo Poder.
Mas as coisas nem sempre são assim compreendidas e, em vez de em cada
momento se pensar em engrandecer o país e criticar o Governo de forma positiva
e construtiva, numa preocupação de competência, para atingir as melhores metas,
cai-se na crítica destrutiva, em que sobressai a intenção da «luta pelo poder»
de forma abjecta, à espera de que tudo seja demolido para reiniciar do nada a
construção de algo que não se sabe bem o que será e que, por falta de
preparação cuidada e amadurecida, o futuro continuará e muito problemático.
Convém que todos os cidadãos mais esclarecidos com vista a um futuro
melhor, isolados ou inseridos em organizações idóneas, dêm o melhor de si, dos
seus conhecimentos, das suas capacidades, por forma a que dos altos cargos
saiam medidas bem adequadas aos principais objectivos. Nisso, os partidos têm
especial responsabilidade e devem contribuir para que o futuro seja preparado
da melhor forma para os portugueses, principalmente, os que têm sido mais
sacrificados pela crise que continua.
E não sendo bom pensar o futuro como cópia do passado, não se pode esboçar
a vida de amanhã por inspiração de momento, pois tem que ser fruto de boa
meditação, com a ajuda de largo espectro dos cidadãos. Não se deve dar
oportunidade de que um observador refira que há incompetência, incapacidade
política e técnica e inexistência de um qualquer projecto de sociedade».
Para revitalizar este país, actualmente, deprimente e pobre, colocando-o na rota do crescimento económico e da felicidade, e
transformando-o eficazmente num país com futuro, é necessário que o Governo selecione para a sua equipa quem melhor tiver dado provas de inteligência, saber e capacidade de
decisão para aplicar as soluções mais indiscutíveis.
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