(Public em DIABO nº 2419 de 12-05-2023. pág 16, por António João
Soares)
É certo que errar é humano, mas não é
desejável e os políticos que assumiram cargos de responsabilidade perante os
cidadãos devem ser cuidadosos a fim de merecerem o respeito de todos.
Infelizmente, a generalidade dos políticos
mais em evidência pelas altas funções que assumiram, exageram no desempenho em
quantidade de erros e ausência de medidas propensas ao desenvolvimento da
economia e da segurança da população por forma a merecerem o respeito geral dos
cidadãos. Muitas vezes, evidenciam falta de conformidade com o interesse
nacional para um futuro melhor, de realismo com conhecimento das naturais
necessidades de preparar um futuro melhor para a recuperação dos momentos
históricos da grandeza nacional que o país já teve desde há muitos séculos.
As incertezas são sinal de falta de
formação, de observação daquilo que se passa, do amor pela verdade, da
solidariedade, do sentido da responsabilidade e de outros valores que
constituem a base da respeitabilidade a que a função dá direito, quando bem
desempenhada. O detentor de um cargo político deve ser apreciado pela qualidade
das suas acções e decisões e não por promessas irrealizáveis ou gabarolices
infundadas ou por viagens dispensáveis que só reduzem o erário público. A
realidade tem mostrado que não é o enriquecimento pessoal que torna a pessoa
mais respeitável, mas sim as acções e os actos realizados. Já assisti a
conversas em que alguém elogiava um político como merecedor de voto e logo uns
ouvintes perguntavam quais os feitos ou as obras por ele realizados para
benefício nacional, reduzindo a pobreza, melhorando a preparação dos jovens
para poderem ser futuros governantes, tornando mais eficaz o funcionamento da
saúde e da justiça, etc.
Os portugueses, apesar das limitações da
comunicação social que se limita ao futebol e outros aspectos de habilidosas,
infantis e desonestas tentativas de desviar as atenções para manigâncias e
actos menos legítimos de encarar a vida nacional na perspectiva de obter um
futuro melhor, vão despertando para as realidades nacionais. Há quem repare que
os governantes estão mais interessados na manutenção do poder do que no
desenvolvimento económico do país. Pouca atenção tem sido dada à corrupção, à
Justiça, à Saúde, à Educação e conjugação destes e de outros sectores fundamentais
para o nosso melhor modelo de desenvolvimento, com aproveitamento de todos os
recursos existentes. Impõe-se, para breve, uma perfeita estratégia nacional com
vista ao desenvolvimento perante a actual situação global em que Portugal não
deve ser deixado abandonado ao empobrecimento da população e ao apodrecimento
do dito funcionamento do governo.
Acções como um governante afirmar uma
situação brilhante agora e, passado pouco tempo, afirmar o contrário não
favorece merecimento ao respeito que os cidadãos lhe devem ter. Deve haver
comportamento que mereça o respeito e o apreço, para o que é indispensável uma
sequência racional e inspiradora de confiança e de esperança. Em situação
normal tudo deve ser previsível e coerente. As alterações relacionadas com as
mudanças originadas pela evolução devem ser previsíveis através da estratégia
da inovação anunciada e comunicadas de forma clara e compreensível pelos meios
tradicionais. As mudanças vão ser muito variadas devido ao acompanhamento da
evolução da inteligência artificial que está sendo implantada e a que Portugal
terá de aderir para não ficar mais diminuído no conjunto mundial. Para isso tem
que haver preparação cultural, actualizada segundo o rigor mais conveniente a
fim de não sermos explorados por uma qualquer habilidade menos adequada.
Essa vocação para o respeito deve
condicionar a orientação do voto em eleições, ao invés de mentiras aliciantes.
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