Mostrar mensagens com a etiqueta estupidez. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta estupidez. Mostrar todas as mensagens

sábado, 16 de junho de 2007

Saramago acusa esquerda de ser estúpida

Escritor fala em plutocracia nas democracias
José Saramago acusa esquerda actual de ser estúpida
13.06.2007 - Lusa

A esquerda actual "deixou de ser esquerda" e tornou-se "estúpida", afirmou hoje o escritor José Saramago, que acusou também os governos de estarem a tornar-se em "comissários do poder económico".

"Já não há governos socialistas, ainda que tenham esse nome os partidos que estão no poder", afirmou hoje o prémio Nobel da literatura português a respeito de executivos como o português e o italiano, citado pela agência EFE no último dia da conferência "Lições e Mestres", em Santilhana del Mar, no Norte de Espanha.

"Antes gostávamos de dizer que a direita era estúpida, mas hoje em dia não conheço nada mais estúpido que a esquerda", adiantou o octogenário escritor e militante histórico do Partido Comunista Português.

Saramago foi um dos pensadores cuja obra foi focada na conferência, juntamente com as de Carlos Fuentes e Juan Goytisolo.

Fugindo ao tema literário, Saramago acabou por dedicar grande parte da sua intervenção aos problemas das democracias contemporâneas, que na sua opinião não passam de "plutocracias", e apelou à insubmissão da população, segundo relata a agência espanhola.

"O mundo é dirigido por organismos que não são democráticos, como o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio", acusou.

"É altura de protestar"

Para Saramago, "é altura de protestar, porque se nos deixamos levar pelos poderes que nos governam e não fazemos nada por contestá-los, pode dizer-se que merecemos o que temos".

"Estamos a chegar ao fim de uma civilização e aproximam-se tempos de obscuridade, o fascismo pode regressar; já não há muito tempo para mudar o mundo", afirmou José Saramago.

A obra do escritor português foi apresentada por Laura Restrepo, numa sessão que contou ainda com a presença da brasileira Nélida Pinhon e dos escritores Juan Goytisolo e Carlos Fuentes.

Saramago revelou que está a escrever um novo livro, sem adiantar pormenores.

O escritor português defendeu que não existem géneros, mas sim "espaços" literários, que admitem de tudo – ensaio, filosofia, ciência ou poesia – e expressou a sua admiração pelo checo Franz Kafka, "a grande figura literária do século XX".

Ler mais...