domingo, 19 de novembro de 2006

Chover no molhado

Chover no Molhado. Uma visão sobre a maldade humana

Têm surgido vários textos denominando a acção dos Americanos como terrorismo e aplicando o mesmo termo a outras acções dos dirigentes de outros países com predominância na vida internacional ou até na vida interna das Nações. Realmente, sem sermos visionários nem pessimistas, temos de aceitar que o ser humano é cruel e profundamente egoísta. Só a educação e a interiorização de valores éticos ou, por outro lado, o medo à autoridade policial e judicial, nos ajudam a controlar e dominar os piores instintos animais. Não me condenem por estas frases, porque uma prova disto está na Bíblia ao referir a morte de Abel pelo seu irmão Caim. Aliás, o Antigo Testamento, dá-nos um retrato de como a humanidade é má.

Por isso, ao condenarmos os governantes das potências de mais poder, estamos a fazer julgamentos demasiado pretensiosos, caindo em erros iguais ao do julgamento com condenação à morte por enforcamento de Saddam Hussein. Mesmo o mais humilde vilão se transforma num tirano quando lhe metem a vara na mão, como diz o ditado.

Com base neste pressuposto, é redundante perder tempo a repetir que os poderosos abusam do poder sem olhar a meios. Um exercício mais interessante seria procurar compreender o que se passa no mundo, tendo por cenário o conjunto dos instintos e interesses humanos, mais maus do que bons, e tentar prever como se irão desenrolar as crises que estão a esboçar-se. Por exemplo: O que irá passar-se em Cuba? O que virá a acontecer na América Latina, estando a subir ao poder líderes que não gostam da América? O Brasil poderá transformar-se em grande potência, apesar da oposição dos EUA? Como se processará a ascensão da China a segunda ou primeira potência mundial e qual será a atitude dos actuais manda-chuvas? O que se passará na Coreia do Norte nos próximos anos? E no Irão? E na Somália? E na África dos Grandes Lagos? E dentro das nossa fronteiras? Como evoluirá a nossa economia, a balança comercial, a dívida pública, o desemprego, a fome e a exclusão, os últimos furos do cinto?

Se procurarmos compreender a dinâmica dos interesses dos poderosos e as suas manobras aplicadas aos diversos sectores da actividade dos povos, temos imensas possibilidades de desenvolvermos lindos raciocínios realistas, sem perder tempo a fazer chover no molhado, com reiteração de acusações de fenómenos que são considerados naturais dentro das características da humanidade desde os tempos mais remotos. O poder vicia e atrai o abuso.

Haja quem descubra forma de controlar a sua utilização por forma a não permitir que ele se transforme em terrorismo subtil e mascarado ou explícito. A violência, quer sob o aspecto da propaganda, da acção psicológica, dos ataques suicidas, ou dos bombardeamentos aéreos ou dos bloqueios económicos, é sempre indesejável, principalmente porque as vítimas raramente são os causadores do sofrimento, mas quase sempre pessoas inocentes que sofrem os abusos do poder interno e do externo.

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