São vulgares as críticas à crise e, o que é muito grave, as culpas são geralmente atribuídas exclusivamente aos maus governos, sem se cuidar analisar que, de uma forma geral, todos temos uma parcela das culpas do estado em que o País se encontra. Os governantes deviam realmente ser mais eficientes, mas temos de aceitar que são pessoas saídas do seio da sociedade nacional, com as suas virtudes e defeitos. Até podemos dar-lhes o benefício de os considerarmos bem intencionados, pelo menos pela razão de quererem continuar a merecer os votos dos eleitores em eleições futuras. Quando, orientados por amor pátrio, analisamos a sua actuação a nossa referência é sempre o ideal, a perfeição absoluta do que resulta a abundância de críticas negativas, muitas vezes injustas. É certo que é necessário e conveniente não perder de vista o ideal, a excelência e os melhores valores, mas não devemos dramatizar.
Não estou a lamber as botas aos políticos, mas quero apontar um caso concreto em que sai bastante enfatizada a falta de jeito dos portugueses, em geral, para o planeamento e a programação de actividades simples ou complexas, sendo preferidas as decisões de momento, talvez por capricho momentâneo. Em Cascais, na Avenida da República, junto à rotunda, no cruzamento com a Av. 25 de Abril, está em fase avançada a construção de um grande empreendimento habitacional. No início do Verão foi ajardinada uma área junto à avenida, com quase um hectare, com várias centenas de árvores e arbustos de espécies variadas, e uma complexa quadrícula de tubos para rega gota-a-gota automática. Apesar do Verão, o resultado estava a ser muito prometedor. Mas, há dias, inesperadamente, constatou-se que arrancaram toda a vegetação que estava pujante e retiraram as centenas de metros de tubos, porque naquele espaço começaram a ser depositadas grandes quantidades de terra proveniente das escavações para a piscina e de deslocação de outros desaterros. Como foi possível terem feito tanta despesa com a construção do jardim e a sua cuidada manutenção, para tão curto espaço de tempo? Se tivesse havido um planeamento (previsâo) e esmerada programação, não se caía em tal desperdício, pois não era difícil prever a quantidade de terra, com respectivo «coeficiente de empolamento» e o local que ela iria ocupar, nas várias fases da obra. Quem paga vão ser os compradores das fracções, cujos preços vão reflectir os custos evitáveis provenientes de erros, incompetências, desleixos ou faltas de previsão.
O caso, infelizmente, não é único. Observadores atentos encontram, a cada passo na ruas das cidades, casos de decisões ocasionais desinseridas de um plano, originando hesitações e recuos, como por exemplo as valas que são abertas pouco tempo depois de terem sido fechadas, devido a erros e esquecimentos e principalmente a falta de coordenação entre os vários utilizadores dos espaços públicos (água, esgotos, electricidade, telefone, gás, etc).
Há mais de um ano, ao construírem a rotunda na Avenida Nossa Senhora do Rosário junto à Praça de Touros, em Cascais, parecia que estavam a criar uma miniatura do redondel no meio da rua, tal era a altura do muro circular. Depois de este estar rebocado e pintado, destruíram-no por forma a reconstruírem-no com apenas 40 centímetros de altura. Quem foi responsabilizado pelo erro? Quem pagou os custos inerentes? Certamente, foram os dinheiros provenientes dos munícipes, pagos em contribuições, licenças, coimas, etc. e que deviam ser destinados ao benefício colectivo.
Assim, com pessoas que não planeiam nem programam, nem orçamentam com realismo, nem organizam racionalmente, nem exigem responsabilidades, não há políticos que consigam fazer o milagre de desenvolver este nosso País. Temos de ser todos e cada um de nós a puxar o carro para o mesmo lado, a começar, pela educação infantil em casa e pelo ensino nas escolas, para que toda a gente aprenda a gerir a sua vida e as suas actividades profissionais.
Não estou a lamber as botas aos políticos, mas quero apontar um caso concreto em que sai bastante enfatizada a falta de jeito dos portugueses, em geral, para o planeamento e a programação de actividades simples ou complexas, sendo preferidas as decisões de momento, talvez por capricho momentâneo. Em Cascais, na Avenida da República, junto à rotunda, no cruzamento com a Av. 25 de Abril, está em fase avançada a construção de um grande empreendimento habitacional. No início do Verão foi ajardinada uma área junto à avenida, com quase um hectare, com várias centenas de árvores e arbustos de espécies variadas, e uma complexa quadrícula de tubos para rega gota-a-gota automática. Apesar do Verão, o resultado estava a ser muito prometedor. Mas, há dias, inesperadamente, constatou-se que arrancaram toda a vegetação que estava pujante e retiraram as centenas de metros de tubos, porque naquele espaço começaram a ser depositadas grandes quantidades de terra proveniente das escavações para a piscina e de deslocação de outros desaterros. Como foi possível terem feito tanta despesa com a construção do jardim e a sua cuidada manutenção, para tão curto espaço de tempo? Se tivesse havido um planeamento (previsâo) e esmerada programação, não se caía em tal desperdício, pois não era difícil prever a quantidade de terra, com respectivo «coeficiente de empolamento» e o local que ela iria ocupar, nas várias fases da obra. Quem paga vão ser os compradores das fracções, cujos preços vão reflectir os custos evitáveis provenientes de erros, incompetências, desleixos ou faltas de previsão.
O caso, infelizmente, não é único. Observadores atentos encontram, a cada passo na ruas das cidades, casos de decisões ocasionais desinseridas de um plano, originando hesitações e recuos, como por exemplo as valas que são abertas pouco tempo depois de terem sido fechadas, devido a erros e esquecimentos e principalmente a falta de coordenação entre os vários utilizadores dos espaços públicos (água, esgotos, electricidade, telefone, gás, etc).
Há mais de um ano, ao construírem a rotunda na Avenida Nossa Senhora do Rosário junto à Praça de Touros, em Cascais, parecia que estavam a criar uma miniatura do redondel no meio da rua, tal era a altura do muro circular. Depois de este estar rebocado e pintado, destruíram-no por forma a reconstruírem-no com apenas 40 centímetros de altura. Quem foi responsabilizado pelo erro? Quem pagou os custos inerentes? Certamente, foram os dinheiros provenientes dos munícipes, pagos em contribuições, licenças, coimas, etc. e que deviam ser destinados ao benefício colectivo.
Assim, com pessoas que não planeiam nem programam, nem orçamentam com realismo, nem organizam racionalmente, nem exigem responsabilidades, não há políticos que consigam fazer o milagre de desenvolver este nosso País. Temos de ser todos e cada um de nós a puxar o carro para o mesmo lado, a começar, pela educação infantil em casa e pelo ensino nas escolas, para que toda a gente aprenda a gerir a sua vida e as suas actividades profissionais.
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