quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Um País à deriva?


Segundo notícias de hoje, 21 de Dezembro, o Governo português, por intermédio de Luís Amado, quando ainda era ministro da Defesa, terá prestado informações erradas e omitido dados sobre os voos da CIA (serviços secretos norte-americanos) que sobrevoaram o espaço aéreo nacional ou que fizeram escala em aeroportos portugueses, nos Açores (Lajes e Santa Maria), ao afirmar que não constavam dos registos portugueses quaisquer voos.
Porém, a comissão temporária do Parlamento Europeu que investiga os voos da CIA que transportavam prisioneiros ilegalmente entregou em Bruxelas, pela mão da socialista Ana Gomes, uma lista de 94 voos de e para a base norte-americana de Guantânamo, dos quais sobrevoaram o espaço português 77 voos, e outros 17 fizeram escalas nos aeroportos das Lajes e Santa Maria, nos Açores, o que contradiz as informações atrás referidas.

Um porta-voz de Luís Amado, agora ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, citado pela SIC em 21 de Dezembro, garantiu que "não houve mentira ou omissão deliberada" e que o Executivo português "vai continuar a fazer o levantamento de todos os casos detectados".

A explicação do porta-voz nada tem de novo situando-se no estilo «politicamente correcto» a que nos vêem habituando. Mas nada nos tranquiliza.

É que, se tivesse sido mentira ou omissão deliberada seria menos grave porque se tratava de um comportamento individual que, na pior hipótese, num Estado de direito lhe poderia acarretar a exoneração. Mas não sendo deliberada, trata-se de falta de informação ou existência de informação errada o que é muitíssimo mais grave, porque demonstra o estado caótico em que se encontra o aparelho do Estado, a falta de organização, de controlo, de comandante do barco que paira ao sabor das correntes, sem compasso, sem leme, sem timoneiro, nem sistema de responsabilização.

É inexplicável que o Governo não tivesse capacidade de saber aquilo que a comissão do Parlamento Europeu, por fora do aparelho português, acabou por saber. E se se deu o caso de o Governo saber e querer ocultar, então trata-se de uma infantilidade incompreensível, porque qualquer rural da minha aldeia sabe que a verdade é como o azeite, vem sempre à tona da água.

3 comentários:

Anónimo disse...

É mais que óbvio que este (des)Governo sempre soube dos sobrevoos e aterragens. Afinal o partido do Governo que tanto criticou Durão Barroso por se colocar ao lado dos americanos na guerra do Iraque, acabou por colaborar com eles no aspecto mais sujo da guerra.
Barroso apostou no cavalo errado, mas tinha toda a legitimidade para o fazer. E assumui às claras e com frontalidade a sua opção. Não mentiu nem andou a jogar às escondidas.
Sócrates está a revelar-se um homem sem carácter.

Anónimo disse...

Isto são os bastidores da governação,os serviços que tudo planeiam e executam...os SS do mundo,comandados pela CIA e MI5!

Toda a gente vê,mesmo aqueles que não foram treinados para ler as expressões em interrogatórios quem fala ou não a verdade...


A
B
R
Ç
O
S MÁRIO

A. João Soares disse...

Deprofundis e MRelvas, agradeço as vossa visitas,
Errar é humano.
Mas os políticos portugueses são humanos demais. erram que se frtam!
Um abraço
Feliz Natal
A. João Soares