segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

BERÇO DA HUMANIDADE CONTINUA EM PERIGO

Berço da História Ocidental continua em perigo

Comecei o dia 8 recebendo a notícia de que Israel tem planos secretos para destruir com armas nucleares, do tipo «bunker-buster», as instalações de enriquecimento de urânio em Natanz, no Irão, e com armas convencionais as situadas em Arak e Isfahan. O uso de arma nuclear de cerca de 1,3KT (quilotones), 15 vezes inferior à de Hiroshima, é justificado por as armas convencionais não terem potência suficiente para destruir as instalações de Natanz, construídas a 20 metros de profundidade e protegidas por grande espessura de rocha e cimento.

Israel desmente esta notícia dada pelo «Sunday Times», dizendo que está apenas concentrado em acções diplomáticas. Em relações internacionais, como na política interna, os desmentidos têm o valor que é sobejamente conhecido. É do conhecimento das pessoas mais atentas que Israel vê diariamente a sua existência ameaçada por declarações hostis e por atentados violentos e, para se defender tem preparado um arsenal que não quer, logicamente, que seja destruído por qualquer dos seus vizinhos, sendo um destes o Irão que agora está a preparar-se para obter armas nucleares, contrariando a comunidade internacional e que afirma com visibilidade que «qualquer acto contra o Irão não ficará sem resposta e o invasor irá arrepender-se imediatamente da sua acção». Portanto a notícia apenas é novidade na especificação do armamento a usar, mas, mesmo esta partuicularidade, também não contém grande surpresa.

De qualquer forma, esta troca de notícias representa uma gravidade a ter em atenção. Os «piropos» que precedem os conflitos violentos, quando não são devidamente controlados, podem passar o «ponto de não retorno» e a desgraça é imparável. Aconteceu com esta guerra no Iraque que seria evitada se a França, com dois voos de empresários de petróleo não tivesse dado um sinal de optimismo a Saddam que não se apercebeu da gravidade da situação, deixou de levar a sério a ameaça americana e passou o risco que despoletou o conflito. Seria bom que, agora, o mundo ajudasse estes dois galos a ficarem sossegados e evitassem medir forças o que a ter lugar lesará todo o Mundo.

Permito-me sugerir aos interessados a leitura de textos simples com algo relacionado com os conflitos internacionais, recentemente colocados em blogues:

. ONU e falta de autoridade internacional formal, 060823, em A Voz do Povo,
. Dificuldade nas decisões internacionais, 060916, em A Voz do Povo,
. O Mundo amanhã, 061007, em A Voz do Povo,
. Relações internacionais são interesseiras, 061114, no Do Mirante,
. Relações Internacionais entre o Amor e o Medo, 061128, no Do Mirante.

6 comentários:

david santos disse...

Ninguém conte com a morte dos causadores. Seja qual for a decisão de Israel, via USA, nenhum dos responsáveis por enventuais carnificinas irá morrer ou sofrer as consequências de tal tragédia.
Parabéns.

victor simoes disse...

João, na verdade os Israelitas, estão mortinhos por entrar no barulho. Foi descoberto parte do plano e nem sequer negaram. Apenas não comentaram.
É uma vergonha para Israel!

A. João Soares disse...

Israel constitui um problema no Médio Oriente, sem solução apropriada. É um 'pecado original'. Começou mal, tendo ali sido encravado à força e não sendo aceite pelos vizinhos e antigos moradores.
Por outro lado, se fossem uns imigrantes desgraçados, a merecer dó, talvez lhes dessem esmola, mas, pelo contrário, são um exemplo de organização, desemnvolvimento, valor empreendedor, na ciência e na economia prática, e lá como cá, ninguém gosta de ver um vizinho a ter êxito. A inveja cria comportamentos hostis nos incapazes. Como seria maravilhoso que os palestinianos e os islâmicos procurassem aprender com eles! A região seria hoje um oásis de progresso a merecer os recursos naturais de que a Natureza os dotou.
Infelizmente, a hostilidade tem sido brutal, como se vê nos atentados contra inocentes, em situações em que os resultados sejam mais dramáticos. Isso cria nos judeus a procupação com a sua defesa e sobrevivência, ragindo de forma dura, mas sem resultados estratégicos porque os outros não desistem. Consomem-se recursos humanos e materiais nesse conflito imparável, que poderiam ser utilizados mara melhorar a vida no Médio Oriente.
Receio que se o Irão continuar fixado no seu projecto de se armar com armas de destruição maciça, o Israel destruirá as suas instalações, e isso pode ser o início de grave conflito mundial. Felizmente a minha ideia de ser reforçada a acção diplomática em relação ao Irão não é louca, pois ontem ouvi Sua Santidade Bento XVI a fazer um apelo ao Irão e à Coreia do Norte para se conterem nos lmites bom senso.
Oxalá apareçam mais vozes influentes e que sejam acatados os bons conselhos. Já é tempo de serem evitadas as guerras e as soluções militares para os atritos interncionais.
Que Deus ilumine as inteligências.
Abraços para o David e o Víctor e todos os visitantes.
João

Anónimo disse...

Artigo muito correcto que gostei bastante de ler, mas o comentário do autor revela desconhecimento profundo do assunto, desprezando factos importantes e incontestáveis. Isto não impede admiração e elogio pela objectividade do que leio na generalidade sobre outros assuntos.

Devido à comprovada boa formação de carácter do autor, deduzo, sem qualquer dúvida, que a falta se deve à desinformação sistemática dos mesmos jornaleiros infames que do mesmo modo têm abafado os casos que defende e por que se bate. Favorecendo assim a mentira, a falsidade e condenando o desamparo daqueles que o merecem, impedem a população de aceder a conhecimentos gerais como em qualquer outro país, mantendo assim os carneiros à mercê dos seus carrascos que continuam a degolá-los com toda a tranquilidade enquanto os ditos carneiros continuam a votar neles e a consentir-lhes tudo.

Também não compreendi as referências numéricas, mas isso é culpa minha.

Estou certo de que se encontrará interesse em informações complementares, que se podem encontrar em
http://leaopelado.bravehost.com/ (generalidades)
http://leaopelado.bravehost.com/exodus.htm (caso do post actual)
http://leaopelado.bravehost.com/estado.htm (resumo das causas da miséria portuguesa)

Ou ainda nos links sob o título “Outras Opiniões” na coluna de esquerda em
http://leaopelado.blogspot.com/

Se o que ler lhe agradar, diga. Em caso de discórdia com o que lá está, ainda se torna mais útil dizê-lo, pois que as críticas objectivas ajudam a ver melhor.

A. João Soares disse...

Amiga Luisa,
Oxalá nada de muito grave ocorra, mas temos razão em temor o pior. Os espíritos amedrontados e eriçados não agem pelo bom senso.

Caro «mentiroso»,
É para mim motivo de prazer saber que mereço a sua atenção ao ponto de usar algum do seu tempo a ler os meus escritos. Depois de visitar o «leão pelado» esse prazer é ainda maior, dada a profundidade com que aborda os temas.
A as opinião sobre este meu texto é respeitável. Não tenho a estultícia de me considerar bem informado (o que hoje é praticamente impossível, dada a velocidade de transformação do Mundo actual) e, por outro lado, não gosto de aqui escrever textos extensos, o que obriga a deixar muitos aspectos por abordar. Mas creio que a exposição é honesta, embora possa haver pontos de vista diferentes e até opostos aos meus. Neste, como na maior parte dos temas que se referem a comportamentos humanos, nomeadamente, os políticos, ideológicos e religiosos, não é fácil encontrar unanimidade. É quase como no futebol em que cada um aprecia o seu clube e tudo lhe desculpa e que não tem a mínima tolerância pelos outros. Confesso que considero que a minha opinião não tem interesse para ninguém e, por isso, procuro não a expressar e limitar-me a fazer análises o mais possível distanciadas dos pormenores concretos, imparciais e isentas, olhando os temas de todos os lados, ficando ao nível dos conceitos.
Mas ninguém é perfeito ! E errar é humano.
De qualquer forma, confesso a admiração com que fiquei pelos israelias quando em Junho de 1976, em Entebe, no Uganda, ocorreu uma fantástica missão de resgate de reféns israelitas e de judeus de diferentes nacionalidades, sequestrados num avião da Air-France desviado.
Um abraço
A. João Soares

Anónimo disse...

Caro João Soares,um tema sério e ater em conta.

Belo texto inicial e bons comments aqui!