Um texto sobre os abusos de estacionamento de carros em áreas urbanas colocado em «A Voz do Povo», aludia aos carros nos passeios, o que me sugeriu algumas reflexões.
As autarquias, na gestão os espaços públicos no tocante a ruas e avenidas, dão total privilégio aos carros, nalguns aspectos com lógica, mas noutros evidenciando total desprezo pelos peões, principalmente os que, devido a deficiências, necessitam de mais espaço para circular.
Para começar, todos os sinais de trânsito destinados aos automobilistas são implantados nos passeios e não na faixa de rodagem, bem como os postes de publicidade, linhas de telefone, eléctricas, tvcabo, árvores, etc, o que é compreensível, mas já não é perdoável que estes obstáculos sejam colocados sem a mínima consideração pelos peões. Há obstáculos situados junto ao lancil do passeio, outros do lado oposto, outros no meio, obrigando a cadeira de rodas e o carrinho de bebé a fazer gincana, num zigue-zague incómodo. Por vezes, estão alinhados na perpendicular ao eixo da rua, dificultando ou até impedindo a passagem aos referidos meios de locomoção.
Em Cascais, na Avenida 25 de Abril, junto ao n.º 528, é frequente o passeio, que é largo, estar pejado de carros, em espinha, que, por uns estarem mais avançados e outros mais recuados, impedem a passagem de simples peões, obrigando-os a caminhar pela faixa de rodagem. Já vi idosos em cadeiras de rodas e carros de bebé a terem de recuar até poderem passar por um intervalo dos carros para a faixa de rodagem, por onde circulam, com perigo de atropelamento, até mais à frente poderem regressar ao passeio.
Já comuniquei esta triste realidade à Câmara Municipal que transmitiu o e-mail para a Polícia Municipal e, durante duas semanas o problema esteve resolvido, mas depois voltou tudo ao erro anterior, o que prova que o peão é esquecido e desprezado. Conclui-se que a lógica do Poder consiste em agradar aos utilizadores de carro, sinal de riqueza, poder e valor, na sua óptica míope. Esquecem-se que os automobilistas, em dados momentos também são peões.Isto denota muita falta de civismo e de respeito por valores essenciais para a convivência social.
A Decisão do TEDH (398)
Há 4 horas
2 comentários:
Caro João Soares,
aqui em Braga a PM que agora está a ser investigada por dar de comer aos pobres,comprou logo 2 reboques...pareciam sete câes a um osso.
Tudo para fazerem que os cidadãos colocassem os carros nos parques da Bragaparques!!
Quanto á coordenação com a PSP não existia,apesar de a PM na altura ter como seu cmdt um subcomissário da PSP,hoje um dos alvos na investigação que abarca o verdadeiro chefe o presidente e vereadores...
A esquadra de trânsito da PSP ficou intrigada.Deixou mesmo de actuar no estacionamento...
Os condutores só viam passar reboques...da PM com carrinhos pendurados...
Actitude de formação e informação não houve...pois os ditos membros daquela "empresa de segurança" foram escolhidos entre amigos e fizeram um cursito qualquer!
Como pode o país gastar dinheiro tão mal gasto??
Em vez de reforçarem o que têm e que ainda funciona,destróiem tudo!!
Abraços
MR
A imoralidade dos políticos, permite-lhes pensar que se o povo votou neles, é-lhes permitido fazer tudo quanto lhes vier ao bestunto, e que lhes traga benefício pessoal e aos familiares e amigos.
É preciso acabar com tudo isto em favor da colectividade a que eles chamam «classe» civil em oposição à «classe» política. Para isso deve ser dada a maior publicidade a qualquer abuso. O povo está a ter do seu lado o Tribunal de Contas, é preciso apoiá-lo.
Um abraço
A. João Soares
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