domingo, 29 de abril de 2007

Amanhecer de um sonho

Neste momento em que, apesar de estarmos em plenas comemorações da Revolução dos cravos, há ditos democratas a defender a utilização de métodos ditatoriais para eliminar quem tenha ideais diferentes dos seus, esquecendo as tão difundidas intenções dos «capitães» de Abril, trago aqui esta pequena poesia de FalcãoSR que constitui um retrato da forma como muitos, que se consideram anti-fascistas, encaram o 25 de Abril neste amanhecer 33 anos após, em que o sonho foi lindo mas está esquecido e há quem queira repetir os erros de antanho, com a mesma lógica firme e convicta de então!!!

...Raios de sol aparecem
um novo dia amanhece
o baile vai terminar,
revelo-te então o que restou
de um lindo sonho de amor...
no silêncio de um olhar...

FalcãoSR

3 comentários:

Anónimo disse...

Continuamos sonhando, amando, mas sem demagogia barata...

O povo já não vai em canções de embalar, de árvores e oxigénio...

O povo foi maltratado pelos que se "dizem democratas".

Portugal precisa de acordar. De ter uma classe política exigente, mais preocupada em governar do que parecer bem, ou opinião pública.

Devem fazer mais e falar menos!Sobretudo além de ser honesto, parecê-lo!

Abraço

MR

Anónimo disse...

Quero lembrar aqui um poema de 1913 com que me iniciei neste mundo dos blogs com ele está tudo dito. Não mudamos assim tanto!!!

BOM EMPREGO

Levei bem noite e dia a cogitar
Deitado, em minha cama, com lazeira,
A forma lucrativa de bispar
Emprego bem rendoso, de primeira…

E coisa alguma vinha a despontar
Na minha tão inculta mioleira,
Que farto tanto, tanto, de pensar,
Envio que praga aos ceus da »Primpineira»…

E como por encanto o «Separado»
Eu vejo-o, num momento, ressurgir,
Dizendo, sorridente, em tom pensado:

« _’Stas louco, meu mortal, de reflectir,
O melhor emprego, hoje é Deputado,
Que ganha bons «cem milhos» a…dormir!…
Alma Académica, nº3 de 9-2-1913.

A. João Soares disse...

Obrigados M Relvas e X Réis pela visita e os comentários.
É bom acordar e encarar de olho bem abertos a realidade da manhã. Mas nem sempre é fácil nem rápido, por, muitas vezes, ficarmos agarrados à ilusão do sonho ou ao pavor do pesadelo. A vida tem de ser gerida nem com optimismos sem fundamento real, nem com o medo de fantasmas que não passam de sombras. Realismo e serenidade construtiva permitem avançar para um futuro mais seguro.
Abraços