quarta-feira, 4 de abril de 2007

O Interior abandonado pelo Governo

Um texto muito explícito evidenciando uma situação extremamente preocupante. É certo que o litoral acumula o maior número de eleitores, mas os partidos deviam pensar em algo mais do que votos, deviam pensar mais no País, nos cidadãos, como pessoas..

Portugal está mais estreito

Cá se fazem..., Paulo Baldaia, Chefe de Redacção do Jornal de Notícias

Se olharmos individualmente para a reforma da Justiça, podemos aceitar que a falta de dinheiro nos cofres públicos justifica que sejam fechados alguns tribunais.

Se fizermos o mesmo em relação à reforma das polícias, podemos concluir o mesmo. E se seguirmos na análise para a reforma da Educação, também podemos perceber a lógica dos encerramentos. E carregamos na mesma tecla quando falamos da Saúde.

Mas, que diabo!, por que será que quando olhamos para todas estas reformas em conjunto, e colocamos pontinhos negros nos locais onde vão encerrar serviços públicos, ficamos com a sensação de que o país está a ficar mais estreito?

O Interior do país, em 30 anos de democracia, pouco mais recebeu do que estradas que conduzem ao Litoral ou à vizinha Espanha.

O Litoral já está superlotado, mas vive sob a ameaça de receber cada vez mais "refugiados" do Interior, e Espanha não pode valer-nos para tudo.

É fácil atravessar a fronteira para fazer compras ou meter gasolina. Também não parece muito complicado ter filhos nas maternidades de "nuestros hermanos". Mas não estou a ver como é que os espanhóis vão julgar os nossos crimes ou ensinar os nossos alunos. Voltamos a empurrar os portugueses do Interior para o Litoral.

É claro que o Estado tem de gastar menos, mas não é nada claro que tenhamos de continuar a viver com uma visão centralista em que os investimentos acontecem, apenas, em Lisboa e nas restantes grandes cidades do Litoral.

É a "pescadinha de rabo na boca" desinveste-se no Interior porque já tem pouca gente e as pessoas fogem para o Litoral porque é aí que o poder político investe.

É preferível vender a faixa interior aos espanhóis; pode ser que o movimento de "refugiados" se inverta. Quem é que não gostaria de viver em Espanha?!

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro João Saores,

um belíssimo texto na sequência da desrtificação para que ambos temos alertado. Nunca é damais falar desta realidade depressora!

Abraço

MR

A. João Soares disse...

É isso, caro amigo. Estes temas é que devem sr bem analisados, em vez dessas brincadeiras que desviam a atenção dos verdadeiros problemas, para as ninharias insignificantes,
Um abraço e Páscoa Feliz
João Soares