quarta-feira, 25 de abril de 2007

A obsessão do canudo

Do blogue «Barão de Tróia» extraio uma parte dum post que se adapta muito bem à sociedade actual. Não extraio tudo porque já não vale a pena repisar no mesmo. Mas fica um link no fim do texto.

Porque é que alguém mente sobre a sua formação académica? Não sei. Talvez por pudor ou por vergonha, porque neste país de imbecis, tudo é doutor, a noção de ridículo assumiu proporções gigantescas, gente que se dá ao trabalho de chatear o banco para colocar o Dr. nos cheques, que adora que lhe lambam as botas, o senhor doutor pra lá o senhor engenheiro pra cá, enquanto pelas costas os tratam abaixo de cão.

Possuir formação académica deveria querer significar, várias coisas, sendo que a principal seria o civismo e a educação, mas não. Por cá formação académica quer as mais das vezes dizer, gente mesquinha, torpe e sem valor nenhum, gentalha que por mor das falcatruas e galfarrices atinge lugares de poder, que exerce de forma discricionária e sem nenhuma apetência.

No actual vai vem das licenciaturas a trouxe-mouxe, recordemos a besteirada das equivalências de baixareis a licenciados por passagem administrativa nos idos de 90, a actual palhaçada de professores titulares e professores não sei o que mais, culminando tudo isto nas dúvidas em relação à formação académica de muito “doutor da mula ruça” que ocupa cargos político-governativos.

Para ler mais do original clique aqui

3 comentários:

desculpeqqc disse...

Esta semana, ao atender o telefone, deparei com alguém que quis a toda a força saber qual o meu 'títalu'.
Senti que o tinha de dizer, mesmo que o não tivesse.
Algo me disse que se não o dissesse, não seria apenas a minha palavra que seria posta em causa, como o trabalho de quem estava a falar comigo.
Foi tudo muito rápido, muito estranho e ridículo.

Jorge P. Guedes disse...

Estou de acordo consigo a 100%, meu amigo!

Estamos num país em que quando se ouve "Sr.Doutor, Sr. Engº, Sr. Arq.º" ainda se olha com o rabo do olho para ver quem é o/a "artista".
É um atraso que ainda não foi superado.
Sê-lo-á um dia, quando houver mais doutores que pedreiros e andarmos todos a cair nos buracos!

Um grande abraço.

A. João Soares disse...

Caros Ifm e Jpg,
Agradeço a vossa visita e os comentários bem explícitos. A vaidade humana é natural e espontânea, sendo necessário esforço para lhe resistir.
Não quero ser tratado por Dr. Arq. ou Eng. e não vou correr a qualquer universidade para obter um título. E não digo o meu se não for necessário. Prefiro, como escrevi há pouco aqui (http://domirante.blogspot.com/2007/03/do-alto-destas-fragas-do-mirante.html «do alto destas fragas (Do Mirante), enquanto as minhas cabras procuram as melhores ervas para se alimentarem, após cheirarem todas e fazerem a comparação que baseie uma boa escolha, olho a planície, lá em baixo, um pouco toldada pela neblina matinal, e vou ouvindo as notícias que a minha estação de rádio preferida me traz quase em permanência.»
É esta posição de cidadão simples que quero alimentar e me permite dizer vulgaridades que pretendo sejam oportunas e considero merecedoras de reflexão. Evito dizer coisas demasiado sonantes e sem significado real como «democracia claustrofóbica».
Portugal não precisa de doutores convencidos nem de palavras que ninguém compreende sem meter «piloto da barra». Portugal precisa de homens patriotas, ponderados, de acção a tomarem medidas que conduzam à melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, principalmente dos pastores, pedreiros, etc que trabalham por esse interior com ordenados que para os grandes do Poder não passam de migalhas.
Aprendamos a lição de Cavaco: Não nos resignemos!
Abraços de amizade