terça-feira, 15 de maio de 2007

Interesse do PS ou interesse dos Lisboetas?

Transcreve-se uma parte do Editorial do DN de hoje que responde à dúvida colocada no post Rumo político ou incoerências? Mostrando que o PS coloca os seus interesses partidários acima dos interesses de Portugal e dos lisboetas. Para o partido do Governo, acima de governar o País, está a politiquice de pensar na posição do partido em relação aos outros partidos. A competição pelo poder está acima da resolução dos problemas que preocupam os eleitores, os contribuintes. Ninguém argumenta em termos de resolução dos problemas que preocupam as pessoas, mas somente em se o partido ganha ou não se tem mais hipóteses de ganhar com este ou aquele candidato. Assim vai a política com p minúsculo, em Portugal!

José Sócrates confirma hoje António Costa como o candidato do PS à Câmara de Lisboa. A decisão não é de rotina. Abala a estabilidade do Governo em vésperas de um período delicado - a presidência da União Europeia - e, como a vitória não está garantida, encerra riscos altos para o primeiro-ministro.

Note-se que, conquistada a maioria absoluta, José Sócrates perdeu em toda a linha: primeiro as presidenciais, depois as autárquicas, há dias teve o pior resultado desde 1984 na Madeira. Uma derrota em Lisboa seria, portanto, a quarta votação de protesto contra o Governo. E Sócrates sabe que, embora iguais, as eleições autárquicas da capital são diferentes. Enquanto numa pequena câmara do interior alguém popular na terra é garantia de vitória, em Lisboa - ainda por cima numa data tão convidativa à abstenção (1 de Julho) - a influência da força partidária e da política nacional são os factores que mais ordenam.

Compreende-se assim a opção de Sócrates.

Sem soluções boas, o primeiro-ministro escolheu aquela que lhe dá mais garantias. Em Lisboa, porque no Governo a saída de Costa é um enfraquecimento adquirido.

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro João Soares,

já escrevi sobre a possível, agora confirmada candidatura de AC ás eleições autárquicas para a CML.

Confesso que acho desprestigiante um político sair a meio de um mandato para o qual foi eleito,com as responsabilidades do Ministério da Administração Interna, onde decorre a tão falada reestruturação das FS, principalmente se a escolha for sua.

Há quem entenda ter sido uma dispensa airosa do cargo de ministro, escapando assim á esperada remodelação governativa, pós presidência europeia...

Olhei como positiva a decisão de Ferando Seara em não abandonar a meio a Câmara de Sintra, apesar de poder ser um candidato sério á eleição para a maior autarquia do País.

A seriedade dos políticos tem que ser vista pelo resultado da sua actuação, pela coerência e pelo cumprimento dos objectivos.

O povo não vê assim, na grande parte das decisões que os leva ás urnas!

Abraço
MR