Nesta idade, não há surpresas. Tudo é previsível e possível ...
O «automóvel» era novo, teve um acidente e durante horas, parecia irrecuperável. Havia mais quem tivesse certezas do que dúvidas optimistas. Mas era novo e, apesar da reparação demorada e de complicações subsequentes a impor retoques, a recuperação foi conseguida obtendo boa percentagem de capacidade de funcionamento, embora com uma amolgadela irrecuperável que se mantém.
Era novo, mas agora, «nesta idade» tudo é diferente. A máquina já não atinge a mesma velocidade de ponta, as válvulas não vedam bem, os cilindros não fazem a combustão com o mesmo rendimento de antanho e deles não sai a mesma força. Desgastes seguidos de folgas, com ruídos, oxidações ou artroses ou escleroses passaram a ser palavras muito frequentes nos diagnósticos dos mecânicos. «Nesta idade» nada surpreende, tudo sendo natural! Mas, se bem que o fim seja inevitável, há, curiosamente, sinais de alívio. «Nesta idade» certas avarias evolutivas progridem mais lentamente do que antes e isso também deve ser levado em conta.
Há meses um actor brasileiro, de idade avançada, dizia em entrevista na TV que, com carinho, os colegas e amigos o tratam por velho, e confessou que gosta de ser velho e de vir a ser ainda mais velho, que é sinal de continuar vivo.
O ortopedista, depois de observar as radiografias à coluna, dizia ao paciente que não havia nada grave, tudo normal para «esta idade», e que este é o preço a pagar por não ter morrido antes. Pouco simpático, mas realista. O Médico que efectuou o ecodopler às carótidas, após o trabalho, respondeu que não há nada de grave, apenas uma pequenas alterações próprias «desta idade». Resposta muito semelhante à do médico que fez o ecocardiogrma, «nesta idade» não era de esperar muito melhor. O neurologista, depois de ver cuidadosamente os exames, não teve opinião diferente e recomendou levar uma vida saudável, com alimentação sem gorduras, fazendo exercício físico controlando regularmente o colesterol e a tensão arterial e acrescentou que daria estes conselhos a qualquer pessoa «desta idade».
Este estribilho já estava a ser monótono e cansativo, quando o urologista na consulta anual, depois de observar as análises, o urofluxograma e a ecografia à próstata e de comparar com os apontamentos dos anos anteriores, notando que não tinha havido alterações, disse para voltar daí a um ano, com as análises e que não era necessário nem o urofluxograma nem a ecografia, porque «nesta idade» as doenças malignas evoluem lentamente e não exigem tanta preocupação. Só não foi suficientemente claro para dizer: «nesta idade» já não morrerá de cancro porque já não lhe dá tempo a que ele se desenvolva; morrerá antes devido a outra coisa qualquer.
Mas, olhando a mecânica da máquina com um pouco mais de ironia e humor, concluímos que, graças à Natureza, «nesta idade» nem tudo é mau, ameaçador e arrasador, pois há vantagens que vêm aliar-se ao grande acervo de experiência acumulada durante décadas. E o automóvel, embora exigindo mais cuidados antes de iniciar a viagem e de consumir mais óleo e combustível, continua a funcionar com alguma garantia de ir e regressar!!!
A Decisão do TEDH (398)
Há 4 horas
5 comentários:
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Caro amigo João Soares, está belíssimo para "esta idade"... eh..eh!
Amigo, um homem já idoso foi ao médico e queixou-se da perna.
O médico viu e disse:
-"Nesta idade" é normal.
E o doente, "o idoso", respondeu-lhe... se é por causa "desta idade", olhe que a outra tem a mesma idade e não me dói!...
Prá frente meu amigo, a sua experiência de vida, aliada á sua juventude de ideais estão aí para mostrar a muitos "jovens", velhos de ideais...
Abraço amigo
Mário Relvas
Voluntariado,
É uma prova de generosidade muito louvável. Mas é preciso não ser ingénuo, pois há gente a governar-se à custa da generosidade de indivíduos mal formados e ambiciosos. Explico: dei aulas gratuitas a idosos na UITI, na Academia Saudação e na Academia de Seniores.
A UITI, na Rua das Flores e Lisboa, é um embuste. Não é internacional como diz o primeiro I, ao ponto de ter deixado de o incluir no título. Não tem qualquer cobertura por parte da ONU como dizia o «reitor», não está enquadrada por fundação que só existiu no papel baseado em mentiras e nunca funcionou, não tem órgãos directivos reais, etc. O «reitor», único homem poderosos, recebia o dinheiro das inscrições e não fazia qualquer benefício, ao ponto de a casa de banho que era necessária ter sido construída por uma aluna que dispunha de conhecimentos na Câmara, Demorou mais de um mês a reparar um retroprojector que fazia falta ao professor de psicologia do desenvolvimento, e apenas precisava da substituição da lâmpada. No ano seguinte, o mesmo aparelho apareceu com o braço partido, demorando mais de um mês até que um bombeiro o reparasse com uns parafusos.
O caso foi comunicado a várias entidades, não tendo nenhuma ousado enfrentar o poderoso «reitor» que entretanto se tinha tornado amigo de Mário Soares.
Isto apenas para evidenciar a necessidade de controlar todas as instituições que beneficiam da colaboração voluntária, gratuita, a fim de não criar situações de imoralidade e exploração da generosidade dos voluntários.
Tirando estas anormalidades, o voluntariado merece todo o respeito e deve ser incentivado por todos os que tiverem disponibilidades.
Cumprimentos
Caro Relvas,
Nesta idade, cá vou procurando manter o corpo e o espírito nas melhores condições possíveis, sempre pronto para as curvas, esperando que os 120 anos me encontrem com boa disposição a trocar estes galhardetes com os amigos.
Depois falaremos!!!
Um abraço
A. João Soares
João,
Obrigada pelo seu comentário em Voluntariado Nova Geração.
Volte sempre,
Liliana
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