Rumo político ou incoerências dos partidos?
Era suposto que a Política é a arte de governar a cidade; arte, doutrina ou opinião relativa ao governo os estados; conjunto de princípios que orientam a acção de um governo. Isto seria a Política com P maiúsculo, com uma estratégia, um rumo, um programa, orientada por um sistema de valores éticos e patrióticos que serviriam de exemplo aos cidadãos comuns. Mas, o mais vulgar é assistirmos a uma política com p minúsculo, com uma táctica em ponto pequeno que em vez de rumo, se limita a guinadas ao sabor das rajadas de vento, na resolução de casos de momento. É a intriga dos que dirigem ou pretendem dirigir os assuntos públicos.
Neste momento, estamos a assistir a essa incoerência entre uma boa estratégia e uma incrível tácticazinha, ao dar-se prioridade à Câmara de Lisboa em prejuízo dos interesses nacionais, do culto da honra, da ética.
Diz a Comunicação Social que o PS vai propor o Dr. António Costa, actual ministro de Estado e da Administração Interna, para o que terá de abandonar estas funções, em que estava a realizar tarefas de suma importância que estão longe de concluídas e muito menos de estarem aperfeiçoadas e consolidadas. É subalternizar o Governo de Portugal, os interesses nacionais, em favor de mesquinhos interesses de luta partidária, o que constitui uma enorme falta de respeito pelos Portugueses, pelos eleitores de todo o País. De entre as actuais tarefas do MAI, podem citar-se a da reorganização das Forças de Segurança, a da Protecção Civil e dos Bombeíros e a reestruturação da Administração Pública, para tornar a máquina do Estado mais ligeira, barata e eficiente, com menos burocracia e, consequentemente, menos vulnerável à tentação da corrupção.
Tudo isto é demasiado importante para alguém, inconscientemente, se dar à veleidade de parar tudo e entregar a tarefa a outro, provavelmente menos capaz e entusiasmado e que terá de começar tudo de novo, ou então ficar nas mãos de secretários de Estado já metidos no assunto. O que será uma situação difícil e pouco ética. Para maior gravidade, isto passa-se em vésperas de Portugal assumir a Presidência da União Europeia.
Por outro lado, a Comunicação Social refere que o provável candidato do PSD será o Dr. Seara, agora presidente da Câmara Municipal de Sintra. Trata-se de outra violento pontapé na ética, uma significativa incoerência, contra os interesses gerais e condicionado por mera luta partidária. Com efeito, Seara, torna-se num desertor, num homem sem palavra que foge ao cumprimento do compromisso tomado com os sintrenses e que não se torna credível perante os lisboetas que verão nele uma pessoa pouco séria que poderá abandoná-los, em qualquer momento, por interesses alheios ao compromisso que assumir perante eles. Há ainda a acrescentar que se trata de homem muito ligado ao futebol, o que nada abona em seu favor, numa altura em que pairam graves suspeições sobre todos os dirigentes deste desporto.
Realmente, se acontecer o que está a ser anunciado, dos políticos não podemos esperar sentido de Estado nem patriotismo, nem ética, nem capacidade para defender os interesse nacionais. Não merecem a mínima consideração e apoio de pessoas isentas bem pensantes. Estamos perante uma teatrada, em que cada um vai fazendo a sua palhaçada no palco para animar a plateia, sem ofensa para os verdadeiro artistas. Mas eles sabem que o povo menos esclarecido e sob os sedativos da propaganda, da banha de cobra, em atitude de ovelhas mansas, não vai deixar de dar o seu voto cego nas próximas eleições, indo responder aos caciques que os costumam pastorear e iscar com Tshirts, esferográficas, aventais e outras bugigangas com que se enganam os tolos. Infelizmente, é este o País que temos, e os espertos sem escrúpulos exploram estas debilidades.
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4 comentários:
“Nós somos livres e a nossa liberdade em nada altera a marcha necessária e inevitável da história. A história avança com e contra nós, avança por nossa causa e independentemente de nós. E vai aonde tem de ir. É por isso que os comunistas são todos burros porque acreditam num sentido da história”.
Quitéria Barbuda
www.riapa.pt.to
A Amiga Quitéria é um defensora do fatalismo. Nem tudo é fruto do acaso. Muito da evolução da história é fruto do Homem. Não quer dizer que um país evolua apenas com o esforço dos seus cidadãos, pois sofre influências de outros países, do ambiente internacional.
No Livro «Sister Revolutions», Susan Dunn compara nos pormenores do planeamento, da execução e da criação da ideologia que as envolveu a Revolução Francesa e a Americana que criou os EUA. Elas levaram a resultados muito diferentes quanto ao tipo de estrutura democrática e à consistência da ideologia proposta. Isto mostra que a evolução de um País depende muito das suas elites. Em Portugal houve momentos salientes devido a homens que sabiam o que queriam e constituíram equipas competentes para concretizarem ideias elevadas.
Um pouco de seriedade, competência técnica e amor ao País é fundamental. Mas parece que isso não abunda na sociedade actual.
Um abraço
UMA QUESTÃO DE COERÊNCIA
Todos os OCS falam da possível candidatura do Dr. António Costa, á Câmara Municipal de Lisboa. Dizem ser o maior trunfo do PS para estas eleições intercalares na autarquia de Lisboa. Não ponho isso em questão, mas coloco a interrogação dos portugueses que sabem que a difícil tarefa da reorganização das forças de segurança está longe de terminar.
Dá a ideia de que fugirá das suas responsabilidades, ou de que o primeiro ministro lhe arranja uma saída "airosa", para o substituir.
É preciso coerência e persistência num ministério com a importância da segurança interna, ainda faltam dois anos para o fim do mandato e será atacado fortemente pelas forças policiais, mal ponha o pé fora do ministério.
Sobretudo importa dizer aqui, que Portugal deverá estar a cima das questões partidárias, ou de interesses pessoais e que, daqui a dois anos haverá novas eleições autárquicas pelo que, nessa altura poderá estar disponível, depois de completar o que se propôs fazer na legislatura governativa, no cargo que ora exerce.
Uma decisão que a todos importa aguardar...
Post colocado no Aromas de Portugal
Abraço
Mário Relvas
Caro Mário Relvas,
Trata-se de baixa política em que está em jogo a luta dos partidos pelo seu poder numa autarquia importante. Ninguém fala na defesa dos interesses dos residentes no concelho, mas sim nas manobras para os paridos conquistarem o domínio da autarquia. É apenas a politiquice, a politica com p minúsculo. Ninguém se importa com a rate de governar o País ou a autarquia. Interessa o Poder para depois abusarem dele e colherem os maiores benefícios pessoais. Grudam-se ao poder como uma lapa na rocha.
Seria bom que os eleitores começassem a raciocinar sobre o mal que estes sanguessugas fazem a todos nós, ao País inteiro.
Abraços
A. João Soares
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