Transcrição de Jornal de Notícias, 07.05.10
A "contenção salarial"
Ao mesmo tempo que, segundo números da Comissão Europeia, o poder de compra dos trabalhadores portugueses registou, em 2006, a maior descida dos últimos 22 anos, a CMVM anunciou que, entre 2000 e 2005, os vencimentos dos administradores das empresas cotadas em bolsa duplicaram (e nas empresas do PSI 20 mais que triplicaram!). Isto é, enquanto pagam aos seus trabalhadores dos mais baixos salários da Europa a 25 (e todos os dias reclamam, sob a batuta do governador do Banco de Portugal, por "contenção salarial" e "flexibilidade"), esses administradores duplicam, ou mais que triplicam, os próprios vencimentos, vampirizando os accionistas e metendo ao bolso qualquer coisa como 23,9% (!) dos lucros das empresas. Recorde-se que o Estado é accionista maioritário ou de referência em muitas dessas empresas, como a GALP, a EDP, a AdP, a REN ou a PT, cujas administrações albergam "boys" e "girls" vindos directamente da política partidária (cada um atribuindo-se a si mesmo, em média, 3,5 milhões de euros por ano!). Se isto não é um ultraje, talvez os governos que elegemos (e o actual é, presumivelmente, socialista) nos possam explicar o que é um ultraje. O mais certo, porém, é que se calem e continuem a pedir "sacrifícios" aos portugueses. A que portugueses?
Democratizado por Bomfim em Democracia em Portugal?
Lápis L-Azuli
Há 53 minutos
2 comentários:
João
é mesmo isso: carneirada.
"Que bem prega Frei Tomás, faz o que ele diz e não faças o que ele faz". Continuo a achar que os nossos governantes são um míser exemplo do excremento que é a política.
Bom fim-de-semana
abraço
Só na Serra da Estrela falham os bezerros... também consequência da política de desertificação!...
Cumprimentos caro João Soares
Tenho novidades á sua espera no aromas
Mário Relvas
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