Extraído do blog absolutamenteninguem, por se tratar de uma análise, aplicável, de uma forma geral, a cada partido ou organização política, embora tenha sido destinada apenas ao PP num momento especial.
Assim se vê a força do PP (Sinopse)
O político, nos tempos que vivemos, mente, é obrigatoriamente bom fingidor, tresanda a falso, constrói o seu caminho, na busca do poder, entre o favor e a intriga, conta espingardas e distribui cumprimentos e palmadas nas costas com o ar enternecido com que Judas beija Cristo, versão oficial da biografia de um político de outros tempos, qual Cristo multiplica promessas de pão e ósculos, um por pobre alma em versão católica e "bemzocas" e longe dos três dados em lojas de pedreiros ditos livres, distribuídos em feiras e mercados com um fervor quase sexual, com luxúria e com uma entrega inebriante que se compara apenas com o esbugalhar dos olhos e com a gravidade do semblante entregue ao interlúdio da defesa dos direitos dos antigos combatentes e dos oprimidos da lavoura. Na Corte da vida partidária organiza o seu séquito para o derradeiro golpe palaciano levado às costas pela mentira do combate sem tréguas ao Soberano de Casa adversária, pela patranha da oposição forte e da luta política feroz apregoada com pose de modelo na passerelle da efeméride em que se tornou a decisão do povo, desta democracia dita representativa, em que fazemos as nossas escolhas em montras, mais ou menos obscenas, chamadas televisão entre meia dúzia de números, de valor acrescentado apenas para alguns, com diferença de um dígito, medida da audiência, do que aparecemos e de como parecemos. Golpe consumado líder incubado e condicionado ao poder nesta admirável nova forma de escolher e, na sede própria, de novo Nosso Senhor Aparecido, para pagar a promessa de se opor ao Soberano, e voltam a sair ratos das entranhas da montanha de mentira que construímos e de candidatos a Soberanos passamos a Vassalos de Suseranos, que, neste absolutismo maioritário versão chamada Democracia , se dermos uma no cravo e outra na ferradura, ainda o povo obriga o Senhor a voltar a dar-nos os privilégios e os favores que a nossa falsa fidelidade pretendia. A legítima ambição de Paulo Portas volta a obriga-lo, neste triste contexto, a mentir com todos os dentes que tem na boca, e agora tem-nos todos.
Areia na engrenagem russa
Há 4 horas
8 comentários:
É por causa trapalhadas destas,em todos, que,cada vez mais,vamos deixando de acreditar em partidos.
"... Os políticos estão divididos em grupos rivais, e visam dividir a nação...
Vivem à custa do ruído e da fúria, que nada significam.
Não podem prestar atenção a nada que seja difícil de explicar, nem a nada que não acarrete divisão, ou que reduza o poderio dos políticos como classe"
Foi Bertrand Russel que disse...
É mentira?
Que exagero!
Claro que não era para ser em triplicado.
Coisas de um pc recalcitrante...
As minhas desculpas
Caras Cristina Ribeiro e Meg,
Com este meu comentário espero responder a ambas as amigas.
É a opinião de um pensador, Bertrand Russel, que observava com muita atenção os políticos. Mas um simples mortal pode verificar que, nas idas ao Parlamento, o PM nada vai esclarecer. Apenas faz propaganda do pouco que faz e do muito que promete e alimenta os atritos com a oposição. Esta, por seu lado, também não sugere novas pistas, melhores soluções para os problemas que preocupam os cidadãos. Apenas critica o Governo pelas menores coisas, às vezes com argumentos ridículos. A incompetência e a ambição pessoal sucede-se no Poder com cores diferentes mas com os mesmos inconvenientes para os cidadãos.
É por isso que já formei a minha opinião sobre as eleições: não vale a pena votar porque são todos iguais e somos sempre nós a sofrer, pelo que decidi ir às urnas e meter um boletim com um XIS do tamanho do boletim, com duas diagonais do papel bem visíveis. Assim vêm que alguém não teve preguiça de ir votar mas não considerou nenhum candidato merecedor do seu voto.
Quanto ao triplicado do seu comentário já está resolvido. Bastou fazer clique no desenho que representa um recipiente de lixo que se encontra por baixo do comentário.
Beijinhos
João
Caro João
Agradeço a sua menção generosa à proza de Absolutamente Ninguém!
Proza deve ser do Prozac que a prosa é outra coisa :)
Caro Zé,
Nada tem que agradecer. Limito-me a ajudar a ser conhecido um blog que descobri há pouco e de que gosto. Considero um gesto em benefício da colectividade exercer esta interacção que só não é mais intensa por falta de tempo.
Um abraço
Caro João Soares, aqui lhe deixo um pensamento de um português, dito há 72 anos:
«Ora, seja qual for o sistema de responsabilidade encontrado para o exercício da governação pública, uma coisa é essencial aos governos – a autoridade, no sentido de possibilidade constitucional e efectiva de governar. E não pode crer-se que se chegou a boa solução quando os diferentes poderes funcionam de tal sorte que os governos ou não existem ou não governam: defendem-se. Se os grupos partidários a cada momento se consideram candidatos ao Poder com fundamento na porção de soberania do povo que dizem representar, a maior actividade – e vê-se até que o maior interesse público – não se concentra nos problemas da Nação e na descoberta das melhores soluções, mas só na luta política. Por mais propenso que se esteja a dar a esta algum valor como fonte de agitação de ideias e até de preparação de homens de governo, tem de pensar-se que onde ela atinge a acuidade, o azedume, a permanência que temos visto, todo o trabalho útil para a Nação lhe é ingloriamente sacrificado. Tem de distinguir-se, pois, luta política e governação activa: os dois termos raro correrão a par.»
(Discursos, volume 1º pág. XXXVIII e XXXIX)
17 de Fevereiro de 1935
Dr. António de Oliveira Salazar
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