quarta-feira, 27 de junho de 2007

Política durante a presidência da UE

Nenhum português bem intencionado terá dúvidas em desejar que a presidência portuguesa da União Europeia tenha sucesso e prestigie o País. Para ser alcançado esse resultado, terá de haver um esforço de cooperação de todos os partidos políticos e organizações sociais no sentido nas posições a serem tomadas pelo Governo este evite imperfeições mais ou menos graves. A preparação das decisões deve assentar em estudos cuidados e na consulta dos parceiros políticos e sociais a fim de saírem com elevado grau de excelência. Há que evitar a repetição de erros devidos a arrogância, teimosia («jamais») e vindas a público de decisões que, devido á sua inadequação, suscitam controvérsia e acabam por originar recuos.

O consenso necessário não pode ser interpretado como um cheque em branco entregue nas mãos do Governo; terá que ser conquistado com o diálogo, em que são limadas arestas e obtida a concordância ou, no mínimo, evitada a discordância paralisante.

A tarefa do Governo não vai ser fácil, por se tratar de um semestre em que metade do tempo vai ser vivido em regime de férias, com o calor entediante, e a tentação do «trabalho» na posição horizontal, para o bronze. São três meses em que pouco pode esperar-se de muito positivo. Daí, a necessária acção motivadora e estimulante dirigida a todos os intervenientes nas tarefas governativas.

Mas, envolvendo tudo isso, uma lição deveria ser aprendida pelos políticos, durante estes seis meses de frequentes contactos com os seus congéneres europeus, principalmente o dos países que recentemente deram um notável salto em frente no sentido do desenvolvimento. Com esses, muito se deve aprender de positivo. O seu exemplo merece ser devidamente analisado, adequado ao nosso caso e aplicado com um são critério. Oxalá não venha a ocorrer o contrário, como tem sido hábito, em que se importam as soluções que já provaram ser desajustadas às finalidades construtivas de que necessitamos.

11 comentários:

Anónimo disse...

Caro João,

Sempre que leio os seus Posts não resisto a rir-me com uma certa vontade...e até fico bem dsposta.
Essa da tentação do "trabalho" na posição horizontal para o bronze só de uma cabeça 5 estrelas.

À classe trabalhadora estão a diminuir o tempo para o bronze. e outras coisas mais. Que injustiça de vida...

Milai

A. João Soares disse...

Querida Milai,
Mas este meu texto não se refere a classe trabalhadora que, cada vez está mais explorada e escravizada pelo Poder que lhe saca mais impostos e lhe impões mais sacrifícios.
Essa alusão ao bronze refere-se aos elementos da «classe» política (é a eles que se refere todo o texto) que só pensam no laser e em gozarem da melhor maneira e no maior grau as vantagens da posição que conquistaram com muito «mérito» e «competência»!!!
Beijinhos
João

Al Cardoso disse...

Tambem desejo bom sucesso a presidencia portuguesa, mas mais desejo e que nestes seis meses, se nao esquecam do pais e que so pensem na Europa global!

Anónimo disse...

Caro João Soares, tenho estado sem poder passar muito tempo na net, por excessivo consumo tarifário...estará resolvido no dia 1JUL07 com o aumento do pacote escolhido.

O povo também não pode descansar à sombra da bananeira,ou olhar o País como um problema dos outros, em particular dos políticos.

Temos que acordar da letargia e traçar um rumo.

Não podemos dizer mal dos políticos e ficarmos inertes.
É preciso ideias e saír do conformismo.

Vamos a isso!

Abraço

Mário Relvas

A. João Soares disse...

Caros Cardoso e Relvas,
Sem dúvida que o País não pode parar durante seis meses. E o povo não deve continuar adormecido. O desenvolvimento de Portugal que tem sofrido sucessivos adiamentos por incompetência daqueles que têm o dever de o incentivar, tem de arrancar, antes que se torne um mal irremediável. Os actuais políticos não devem aceitar tornar-se responsáveis, tal como aconteceu com os anteriores, por o País morrer de doença prolongada.
Há que aplicar a terapia adequada com o máximo de rapidez, enquanto é tempo.
Abraçoa

Joana DÁrc disse...

Caro João Soares,

Não posso concordar mais com a sua visão e desejo.
O problema está em que os partidos políticos nos habituaram a vê-los como grupos despojados de interesse nacional e colectivo e, ao invés, dominado pelo próprio interesse do grupo em derrotar o adversário para assim conquistarem o poder/poleiro.
A maioria dos nossos políticos não é digna desse nome. Deveriam chamar-se tão só politiqueiros de meia-tigela.

A. João Soares disse...

Cara Joana dárc,
Muito bem e claramente expresso. Observações como esta devam ser ditas de forma clara e com poucas palavras e a Joana consegue. Parabéns.
Parece que nenhum português isento e livre discordará disto.
Abraço

Anónimo disse...

Querido Amigo João,

Volto para lhe dizer que compreendi perfeitamente o que disse sobre o bronze e a quem se referia. Talvez o meu comentário não tenha sido devidamente explícito. Lembre-se que lhe disse que à classe trabalhadora tiraram eles 2 dias de férias, além de outras coisas que têm vindo a tirar, todas aquelas que refere, para que eles tenham mais tempo para o bronze deles.


Beijo Milai

A. João Soares disse...

Cara Milai,
Aquilo que aqui escrevo não se dirige a uma pessoa em especial. Pode ser lido por todo o mundo, de maneira que aproveito para esclarecer melhor o meu ponto de vista, atendendo a que, numa época em que as pessoas não gostam de ler e o fazem à pressa, nunca é demais explicar. Claro que sei que a Milai tem uma capacidade muito superior à média e não precisa da papinha bem mastigada. E muito me admira de não ter um blog seu, mesmo que apenas escreva nele uma vez por semana. Vá pensando nisso e conte com o meus comentários!!!
Beijo
João

Mentiroso disse...

Pois, este post é uma síntese do que deveria ser o comportamento dos políticos portugueses durante os próximos seis meses. Melhor seria ainda que sempre assim fosse. Está o artigo cheio de boas, justas e correctas ideias, lógicas e objectivas.

Todavia, em face da realidade nacional que é exactamente o contrário, é uma utopia. Não vimos já o prólogo que ilustra tão bem o que se vai passar, em que Sócrates fui acusado de traidor dos direitos humanos pela Human Rights Watch, a qual ainda há dois dias apresentou as suas enormes preocupações a esse respeito ao parlamento europeu?

O que se pode esperar é o que é aguardado internacionalmente, pois que os outros países conhecem a miséria intelectual, incapacidade, atraso mental, etc., dos portugueses em geral, mas sobretudo bem evidenciado no comportamento dos governos, que o sublinham com a arrogância.

O que todos esperam é seis meses perdidos em que os outros países se vão esforçar por não deixar o governo meter a pata constantemente na poça nem cometer erros difíceis de emendar. Um destes já foi cometido e é conhecido, como dito acima. Que se poderia esperar dum bando de rascas corruptos, gananciosos e incompetentes? De certo os abortos não perderão esta oportunidade para demonstrarem aquilo que são e do que são capazes. Difícil de adivinhar? Basta seguir a linha traçada. Mas claro que tudo isto será apresentado aos portugueses como um êxito agradecido pela comunidade europeia. Pobres população de lorpas.

A. João Soares disse...

Certamente, os encarregados da propaganda e da lavagem ao cérebro da população irão ter muito que fazer para dourar a pílula e fazer-nos engolir gato por lebre. No fim de todos os erros, a população veste o seu bibe lavado e vai para o recreio dar vivas ao senhor PM. Depois os meninos ouvem um lindo discurso bem decorado, dito em estilo robótico, muito optimista, que não entendem mas que os deixa cheios de alegria até à hora da telenovela da TV.
Abraço