Portugal é o 6.º país da UE com maior uso de energias renováveis, tendo a produção eólica nacional crescido 59%, nos primeiros quatro meses do ano, face a igual período do ano passado. Esta conclusão consta dos dados ontem divulgados pela Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) e que dão conta, ainda, de que a produção total de energia eléctrica, a partir de Fontes de Energia Renováveis (FER), aumentou 37%, no mesmo período. Em Abril, a produção eólica foi 23% superior à registada no mesmo mês do ano passado.
Mas temos que recordar que, com demasiada frequência, algumas organizações ecologistas têm criado obstáculos a empreendimentos produtores de desenvolvimento económico, benéfico para a generalidade da população, usando argumentos quase ridículos que mais tarde são colocados de lado, mas apenas depois de terem causado atrasos prejudiciais.
Foi notório, há poucos anos, o esforço desenvolvido por ecologistas contra o aproveitamento da energia eólica, argumentando que os aerogeradores iriam causar graves danos na fauna voadora. Ignoravam que todos os animais têm inteligência que lhes permite uma razoável adaptação às condições do espaço em que vivem e em que se deslocam. Como se viu atrás, este conflito foi ultrapassado mas, se ele não tivesse existido, a nossa factura de energia importada já há muito teria sido mais reduzida, com benefício para o défice orçamental, para a balança comercial, para o desenvolvimento do País e para o PIB per capita.
Sinto-me à vontade para sublinhar os exageros de ecologistas porque sou um defensor acérrimo do ambiente, de forma sensata, orgulhando-me de ter colaborado com o Rádio Clube de Sintra, com uma pequena intervenção diária, voluntária, sem qualquer remuneração, durante um semestre no início da década de 1990, tendo depois escrito cartas para os jornais em momentos adequados, e já publiquei em blog alguns textos sobre tais temas.
Com base nestes dados e em projectos esboçados de cinco novas barragens, o ministro da Economia, Manuel Pinho, assumiu que Portugal tem condições para se tornar exportador de electricidade dentro de quatro a cinco anos. Mas esta esperança do ministro não parece ser totalmente credível, por os jornais afirmarem que nos outros países a energia é mais barata por ser produzida em centrais nucleares, o que torna o nosso excesso de produção pouco competitivo e, portanto, dificilmente vendável.
Almirante Gouveia e Melo (I)
Há 1 hora
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