quinta-feira, 28 de junho de 2007

Socialismo versus liberalismo

Este texto recebido por e-mail, da autoria de José Pires irá juntar-se a muitos outros sobre teoria política, para enriquecimento da nossa cultura e dar mais sustento às nossas meditações.

SOCIALISMO O MESMO QUE LIBERALISMO? ESSA, NÃO!
Jose Pires

O Liberalismo, sistema económico em que militou Frederich Hayek, Prémio Nobel de Economia em 72, foi um sistema que nunca foi posto em prática, na opinião daquele distinto professor, que era visceralmente contra o chamado Socialismo.

Mas a utopia socialista encontrou eco em muitas consiências bem intencionadas, que viram ali a salvação da Humanidade e o caminho para a felicidade humana. Cedo, houve quem visse que o sistema não passava de um rosário de pias intenções, sem hipótese de alcançar (nem de perto!) os objectivos para o qual fora criado.

Nos países do norte da Europa, principalmente, a ideia socialista foi substituida pela Social-Democracia, que pretendia alcançar o Socialismo pela via reformista (por etapas) em vez da revolução imediata para o implementar, nem que fosse pela força. A Social-Democracia foi desde logo olhada como o principal inimigo dos ditos socialistas ortodoxos, onde se incluiam, claro, os marxista-leninistas.

Mas a Social-Democracia foi até agora o sistema político-económico que melhor qualidade de vida ofereceu às populações. Portanto, confundir tudo isto sob a designação de "Socialismo" é um perfeito disparate. Até porque o Socialismo nunca existiu e o que se conseguiu implementar não passou de um completo e rotundo falhanço. Pura e simplesmente, o Socialismo NÃO FUNCIONA!

A Humanidade terá, pois, de inventar "uma Terceira Via", como foi o caso do senhor Tony Blair, que o conflito no Iraque acabou por empurrar para fora do nº 10 de Downing Street.

Mas já se perfilam os tais "socialistas-ortodoxos" a olhar para a chamada "Terceira Via" da mesma forma que o fizeram no primeiro quartel do séc. XX em relação à Social-Democracia.

Infelizmente para eles, o Capitalismo é o único sistema económico que funciona e gera riqueza. E só com riqueza acumulada se poderá, enfim, implementar uma mais equitativa repartição por todos os cidadãos, propiciando aquilo que se designa por "Sistema de Segurança Social Europeu". Nos Estados Unidos, que eu saiba, o espectro partidário divide-se entre Republicanos e Democratas, sendo estes últimos, teoricamente, mais sensibilizados para os problemas de ordem social, representando, por isso, a ideia de "esquerda" vigente nos States. Os americanos poderão encontrar as designações que entenderem mas Liberalismo não é o mesmo que Socialismo, por mais que o afirmem.
O Socialismo, portanto, não existe. Nunca passou de uma ideia generosa que só gerou o contrário daquilo que prometia - justiça social.

E a Justiça Social é uma ideia que a Humanidade não perderá, nunca, de vista, por mais voltas que o mundo dê, dêm-lhe lá o nome que entenderem.
Com amizade José Pires

4 comentários:

Mentiroso disse...

Boa descrição, fiel e quase completa. Apenas não concordo num ponto e gostaria de acrescentar algo mais.

Está um pouco desactualizada. Há muito que os partidos socialistas perderam as características acusadas. Tal como os partidos comunistas já não são nada daquilo que eram há uns vinte anos atrás, sobretudo no após Corbatchev, os socialistas ainda se adaptaram muito antes.

De notar que os partidos sociais-democratas dos descendentes dos Vikings não têm quase parecença com o homólogo português. Pode mesmo afirmar-se sem sombra de dúvida que os partidos portugueses não têm grande parecença com quaisquer dos seus equivalentes à parte no nome. Evidentemente, isto deve-se à corrupção e arrogância dos políticos que os compõem e não a os próprios partidos. Uma coisa é certa, as ideologias que deveriam marcar as diferenças são sempre postas de parte pelos interesses gananciosos e corruptos. Em Portugal, os partidos não podem ser comparados como os dos países civilizados em que os políticos são mantidos à trela e açaimados como sabujos. Pois se eles até fazem leis para legalizar a corrupção ilegítima.

De não esquecer que foi o partido social-democrata português que, conduzido Por Cavaco e Silva, nos pôs de tanga e sem médicos.

Já todos os parvalhões se terão também esquecido que as recentes intenções desse partido, de acordo com o que anunciaram a toque de trombetas e de tambores, era de fazer múltiplas vezes pior do que o actual governo quanto à saúde e seg. soc. Só não o fizeram por não terem tido tempo. As idiotices da Ota e do comboio são também de sua autoria. Foram estes três factos que têm feito a sua oposição ridícula.
Serão estas atitudes as dum partido social-democrata? Só se for português.

A. João Soares disse...

Quanto mais se torna evidente a raridade, originalidade do caso português, maior é a preocupação quanto ao futuro. A falta de uma directriz ideológica que se sobreponha aos interesses mesquinho de cada um, a falta de capacidade gestora dos políticos colocam em risco não só qualquer hipótese de desenvolvimento sustentado, mas pior ainda arriscam o esbanjamento do património que vinha do antecedente.
Nem quero dizer mais...
Abraço

Anónimo disse...

socialismo existe, o q não existe é comunismo

A. João Soares disse...

Há anónimos muito esclarecidos mas que não assumem com uma assinatura o seu saber. Realmente o socialismo existe no papel, teoricamente. Mas na prática, não se apresenta evidente. Para não falar na bagunça nacional, cito o caso da Grã-Bretanha em que o Tony Blair tomou decisões mais de direita do que a Tatcher tinha tomado, por exemplo nas privatizações.