Transcrito do blog «Portugal Actual», com apreço e consideração.
O primeiro-ministro promete o “futuro” e a “modernização”, mas em troca exige o silêncio e a obediência do País.
Em Portugal, sem a máxima autoridade, os Governos caem na inacção, resvalam para a incompetência e acabam sem honra ou glória na próxima eleição. Sócrates não foge à pequena regra da política nacional – o primeiro-ministro promete o “futuro” e a “modernização”, mas em troca exige o silêncio e a obediência do País. O sonho de Sócrates passa por governar um País de funcionários, obedientes e zelosos, agradecidos na sua humildade.
Para um funcionário não existem actos heróicos, apenas a obediência ditada pela necessidade e o reconhecimento feliz pela governação iluminada. Mas para Sócrates a obediência parece pouco. No seu estilo imperial, o primeiro-ministro deseja ser amado pelo povo.
E se o povo se mostra incapaz de tanto amor? A disciplina do professor Charrua, o opinião do blogue “Portugal Profundo”, a caricatura da fotocópia-poster no Centro de Saúde de Vieira do Minho, são casos manifestos de falta de amor pelo Governo. A ingratidão que se revela na ausência de tão justo amor só pode significar hostilidade ao Governo. Enquanto a oposição da República vegeta e a imprensa alimenta a ficção de um “estado de graça”, Portugal aceita com passividade o desrespeito pelos fundamentos de uma sociedade liberal – a limitação do poder político e a liberdade fundada na autonomia e na responsabilidade dos cidadãos.
A ambição de Sócrates é pois um projecto de poder. E um projecto de poder encerra riscos que o primeiro-ministro persiste em ignorar.
Primeiro, quando o poder excede a capacidade de realização, a acção política tende a ser mal dirigida, dando origem ao sentimento de impunidade e consequente revelação da incompetência.
Segundo, quando o poder excede a medida da necessidade, a acção política perde o rigor da proporção e o sentido da realidade, dando origem a uma variante da doença bipolar.
Terceiro, quando o poder excede a tolerância dos governados, a revolta das urnas termina rapidamente com a ambição de uma aventura política.
Se Sócrates pretende a fidelidade e a obediência que seguem o amor verdadeiro, esqueça o povo e compre um cão.
Excelente artigo de Opinião de Carlos Marques de Almeida, ‘Senior Associate’ do st. Antony’s College, Oxford... Realmente é melhor ele comprar um cão!!!!
Posted by Espectadora Atenta em «Portugal actual»
DELITO há dez anos
Há 25 minutos
3 comentários:
Não estou de acordo que um funcionário chame filho da... ao primeiro-ministro, muito menos em instalações estatais.
Também não entendo a afixação do cartaz jocozo numa instalação oficial onde trabalham, dependente desse ministro que ofende, embora as palavras do ministro sejam de interpretação duvidosa e de mau político.Há outros sítios.
Em relação ao Do Portugal Profundo, só tenho a dizer, que quem não deve não teme e, tal como qualquer um de nós pode sentir-se "menos bem" com algumas afirmações, colocando uma acção na justiça. Acho que o nosso colega bloguista, poderá fazer "jurisprudência", se provar o que diz e colocar uma contra-acção em relação ao queixoso inicial. São regras democráticas, para ambos, devidamente enquadradas no CP...esperemos!
Também não concordo, nunca concordei com certa forma de escrever, mas neste caso específico, sou pouco atento ao blog em questão, mas encontro blogues, que eses sim, mereciam uma acção...de português correcto, não de gramática, mas de educação.
Continuarei atento a ver onde iremos parar... claro que somos activos e temos que contribuir para a opinião.
O governo tem reformas, mas poderiam ser explicadas e não empurradas aos solavancos. Portugal precisa de um rumo claro, que não sentimos e não ouvimos!
Devemos dizer o que pensamos sem entrar por linguagem de caserna, boçal, ou apenas maldizente. Por isso, sou um leitor e comentador dos textos do amigo João Soares!
Abraço
MR
Caro Mário Relvas,
Muito agradeço as suas palavras sensatas e amigas.
Um abraço
AJS
Caro João
Agradeço a sua simpatia e cordialidade...Um abraço desta sua amiga!
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