sábado, 7 de julho de 2007

Premiar para estimular

Uma pequena notícia do JN que poderá passar despercebida a muitos leitores mostra um exemplo a seguir, nomeadamente na distribuição de «rebuçados» em festas como as do 25 de Abril ou do 10 de Junho. É indispensável estimular a imitação dos melhores, apontar exemplos a seguir, distinguir as virtudes.

O município de Lambeth, em Londres entregou prémios por cidadania ou mérito escolar a sessenta alunos de expressão portuguesa para estimular as crianças e também os pais.

Os alunos receberam cem libras (149 euros) para premiar o aproveitamento escolar, o progresso durante o ano lectivo, a assiduidade e, no caso do prémio de cidadania, a responsabilidade e a ajuda aos outros.

Luísa Ribeiro, professora consultiva para o sucesso dos alunos portugueses em Lambeth disse que "existe uma auto-estima muito baixa e uma grande falta de auto-confiança dos pais, que se reflecte nos filhos" e, com os prémios aos que se distinguem, pretende-se estimular o desenvolvimento das melhores qualidades.

O sinal mais evidente é o fraco desempenho dos dois mil alunos lusófonos, o maior e também o pior entre os grupos linguísticos deste município, onde se falam 160 línguas e cuja população escolar é composta em 75% por minorias étnicas.

Por cá, usa-se o comportamento oposto, procurando enxovalhar quem se distingue, reduzindo-o a pó. Isto faz lembrar a perspicácia de Luís de Camões, ao terminar os Lusíadas com a palavra inveja. Se não valorizarmos os melhores, o País não avançará. A desejada igualdade de oportunidades não deve ser interpretada como igualdade de remunerações e compensações. A cada um segundo o seu mérito, como a bíblia ensina na «parábola dos talentos».

2 comentários:

Anónimo disse...

"País que não se governa, nem se deixa gvernar", mas onde "alguns" se governam bem!!

Abraço

A. João Soares disse...

Não podemos duvidar que os (alguns) políticos sejam inteligentes, mas o seu desempenho, para ser compreendido, leva-nos a duvidar da sua honestidade mental. São muitos os sinais de falta de lógica, coerência e convergência das acções para objectivos bem definidos em benefício dos interesses gerais do País.
Abraço