terça-feira, 17 de julho de 2007

A tigela de madeira

Uma linda lição de vida de autor desconhecido, recebida por e-mail, que em época de egoísmo e insensibilidade, representa algo de importante na nossa orientação e dos nossos amigos. Merece ser divulgada e ocupar uns momentos de reflexão. Como fizeres assim acharás.

Um senhor de idade foi morar com seu filho, nora e o netinho de quatro anos de idade. As mãos do velho eram trémulas, sua visão embaçada e seus passos vacilantes.

A família comia reunida à mesa. Mas, as mãos trémulas e a visão falha do avô o atrapalhavam na hora de comer. Ervilhas rolavam de sua colher e caíam no chão. Quando pegava o copo, leite era derramado na toalha da mesa. O filho e a nora irritaram-se com a bagunça.

- "Precisamos tomar uma providência com respeito ao papai", disse o filho.
- "Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente comendo com a boca aberta e comida pelo chão."

Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha. Ali, o avô comia sozinho enquanto o restante da família fazia as refeições à mesa, com satisfação.

Desde que o velho quebrara um ou dois pratos, sua comida agora era servida numa tigela de madeira.

Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às vezes ele tinha lágrimas em seus olhos. Mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram admoestações ásperas quando ele deixava um talher ou comida cair ao chão.

O menino de 4 anos de idade assistia a tudo em silêncio. Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho pequeno estava no chão, manuseando pedaços de madeira.

Ele perguntou delicadamente à criança:
- "O que você está fazendo?" O menino respondeu docemente:
- "Ah, estou fazendo uma tigela para você e mamãe comerem, quando eu crescer."

O garoto de quatro anos de idade sorriu e voltou ao trabalho. Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles ficaram mudos. Então lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.

Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava ser feito. Naquela noite o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmente conduziu-o à mesa da família.

Dali para frente e até o final de seus dias ele comeu todas as refeições com a família. E por alguma razão, o marido e a esposa não se importavam mais quando um garfo caía, leite era derramado ou a toalha da mesa sujava.

De uma forma positiva, aprendi que não importa o que aconteça, ou quão ruim pareça o dia de hoje, a vida continua, e amanhã será melhor.
Aprendi que se pode conhecer bem uma pessoa, pela forma como ela lida com três coisas: um dia chuvoso, uma bagagem perdida e os fios das luzes de uma árvore de natal que se embaraçaram.
Aprendi que, não importa o tipo de relacionamento que tenha com seus pais, você sentirá falta deles quando partirem.
Aprendi que "saber ganhar" a vida não é a mesma coisa que "saber viver".
Aprendi que a vida às vezes nos dá uma segunda chance. Aprendi que viver não é só receber, é também dar.
Aprendi que se você procurar a felicidade, vai se iludir. Mas, se focalizar a atenção na família, nos amigos, nas necessidades dos outros, no trabalho e procurar fazer o melhor, a felicidade vai encontrá-lo.
Aprendi que sempre que decido algo com o coração aberto, geralmente acerto.
Aprendi que quando sinto dores, não preciso ser uma dor para outros.
Aprendi que diariamente preciso alcançar e tocar alguém. As pessoas gostam de um toque humano – segurar na mão, receber um abraço afectuoso, ou simplesmente um tapinha amigável nas costas.
Aprendi que ainda tenho muito que aprender...

E por tudo isso acho que você deveria guardar esse texto e enviá-lo para os seus amigos. Às vezes eles precisam de algo para iluminar seu dia.

As pessoas se esquecerão do que você disse...
Esquecerão o que você fez...
Mas nunca esquecerão como você as tratou.

4 comentários:

Amaral disse...

João Soares
bela história e bela lição de vida.
Abraço

A. João Soares disse...

Caro Amaral,
Nos meus tempos de criança aí perto de Viseu, ouvi que um filho ia levar o pai velhinho à serra e estava para o abandonar perto de um penedo, mas o pai pediu para o deixar um pouco mais adiante «porque foi aqui que deixei o teu avô». O filho ficou chocado e respondeu «mas então isto é tradição? O meu filho também me trará para aqui morrer. Venha daí». Pegou no pai às costas e voltou com ele para casa.
Há uma outra história de uma manta, em que o pai disse: «rasga a manta ao meio e leva metade para te servir quando o teu filho te trouxer para aqui».
Seria bom que os jovens aprendessem a respeitar os idosos, porque, na melhor hipótese, eles também virão a sê-lo.
Abraço

Amaral disse...

João
belos pedaços de história, que sendo ou não totalmente verdadeiros nos fazem pensar. Já agora junto-lhe um adágio popular "Filho és, pai serás, como o fizeres, assim o acharás".
Abraço

A. João Soares disse...

Caro Amaral,
Saber popular de outros tempos. À medida que os tempos passam as tradições e o saber popular desaparecem sem ficar substituto. Cada vez se sabe menos e um dos sinais mais significativos é o emprego da máquina de calcular para efectuar contas a que antigamente se chamava cálculo mental.
Abraço