No jornal «Semanário» de hoje, na página 7, um artigo de página inteira assinado pelo director tem um erro crasso no título. Será que o autor do erro foi o director? Se foi, é pena que isto tenha acontecido. Se não foi, deve «puxar as orelhas» ao ignorante que o deixou nesta posição de vergonha. «À espera» não deve escrever-se «há espera», porque não se trata de um tempo de verbo haver. Um erro destes num título é demasiado gritante para passar despercebido, embora seja um erro frequente mas no sentido contrário, a ausência do «h» quando ele é necessário.
Transcreve-se o título, o início e o fim do artigo, onde seria provável que surgisse uma ideia que pudesse justificar o «h». Mas nada nos conduz a ele.
Há espera que Sócrates exija mais de si próprio
por Rui Teixeira Santos
2007-08-30 23:29
O que vamos ver na rentrée deste fim-de-semana é se a direita tem discurso, tem alternativa, entende verdadeiramente o país ou se mais uma vez deixa todo o espaço a José Sócrates e ao governo socialista.
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Com uma oposição pior que ele e sem exigência interna, que fará Sócrates por seu lado nesta rentrée? Ocupará o discurso alternativo, será ele mesmo a alternativa de si próprio?
O que parece evidente é que se não fizer nada, rapidamente será confrontado com a pressão externa da Europa para o fazer. Como acontece na Economia, provavelmente iríamos empurrados, á boleia dos europeus. Mas, nesse caso, seríamos sempre pobres, condenados a ser os mais pobres da Europa.
Enfim, se as oposições não são capazes de exigir mais do governo, resta-nos, a nós, apenas, esperar que José Sócrates exija mais de si próprio.
A Decisão do TEDH (399)
Há 36 minutos
4 comentários:
Meu caro A. João:
Olhe, gostei muito da frase com que é rematado este duplo artigo.
Quanto a erros crassos, eles são tão frequentes que já nada me admiro que "exista uma espera a Sócrates", e se for para o zurzir...ainda melhor! eheheheh!...
Já agora, por favor emende aquele "por que" separado (linha 6), pois no caso escreve-se junto (porque, porquanto, pois, - conjunção causal!).
Mas este, sim, é um problema real com que os portugueses se debatem na escrita. Estas são as imprecisões perfeitamente admissíveis. A que refere no jornal é uma valente calinada!
Um abraço e desculpe o atrevimento de o corrigir mas, logo neste post, não fica bem. Eheheh!...
E já agora, o meu atrevimento total, apenas como contributo para a boa escrita da nossa língua.
Escreve-se por que:
A) Quando 'por' é preposição e 'que' é pronome relativo (isto é, por que = pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais). Exemplos: "Este é o dinheiro por que (pelo qual) vendo a casa." "A ideia por que (pela qual) luto é a melhor." "Os 100 contos, por que (pelos quais) vendi o carro, dá-los-ei aos pobres." "Estão à vista as causas por que (pelas quais) ainda te conservas na minha casa."
B) Quando 'por' é preposição e o 'que' é pronome interrogativo adjunto: (chama-se adjunto por vir junto dum substantivo, ligado a ele pelo sentido). Exemplos: "Por que (= por qual) razão/motivo/causa/pretexto, etc., não vieste ontem?" "Por que (= por quais) livros aprendeste?"
C) Quando 'por' é preposição e 'que' é pronome interrogativo: "Por que esperas? (= por que coisa esperas?)". "Que coisa esperas?"
Um abraço.
O texto não tem um erro, tem três, pelo menos.
Para a sua extensão não me parece muito. Penso que se trata de meros enganos, aqueles a que os britânicos chamam "typing errors".
A culpa, em princípio é do revisor ou da falta dele.
Já dei por mim a cometer calinadas do género, embora soubesse muito bem como se escreve. Quem já passou pelo teste de submeter grandes textos ao revisor, fica muitas vezes estarrecido com o que escreveu. Sem querermos, damos muitas vezes erros de palmatória.
De resto, até gostei do texto, que retrata os males que afligem os portugueses que não nasceram de rabo para a Lua. Só tenho pena de que não tenham sido apontadas soluções. Eu cá aopresento: corram co o Marques Mendes, corram com o Menezes, limpem o PSD e ponham lá alguém à altura.
Caros Amigos J.G e De Profundis,
É mais fácil ver o cisco no olho do vizinho do que o argueiro no nosso. Os ditados encerram muita sabedoria. Mas a lição sobre o porque e do por que é de mestre e vou procurar nunca a esquecer, se bem que é um erro que não me é frequente. Mas o que começa a preocupar-me são erros de teclado com letras trocadas, repetidas, em falta, etc. Essa do «por que» pode muito bem (mal) ter sido um dedo que fez o que não devia tendo armado em astronauta e ido ao espaço indevidamente!!!
Mas num tema destes, impunha-se mais cuidado do revisor!!!
Porquê esta sensibilidade para o HÁ? É que todos os dias encontro em blogs muitas faltas do agá, e aqui acabei por encontrá-lo a mais!!!
Um abraço com agradecimentos pelos reparos
A J S
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