Alentejo quer formar 11 mil trabalhadores no turismo
Roberto Dores
O sector turístico alentejano vai precisar de duplicar os 11 mil trabalhadores que actualmente preenchem os quadros das unidades hoteleiras para responder aos vários investimentos previstos para a região, nos próximos cinco a dez anos. As micro, pequenas e médias empresas receiam, por isso, perder a mão-de-obra para os grandes projectos e reclamam uma "urgente formação" de pessoal, que pode passar pela instalação em Évora de uma escola de hotelaria.
A preocupação da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo (ARPTA) tem por base os cinco mil novos empregos previstos para os empreendimentos do Litoral Alentejano - Pinheirinho, Costa Terra e Tróia Resort -, a que se seguem mais seis mil para integrarem as 11 unidades territoriais previstas para Alqueva e para os cinco complexos que já obtiveram o estatuto de Potencial Interesse Nacional (PIN) projectados para Évora - Herdade dos Almendres, Évora Safari Park, Herdade dos Padres, Herdade das Fuzeiras e Évora Resort. Este último é liderado por Jaime Antunes, um empresário que ambiciona transformar a capital do Alto Alentejo num destino de golfe, através de um investimento global de 800 milhões de euros.
E os empresários debatem-se já com a falta de mão-de-obra qualificada, uma vez que apenas 20% dos trabalhadores frequentaram cursos de hotelaria e turismo. "Corremos sérios riscos de ver as grandes unidades irem buscar pessoal às empresas pequenas, quando precisarem de 200 ou 300 trabalhadores", alerta Francisco Zambujinho, presidente da ARPTA.
O presidente da Região de Turismo de Évora, João Andrade Santos, garante que o plano turístico para o Alentejo projectado em 2002 falhou, justamente, "devido à falta de recursos humanos", aproveitando para reivindicar para Évora uma escola superior de hotelaria.
E a crescente procura parece justificá-la. Até Agosto, as 134 unidades hoteleiras do Alentejo tiveram uma receita de 40 milhões de euros, quando no período homólogo de 2006 não foram muito além dos 30 milhões.
NOTA: O desenvolvimento do País depende do dinamismo dos empresários, da sua capacidade de prever, planar definir uma estratégia de longo prazo. Isso não cabe ao Governo e a população não pode esperar dele o impossível. Aos poderes políticos compete criar as normas que enquadrem as iniciativas privadas, acelerando-as e não as entravando com burocracias que só interessam à corrupção e prejudicam o País.
A Figura do Ano
Há 3 minutos
4 comentários:
O nosso problema ao nível de qualificar a mão de obra, reside no facto de não darmos o devido valor ao ensino profissional, herdeiro das antigas escolas comerciais e industriais.
Enquanto este ensino for tratado como parente pobre do Ministério da Educação, áreas como o Alentejo continuaram a sofrer com esta carência de mão de obra.
Muito do futuro deste país a nível cientifico e de inovação empresarial terá de ter sempre por base o ensino profissional!
Totalmente de acordo. A maior asneira do 25 de Abril foi o encerramento das escolas comerciais e industriais. Alegava-se que se condenavam as crianças a não seguirem para a universidade. Mas é errado porque temos muitos licenciados e até professores universitários oriundos dessas escolas. Tive um deles como professor num curso pós-graduação - o Curso Superior de Management do INII (Instituto Nacional de Investigação Industrial). Serralheiro, Marceneiro, etc aprende-se na adolescência e não na vida adulta depois de se ter falhado na universidade, altura em que já não se tem disposição para ser aprendiz, por falta de humildade e de motivação. E, por isso, Portugal fica nas mãos de imigrantes que vêm fazer aquilo que os portugueses não querem ou não sabem fazer, acabando por haver desemprego e termos cá muitos estrangeiros a trabalhar.
O futuro deste país está em risco.
Abraço
João
Espero que ao governo não caiba só a promessa de tantos mil postos de trabalho e não cumprimento.
Esta iniciativa é de louvar, mas o governo não pode fugir às suas responsabilidades, nem tão pouco às... promessas.
Boa semana
Abraço
Caro Amaral,
O cumprimento da promessa do Governo de criar empregos não é cumprível a não ser na entrada de mais assessores e, nisso, tem cumprido, dando salários a todos os «boys» e girls» ligados à camarilha do Poder. Quem pode criar emprego são os empresários e são os próprios criando actividades económicas, empresas em nome individual.
Nas escolas devia ser dada preparação para a vida prática, criando gosto pela gestão, saber planear e decidir e ter capacidade para correr riscos calculados e evitar aventuras fantasiosas e demasiado perigosas.
O governo, por si, pouco pode fazer directamente para criar milhares de empregos, pelo que a promessa que refere não era honesta, não passando de propaganda de má qualidade.
Um abraço
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