segunda-feira, 29 de outubro de 2007

O «Big Brother» de Orwell, por cá...

Transcrição do artigo de Mário Relvas no blog Aromas de Portugal. Assim se vê que cada cidadão é controlado passo a passo, tanto em casa como na rua, a pé ou de carro. O escritor George Orwell, há cerca de 70 anos fez uma profecia exacta. Portugal está a torná-la real.

Escutas rigorosas

O Ministro da Justiça diz que as Escutas são rigorosas. Lá saberá ele o que isto quer dizer... Na verdade agora também foi alargado às outras polícias (PSP e GNR), a "possibilidade" de proceder às ditas escutas telefónicas. Mas as escutas não são apenas aos telefones... e a internet? Os e-mails?

A PJ não era suficiente para proceder às escutas? Porque o alargamento às polícias que deviam andar no terreno em prevenção criminal e de alteração de ordem pública? Terá como objectivo o controle de uns e outros, para que se intimidem? É claro que é a mando de "juízes"...tudo muito legal!

O Procurador Geral disse que poderia estar a ser escutado, pois ouvia uns barulhos no telemóvel. Caiu o Carmo e a Trindade. Não foi descoberto um microfone no gabinete do anterior procurador? A quem interessa a escuta do procurador?...E dos cidadãos não criminosos? Será a um juiz qualquer e com que matéria factual?

Interessa também dizer que a PJ está com défice de pessoal em relação ao passado, e os processos para investigação, que são directamente proporcionais ao aumento da criminalidade, fá-los sentir impotentes, actuando conforme a "gravidade" do crime e o grau da sua exposição mediática.

Para lá disto, hoje podemos ser "escutados" quando utilizamos o cartão de multibanco numa caixa ATM, quando pagamos qualquer compra num estabelecimento comercial com cartão de débito/crédito, quando utilizamos a Via Verde nas autoestradas, quando somos filmados nos centros comerciais ou parques de estacionamento, nas bombas de gasolina... Quanto ao telemóvel, mesmo que não seja utilizado, desde que ligado, possibilita o controle da área onde se desloca, indicando claramente a zona onde se encontra... e os portugueses adoram telemóveis.

Defendi sempre o uso de escutas em assuntos do foro criminal, devidamente sustentadas em factos e investigação, mas estou em desacordo com esta situação, em que não sabemos bem quem é quem e, o quê... Serão as escutas utilizadas apenas para investigar crimes e só crimes? Visarão estas a segurança do estado? Aqui deixo as perguntas, que como é óbvio, não terão resposta!
Por Mário Relvas

5 comentários:

Amaral disse...

João
Tanto se fala noutros tempos, noutros lápis de outras cores, noutros govenantes, ditadores ou não, e tanto se esquece ou quer branquear os tempos que vivemos no pós-revolução dessas flores de cor encarnada.
Boa semana
Abraço

A. João Soares disse...

Tudo querem condicionar, até a memória. O que é preciso é desviar a atenção daquilo que dói.
E, quanto à memória individual, está provado que as coisas antigas perduram mais, enquanto as recentes ficam mal coladas e esquecem rapidamente! Parece que a dificuldade é a retenção na colagem e não na recuperação.
Ma os políticos têm artes de prestidigitadores, além de vendedores de vigésimos premiados, as chamadas promessas falsas.
Estamos completamente controlados e ainda querem aperfeiçoar o sistema, com o argumento de que há perigo de terrorismo!!!
Um abraço

Anónimo disse...

Caro João Soares, confirmo o texto, pois como o aromas sofreu uma alteração, não está visível.

CURIOSO ou talvez não, é que esse texto seguiu para vários jornais e recebeu uma nega...

Á sua consideração!

Abraço

A. João Soares disse...

Caro Mário Relvas,
Os jornais dependem muito da publicidade institucional. Convém-lhes estar bem vistos pelos governantes. A sintonia, por «his master's voice» paga dividendos. Os jornalistas têm muito poder e, por isso, o Governo tudo faz para os ter na mão.
Um abraço

A. João Soares disse...

O problema, por ser grave, não é esquecido pela imprensa Intercepções telefónicas dominam conferência