A apatia da generalidade da população não é benéfica ao desenvolvimento sócio-económico e cultura do País. Torna-se imperioso que se desenvolva a noção do direito e dever de cidadania, isto é, de os cidadãos contribuírem com as suas opiniões para evitar erros e abusos da governação e sugerirem pistas e rumos mais consentâneos com um futuro mais positivo.
Nesse sentido, Mário Soares apelou para o exercício do direito de manifestar a indignação. Também, mais recentemente, Cavaco Silva aconselhou a participar na vida pública evitando a resignação.
Há dias no blog Mentira era recordada a frase de Thomas Jefferson, terceiro presidente dos EUA: «Quando o governo receia o povo, há liberdade. Quando o povo receia o governo, há tirania.»
Será que o nosso povo tem medo de represálias por emitir a sua opinião? Será que isso significa haver tirania?
Pelas palavras proferidas pela mais alta entidade nacional de há uns anos atrás e pela de agora, parece que se trata de uma moléstia crónica herdade e ainda não superada. Mas...
Não são tão raros como desejaríamos os casos que justificam o medo sentido pelo povo: Charrua, António Caldeira do «Portugal Profundo», Directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho, a repressão de manifestantes em Guimarães, a repressão de ontem em Montemor-o-Velho, etc.
Ontem, em Montemor-o-Velho os populares que não aplaudiram o primeiro-ministro foram isolados pela GNR que os rodeou com uma fita plástica tentando que permanecessem no local e procedeu à sua identificação, enquanto os que aplaudiam se podiam deslocar livremente.
Momentos antes da chegada de José Sócrates, elementos da Guarda Nacional Republicana retiraram aos sindicalistas uma faixa o que os levou a gritar palavras de ordem como "25 de Abril sempre! Fascismo nunca mais!".
Sócrates considerou que a manifestação era um insulto organizado pelo PCP, ao que Jerónimo de Sousa, reagiu com ironia: "bem gostaria" que os protestos contra o actual Governo socialista envolvessem apenas comunistas, já que seria um sinal de que teria "maioria absoluta" em próximas eleições. Realmente, a maioria absoluta não será certamente do PCP, mas dos descontentes a quem retiraram maternidades, escolas, centros de saúde, urgências, regalias a que tinham direito, das mães que deram à luz em Badajoz e nas ambulâncias de bombeiro, etc.
Parece que Thomas Jefferson ainda hoje tem razão!!!
Lápis L-Azuli
Há 9 minutos
6 comentários:
Caro AJS o seu blogue ao pé de outro que anda para aí é muito suave. Já lá não vamos com palavras suaves.
Dê uma olhadela nos últimos posts que coloquei no Aromas...
POR PORTUGAL!!
Caro Relvas,
Obrigado pela sua visita e pelos seus conselhos. Visitei os seus posts e deixei comentários. Penso que o meu estilo é este e que a «a bon entendeur demi parole suffit».
Não sei a que «outro» blog se refere.
Um abraço
Portugal 2007.
Abraço
Paulo
Paulo Sempre,
A virtude da síntese| Estamos, realmente, perante um marco miliário da época hodierna! Abraço
Como estou a comentar já na Terça-feira, há mais um pequeno episódio a juntar aos referidos:
O zêlo de dois polícias que passaram busca e retiraram documentação à delegação da Fenprof na Covilhâ, no intuito de evitar maçadas ao senhor Primeiro Ministro.
É bonito, fica-lhes bem e está de acordo com o normal procedimento das forças da ordem, num estado de direito.
Acham eles.
Abraço
Cara Sininho,
Os polícias fizeram isso com ordens superiores. Porquê irem à paisana? Nem tiveram a coragem de assumir o seu acto! Certamente não levavam mandado de busca passado por um juiz para invadir propriedade privada!
Qual a diferença entre isto e a antiga PIDE?
Já são muitas as evidências do desnorte e do pânico em que estão os governantes. Portugal vai sofrer muito nos próximos tempos. Espere-se pelo fim da presidência da UE, quanto estes incompetentes estiverem mais libertos dessas preocupações e se atirarem intensamente ao «massacre» dos que emitem opinião.
Qual direito à indignação do Mário Soares ou qual acabar com a resignação do Cavaco! Estamos todos sujeitos à tirania destes oligarcas. Temos que fazer musculação paa aguentar a luta.
Abraço
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