quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Presidente do LNEC desmente Sócrates e Lino

Governo conhece conclusão desde Dezembro

O primeiro-ministro conhece as conclusões do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) sobre o novo aeroporto de Lisboa desde 19 de Dezembro, garantiu, ontem, o presidente do organismo. Segundo Carlos Matias Ramos, o ministro Mário Lino, por seu turno, estava ao corrente da preferência por Alcochete desde o início de Dezembro.

De acordo com Matias Ramos, que falava numa audição na Comissão parlamentar de Obras Públicas, o primeiro-ministro chamou-o à residência oficial no dia 19 de Dezembro onde, numa reunião em que também estavam os ministros Mário Lino e Silva Pereira, apresentou as conclusões do estudo que foi revelado publicamente a 10 de Janeiro passado. Na altura, explicou, ficou decidido que se manteria silêncio sobre o documento, para que a decisão pudesse depois ser tomada "sem fugas de informação".

Já Mário Lino, adiantou, estava ao corrente da "inclinação" por Alcochete "muito antes", pois o estudo ficou concluído, "em termos de aglutinação de equipas", a 30 de Novembro. "No início de Dezembro fui apresentá-las (as conclusões) ao ministro", que, desde aí as "conhecia perfeitamente".

No dia 10 de Dezembro, após o Conselho de Ministros onde o Executivo decidiu lançar a avaliação ambiental estratégia para a confirmação de Alcochete, o primeiro-ministro disse ter recebido o estudo apenas na véspera. Um dia antes, Mário Lino afirmara, ter recebido o documento "de manhã", garantindo que estava já "a trabalhar nele".

Matias Ramos confirmou, contudo, que o relatório completo só foi, de facto, entregue a 9 de Janeiro, após o LNEC ter "cerzido", ou unificado num só documento, os relatórios parciais, o que justificou o adiamento do prazo previsto para a entrega do documento (12 de Dezembro].

As declarações de Matias Ramos desmentem, na prática, quer o primeiro-ministro, quer o ministro das Obras Públicas, que antes de dia 10 de Janeiro garantiram sempre desconhecer as conclusões do LNEC. No entanto, o dirigente do organismo público acabou, também, por se contradizer a si mesmo dia 9 de Dezembro, depois de o semanário "Sol" ter avançado com a indicação de que o documento do LNEC dava "preferência" por Alcochete, o LNEC emitiu um comunicado a desmentir "categoricamente" o jornal.
RDL, Jornal de Notícias

7 comentários:

Amaral disse...

João
Infelizmente notícias como esta já não nos chocam muito. Quantas mentiras nestes anos? Assim sendo, só falta virem desmentir (do gabinete dele ou ele próprio) e dizer que o presidente do LNEC é que é o mentiroso.
Abraço

Belzebu disse...

Eu até acredito que seja verdade mas o nosso 1º, precisou de arranjar um verdadeiro Engenheiro para lhe traduzir o relatório. Consta que ele não se dá muito bem com Inglês Técnico!

eheh!! Aquele abraço infernal!

A. João Soares disse...

Caros Amaral e Belzebu,
Na data em que o PM declarou a sua decisão pró Alcochete ele estava a ter de enfrentar a opinião pública devido ao referendo. Por isso saltou a com aquela notícia nesse momento oportuno. É preciso dispersar as atenções, nem que seja necessário dilatar os perigos de um ataque terrorista. Já o Salazar fazia o mesmo. Há quem diga que a bombeca que explodiu numa sargeta ao pé da igreja de N. Srª de Fátima foi ali colocada por um legionário só para ser explorada com aumento das medidas de segurança.
O mesmo com o incêndio do Bundestag em Berlim no tempo do Hitler.
São todos umas jóias de pessoas!!!
Abraços

Anónimo disse...

Já começamos a estar vacinados, pela parte que me toca vou-lhes dar a devida recompensa.

A. João Soares disse...

Túlio Hostílio,
Seja bem vindo a este espaço. Volte sempre.
Abraço

Nuno Raimundo disse...

Com tanta mentira instalada neste governo, já não sabemos em quem confiar...

ABR...PROF...

A. João Soares disse...

Caro Nuno-R,
Será que o PM vai processar judicialmente o professor do LNEC? Tal como fez ao Caldeira do Portugal Profundo? Tinha a sua graça ver mais um processo arquivado!
Alguém sabe dizer quem mentiu?
Abraço