quarta-feira, 5 de março de 2008

Políticos ambiciosos e egoístas

A Política, no seu conceito ideal, deveria ser uma ciência e uma arte de governar os povos, com objectivos permanentes bem estabelecidos e estratégias de acção coerentes com esse objectivo e com os diversos factores e recursos disponíveis. A sua aplicação prática consiste num trabalho de equipa em que os esforços individuais convergem em cada momento para uma finalidade comum.

Porém, ao invés dessa política com P maiúsculo deparamos com a política real, com p minúsculo, ou politiquice, em que os partidos usam de todos os meios imagináveis para derrotarem os rivais, os concorrentes e, dentro deles próprios, há as intrigas e rasteiras para prejudicar os dirigentes melhor colocados a fim de os irem substituir.

A lealdade e o espírito de colaboração não resiste à força da ambição e da inveja. E desta intriga nem sempre sai vencedor o mais capaz que possa projectar o melhor futuro para o País. Aliás, este nem sempre está presente nos esquemas de governação.

E, nestas intrigas intestinas, nem sempre há o bom senso para ter em conta as datas. Por exemplo, agora, com as legislativas num horizonte próximo, o segundo partido das últimas, em vez de se unir, como equipa convergente, para ser forte e obter um resultado honroso, está a fragmentar-se com ambições pessoais a saírem da casca sem o mínimo respeito pelo resultado que possam originar para o partido e para o País. Nestas condições, é surpreendente, pelo muito de positivo que representa em bom senso e sentido das realidades, a posição de Mendes Bota em apoio do actual líder do partido que está fadado para arcar com as consequências da pulverização deste que, se não houver juízo, em vez de se bater pelo primeiro lugar poderá ter de se limitar a lutar para não baixar de segundo. Mas no partido do governo também não faltam vozes discordantes que, em vez de apresentarem ideias que melhorem as soluções para os problemas mais graves, se limitam a criticar e reagir pela negativa sem qualquer sugestão positiva.

Não existe na política partidária aquela «humildade» de que os futebolistas tanto falam, aquele espírito de equipa que torna fortes as tropas de comandos, de pára-quedistas e de fuzileiros para, com o máximo de convergência de esforços, vencerem as situações mais difíceis. E quando, perante a proximidade de eleições, já não há tempo para escolher novo líder, será lógico e pragmático que todos se juntem em apoio do líder vigente, tendo em vista a obtenção dos melhores resultados nas urnas. Não lhes fará mal meditarem na máxima «a união faz a força».

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