quinta-feira, 22 de maio de 2008

No Auge da Corrupção

Segundo o último estudo, a corrupção nas altas esferas vai de vento em poupa em Portugal e nenhuma medida anti-corrupção toca os corruptos, que continuam a gozar de toda a liberdade para a perpetração das suas acções criminosas.

Trata-se dum estudo feito pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal em conjunto com o Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE sobre as participações de corrupção às autoridades em 2002 e 2003, publicado na semana passada. Esta análise incide apenas sobre a corrupção que a justiça consegue averiguar e confirmar, que corresponde à pequena corrupção. 64,4% dos processos de corrupção foram arquivados; apenas 7,3% foram a julgamento; 23,2% continuam em investigação.

A corrupção participada é pontual e envolve valores financeiros baixos não ultrapassando os €500. donde sobressai a continuada impunidade dos grandes corruptos. Não é plausível que aqueles que têm mais oportunidades para deitar a mão à caça grossa não o façam e que apenas os peões apanhem um coelhito de vez em quando.

Este estudo concluiu ainda que a maior corrupção se passava nas câmaras municipais (50% do total), logo seguidas pelas polícias, pela construção civil e pelos serviços funerários. O responsável pelo estudo, pelo do ISCTE, afirma que “a justiça não chega à grande corrupção”. A Direcção Nacional da Polícia Judiciária admitiu mais 150 novos agentes, dos quais metade se destina à investigação da corrupção. Não são de esperar grandes frutos no que respeita à corrupção que mais afecta o país, a dos políticos, pois que estes continuam a controlar as investigações por intermédio de chefias de parasitas políticos (corruptas). Não se pode esperar grande avanço sobre este ponto, mas apenas na pequena criminalidade. Como de costume, os verdadeiros criminosos protegem a sua corrupção pela corrupção.

Nenhum alto cargo da maioria das grandes empresas é confiado a gente competente; apenas aos canalhas com cartão de militante dum partido. o mesmo com os altos cargos do Estado. Os cães atiram-se às presas após cada mudança de governo, é bem conhecido por todos. Imagine-se o que se pode esperar do estreita ligação e colaboração entre essas empresas e e a máfia política.

É nesta cambada de sacanas parasitas que vivem à nossa custa que vamos votar? Os papalvos e os que se sentem bem na estrumeira resultante que o façam. Quem pretender contribuir para uma mudança põe uma grande cruz no boletim de voto e inscreve um palavrão que exprima a sua repugnância pela máfia. A abstenção é um modo de consentir e não demonstra desaprovação, apenas desinteresse. A abstenção é faltar a um dever cívico. Quem comete tais faltas também não merece consideração, é tão bom como os corruptos, pois que está a admitir tudo o que se passa, muito semelhante a aprovação. A abstenção só vai permitir a continuidade e não tem consequência. Votar como descrito acima é dar uma bofetada nos focinhos dos corruptos e tem consequência; ficou provado noutros países, mesmo que em Portugal se desconheça, como de costume.

Nada poderá mudar no país enquanto não se estirpe a origem,enquanto não se esmagarem os monstros abjectos da corrupção.

Fonte: publicações em vários jornais.
Autor: Mentiroso, publicado em http://mais-mentiras.blogspot.com/

NOTA: Permito-me não concordar com o voto nulo, como aqui é proposto, porque o voto nulo não é contabilizado, tendo igual valor a outro que não tenha a cruz dentro do quadrado. O que conta como voto válido, é o voto em branco, que representa que o eleitor se deu ao trabalho de ir às urnas e deixou bem patente o seu desprezo por qualquer dos candidatos e, na contagem isso traduz-se em que os votos distribuídos pelos candidatos são numa percentagem muito mais pequena, podendo o vencedor ter apenas 20 ou 30%, o que não lhe engordaria a vaidade de dizer que representa a maioria dos portugueses. Há quem receie que algum partido se encarregue de colocar cruzes em tais boletins, mas isso só seria possível se os componentes da mesa e os representantes dos partidos o permitissem, o que não parece lógico.

7 comentários:

Mentiroso disse...

Pois é, a irritação é tão grande que pode, por vezes, provocar alguns despistes. Com efeito, a ideia e a opinião estão há anos publicadas. consultando o que foi então escrito, de certo que se chega a esta conclusão. Está aqui.

O que espanta, realmente, é a pobreza de espírito expressa pela população de que em Portugal tudo se arranja, que o país chega ao mesmo lugar dos outros, que temos a nossa maneira própria de lá chegar. Tolice comprovada. A expressão «pão pão, queijo queijo», não se aplica directamente ao caso, mas apoia-se no princípio de que pão é sempre pão e queijo é sempre queijo. Para demonstrar o erro monstro dos crédulos ignorantes e consentidores (consentir = aprovar)está o simples facto do atraso se ir acumulando; um país em que toda a gente é obrigada a viver numa completa desorganização, em que nada funciona ou tudo funciona mal por ser governado por uma casta de bandalhos corruptos que alastram a corrupção a tudo o que tocam. Note-se os ex-emigrantes que voltaram e tornaram a emigrar por não poderem viver neste chafúrdio de pocilga em que a bandalheira corrupta transformou o país.

A. João Soares disse...

Caro «Mentiroso»,
O texto linkado, é uma parte de um estudo didáctico. Ali se encontra uma boa descrição do voto em branco do qual a minha nota não se afastou muito. Aliás quando estamos medianamente (é o meu caso) informados e pensamos nos assuntos com isenção e seriedade, não podemos andar longe de uma mesma conclusão.
Será bom que as pessoas despertem da letargia em que está a ser mantida com futebol, telenovelas e fofocas de interesse muito discutível e suspeito.
Um abraço e votos de boas férias
A. João Soares

A. João Soares disse...

ATENÇÃO. O VÂNDALO VOLTA A ATACAR
Há entre nós um bloguista desonesto, criminoso, que, além do anonimato, usa variados nomes fictícios e, o que é muito mais grave, está a falsificar as nossas identidades. Já colocou comentários em meu nome, em que o link ia direito à minha ficha.
A ua actuação foi tão inconveniente que o bloguista Beezzblogger colocou em A Voz do Povo o post
Vergonhoso e eu coloquei em Do Miradouro o post Um alerta Importante.
A sua actividade pérfida de indivíduo sofrendo de dupla personalidade, serenou chegando ao ponto de começar uma operação de charme, usando sempre do anonimato, por vezes com nomes fictícios.
Mas já voltou de novo a atacar pessoas de quem parecia ser amigo, embrulhando-as num grupo que, segundo a sua fobia, considera comunistas.
Convém tomar precauções contra as suas investidas, por ser capaz de usar os truques mais nojentos.
Como tenho activada a moderação de comentários, recuso aquilo que me pareça suspeito e, desde já peço desculpa se eliminar algo bem intencionado de algum visitante anónimo. Para evitar erros desse género, peço que assinem os comentários anónimos com uma identificação que eu reconheça.

Cumprimentos
A. João Soares

a.leitão disse...

O voto "sarrabiscado" não conta, é nulo. Mas tão pouco o voto branco tem expressão "mediática". Não recordo que esse voto seja considerado numa apreciação final, contrariamente à abstenção que tem um impacto significativo na opinião pública em geral.
Não me parece, contrariando A.J. Soares, que a abstenção possa ter só o significado que lhe dá mas também a posição do eleitor pela afirmação de que são todos um descalabro (para ser educado)

A. João Soares disse...

A. Leitão,
Permita-me que lhe sugira a visita ao Do Miradouro, onde o mesmo post tem vários comentários que dão uma ideia muito clara da diferença entre a abstenção e o voto em branco.
Resumindo, a abstenção significa indiferença pela política, o desinteresse a apatia, a ignorância de um povo sem civismo, sem vontade de intervir na vida do seu País, que está na origem da obrigatoriedade do voto em muitos países.
Pelo contrário, o voto em branco mostra vontade de intervir, um acto consciente de querer participar, só que discordando activamente dos candidatos, não vendo em nenhum qualidades para o representar.
Legalmente, o voto em branco conta como voto válido. Se o total de votos válidos for 100, e houver 60 em branco o total de deputados será distribuido pelos 40 votos restantes, isto é para um partido ter a maioria absoluta de deputados, teria de ter 21% dos votos. Isto representa que o partido vencedor não poderia sentir-se vaidoso nem com autoridade moral para fazer do país o que muito bem lhe apetecesse, porque apenas representava 21% dos votos válidos e, portanto uma percentagem muito reduzida do total dos portugueses. Entre gente séria, esse partido não aceitaria o resultado e proporia novas eleições, o que obrigaria os políticos a repensarem a sua forma de estar na Política.
Um abraço
A. João Soares

Anónimo disse...

É verdade que, no caso dos votos em branco, a comparticipação ou subsídio que o estado atribui por cada voto, este dinheiro é distribuído pelos partidos mais votados?
Ouvi falar disto mas não encontro fundamento na lei de financiamento dos partidos.
Obrigada.

A. João Soares disse...

CS
Não disponho de informação sobre a distribuição do dinheiro aos partidos. Tem lógica que a globalidade da verba seja distribuída proporcionalmente aos votos obtidos por cada partido. Não sei se a verba global é proporcional aos votos entrados nas urnas, ou apenas aos votos nas listas concorrentes. Um facto é real, a legislação é feita por eles e hão-de encontrar maneira de sacar o máximo ao dinheiro público, ao nosso!
Cumprimentos
João Soares