domingo, 4 de maio de 2008

Preço dos combustíveis

Transcrição de uma carta enviada aos jornais, por um leitor identificado, e que não foi publicada

Portugueses pagam combustíveis em dólares ou em euros?

Finalmente, ao 14.º aumento dos combustíveis em 2008 (em 122 dias, um em cada nove dias!) alguém começou a reagir. Desde os revendedores até ao ministro da Economia, passando por toda a comunicação social, com relevo para as televisões.

Mas, em meu entender, raros foram os que tocaram no âmago da questão. Que reside, muito simplesmente nisto: os portugueses pagam os combustíveis em euros - e não em dólares.

Por isso, estamos a ser duplamente penalizados: primeiro pelo aumento do custo do petróleo (que é negociado em dólares); e depois pela valorização do Euro. Um exemplo: em 2002, o barril de petróleo custava 63 dólares (USD), equivalente então a 70 € (1.00 € = 0.90 USD) e o litro de gasóleo custou-me (na bomba, no dia 3 de Março de 2002) 0,648 €.

Recentemente, no dia 3 de Março de 2008, o barril custava 100 USD, ou seja, agora, 66,6 €. Então porque é que paguei na bomba 1,234 € - praticamente o dobro de 2002?
Por isso, será importante centrar a discussão no câmbio das moedas e não noutros quaisquer parâmetros que, como é óbvio, não justificam tal evolução.

Diz-se que uma das razões do aumento do preço do petróleo é a desvalorização do dólar. Que culpa têm os Portugueses disso, se estão a pagar em moeda forte, neste caso o Euro?

Há que denunciar as gasolineiras pelo aproveitamento da situação, se é que não foram elas que a provocaram. E também que censurar o Governo, que se está a aproveitar de tudo isto para aumentar as suas receitas - e até teve a ousadia de alterar a fórmula de cálculo. E porque é que o Presidente da República, que se mantém estranhamente calado?

Espero que a Comunicação Social não cale a profunda indignação que começa a grassar, a avaliar pelos mails trocados nas últimas semanas."

Alberto RS (omito a identificação completa)

7 comentários:

Anónimo disse...

Em que jornal tal raciocínio não passou?E porquê? Pena é não ter o nome completo porque é uma interpretação justa e cabal.
Sobre este tema importa aqui dizer que as marcas automóveis há muito que estão capazes de produzir híbridos a baixo custo, ou seja equipará-los ao preço comum dos outros automóveis.
Parece que ameaçam agora intensificar isso, mas como para eles traz custos adicionais de alteração de linhas de montagem esperam até à última a comercialização dos propulsores tradicionais. Por isso ainda não baixaram o preço dos híbridos como o Toyota Prius e Honda Civic Hibridus, onde se paga apenas carca de 400€ -no Honda- mas o preço do carro é mais alto, devido a quê?Novidade?Pouca produtividade?
Bem, no Brasil o álcool e o óleo alimentar são combustíveis alternativos.Curiso é que os automóveis vêem os seus cavalos ser reforçados com o álcool!

Saudações

Amaral disse...

João
Sem dúvida nenhuma que estamos a ser levados. E pior que isso é com a conivência dos nossos governantes.
É de lamentar...
Boa semana
Abraço

A. João Soares disse...

Claro que o Governo tem culpas nestes preços.
Só por ser governo as tem, mas concretamente está abusar dos impostos.
Há pouco, distraidamente, vi na TV que um litro de combustível que se compra, por 1,40 corresponde a 0,60 de combustível e o resto é imposto!!! É mais o imposto do que o valor da matéria prima!!! O Estado rouba e deixa que os grandes roubem para depois estes mostrarem a sua gratidão dando tachos aos «boys».
Quem vive a poucas dezenas de quilómetros da fronteira vai abastecer-se a Espanha onde os euros a pagar são em menor quantidade.
Há uma conivência tácita entre políticos e os grandes empresários, havendo quem diga que estes são os verdadeiros detentores do Poder.
Abraços
A. João Soares

ANTONIO DELGADO disse...

Entramos numa fase de divorcio com tudo o que nos rodeia que nem damos atenção ao sucessivo aumento dos carburantes e também não iremos dar, ao anunciado, aumento dos produtos alimentares .

Triste os tempos que se aproximam.

Um abraço
António Delgado

A. João Soares disse...

António Delgado,
Pior do que os defeitos os políticos, e a indiferença do povo que tem na sua mão a Democracia e não a utiliza, não controla nem fiscaliza o desempenho dos seus mandatários, dos seus representantes. Paga aos seus servidores e não cuida de verificar se são ou não cumpridores. Por isso, as perspectivas de futuro são pouco optimistas.
Abraço
A. João Soares

Anónimo disse...

Já oiço dizer á bastante tempo, que os nossos governantes são comissários politicos do CAPITAL.

A. João Soares disse...

Realmente, há (com agá!!!) bastante tempo!!!
Isto prova que são todos iguais, quer os governantes quer os que não conhecem o verbo haver!!!
Os políticos saem do povo e, por isso, carecem de instrução, como a maioria dos portugueses.