domingo, 27 de julho de 2008

Corrupção cresce

O ex-deputado socialista e ex-ministro João Cravinho, em entrevista à Rádio Renascença, considera que a corrupção está a aumentar e não tem esperança que as medidas tomadas pelo Governo nesta área resolvam o problema.

Cravinho, que esteve na origem do pacote de medidas anti-corrupção apresentado na AR, que foi rejeitado pelo PS, afirma que a grande corrupção, “de Estado e política”, tem vindo a aumentar, “independentemente dos partidos”.

João Cravinho não acredita na independência do Conselho de Prevenção da Corrupção (CPC), aprovado o mês passado pelo PS, por ter uma composição de pendor governamental e alguns dos seus membros (inspectores-gerais das Finanças, Obras Públicas e Administração Local) serem responsáveis por inspecções que também deveriam ser alvo de fiscalização por parte do CPC. Assim, alguns membros "vão ser juízes em causa própria".

Rangel, líder da bancada do PSD afirmou que "é preciso continuar a aprofundar os instrumentos de combate e prevenção da corrupção e as medidas até agora tomadas não são para nós satisfatórias. Neste sentido as declarações de João Cravinho são oportunas", e acrescentou que "o PSD também não pode estar sempre a fazer propostas que são sistematicamente rejeitadas pela maioria do PS", como o foram as de Cravinho.

Pelo seu lado, o líder parlamentar do PS, Alberto Martins, assegurou em declarações à Agência Lusa que a sua bancada "não recebe lições de combate à corrupção do engenheiro João Cravinho" e promete continuar esse "combate sem tibiezas e sem desautorizar o esforço que está a ser feito". É a habitual arrogância e o discurso hiperbólico do PS, que seria desejável que correspondesse a factos visíveis, o que não tem acontecido.

Artigos sobre o tema:

Grande corrupção “está em crescendo”
Corrupção. PS responde e contra-ataca Cravinho
Corrupção. Rangel diz que as críticas de Cravinho dão razão ao PSD

5 comentários:

Amaral disse...

João
Os argumentos que o PS apresenta em comunicado caem por terra. Sem dúvida que Cravinho saiu, mas o PS nada fez para o segurar, nem tão pouco se mostrou disponível para pegar na lei que ele queria ver aprovada. Porquê?
Abraço

A. João Soares disse...

Amaral,
A propósito das «boas intenções» de João Cravinho, convinha investigar o que o levou a convidar o General Garcia dos Santos para a Junta Autónoma das Estradas e qual foi o motivo da zanga entre eles.
Qual o motivo de os políticos, em geral, não quererem combater a sério a Corrupção? Não querem matar a galinha dos ovos de ouro.
Também está mal explicada a saída de Cravinho de deputado. O que na altura constou é que levou um «pontapé pela escada acima», foi afastado com o convite do PS para ir ocupar um lugar muito bem remunerado a fim de não ser incómodo aos seus pares do PS, ao querer acabar com a fonte do «enriquecimento ilegal».
Já passou tanto tempo e ainda nada se viu que possa chamar-se combate à corrupção.
Aquilo que o representante do PS disse, não passa de palavras de político, vazias e com falsidades.
Abraço
João

Anónimo disse...

Caro João Soares

Colocar Cravinho à frente do combate da corrupção é uma anedota. Seria como nomear Al Capone para acabar com o tráfico de bebidas alcoóllicas em Chicago...

A. João Soares disse...

Caro Fernando Vouga,
Sem dúvida que não podemos esquecer o caso da Junta Autónoma das Estradas. O General Amadeu Garcia dos Santos levou a sério a luta contra a corrupção, mas Cravinho acabou por esquecer essa missão que lhe dera e tomou o partido dos corruptos. No entanto de todos os políticos, como tal, beneficiados pela corrupção e pelo tráfico de influências, ele foi o que tomou uma posição mais definida, mas não deixou de receber o «chocolate» para se afastar indo para um «tacho dourado».
Um abraço
A. João Soares

Anónimo disse...

Não acredito no Cravinho. Se tinha intenções de combater a corrupção não abandonava as suas convicções por mais rosinha que fosse o tachinho que lhe oferecessem. No entanto foi a correr para Londres. Ana Gomes está no PE e continua a sua "cruzada" perturbando os seus amigos do PS.