segunda-feira, 7 de julho de 2008

A crise não prejudica todos

Há situações que são escandalosas, quando tanto se fala no fosso cada vez maior entre os mais ricos e os mais pobres, quando as dívidas aos bancos aumentam, quando há muita gente que não se alimenta convenientemente, quando aumentam os clientes de casas de penhores, etc. Outros que se encontram em lugares que lhes foram atribuídos por favor dos amigos ou por critérios de «confiança política» aumentam os seus rendimentos de forma incompreensível. Também carecem de explicação os prémios de gestão quando as empresas dão prejuízo. Sempre pensei que o prémio fosse merecido apenas quando se faz algo de extraordinário, além do normal, e não como pretexto para beneficiar, por comparação, outros que também não cumprem e se encontram à sombra dos dinheiros públicos.

Recordo a definição de «peculato»: desvio ou má administração de dinheiros ou rendimentos públicos por pessoa encarregada de os guardar ou administrar.

A seguinte notícia do semanário SOL vem, infelizmente, juntar-se a muitas outras que têm circulado recentemente.

Presidente da TAP quadruplicou ordenado em 5 anos
Por Sónia Trigueirão

Fernando Pinto passou de 190 mil para 1,2 milhões de euros de vencimento anual. O Conselho de Administração Executivo da TAP custa à empresa quase quatro milhões de euros por ano. Só o presidente da transportadora aérea, o brasileiro Fernando Pinto, recebe actualmente, por mês, um salário que ronda os 60 mil euros, cerca de 840 mil euros ao ano, soube o SOL.

A este valor será acrescido um prémio 420 mil euros por ter atingido os objectivos de gestão definidos pelo Governo para 2007.

Assim, num ano, Fernando Pinto pode receber um total de 1,2 milhões de euros – seis vezes mais do que recebeu em 2001, quando assumiu funções de administrador-delegado da TAP.

Nessa altura, e segundo a declaração que apresentou no Tribunal Constitucional e que o SOL consultou, Fernando Pinto teve rendimentos anuais no valor de 190.893 mil euros.

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