quarta-feira, 16 de julho de 2008

Governantes em contradição

Dados da AR mostram que são desconhecidos os efeitos reais da aplicação da "taxa Robin dos Bosques" às empresas petrolíferas. Há dúvidas sobre "a real incidência" da taxa excepcional sobre os lucros das petrolíferas anunciada pelo primeiro-ministro durante o debate do Estado da Nação, pois, apesar de as palavras de José Sócrates terem levado a depreender que as empresas iam pagar um imposto extraordinário, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Carlos Lobo e a própria GALP, vieram desmentir posteriormente a criação de qualquer tributação especial, o que levou um deputado a referir "uma gigantesca fraude política".

Carlos Lobo assumiu claramente que "não há taxa acrescida, nem nova tributação. Quanto muito há uma antecipação de receitas fiscais", pelo que contrariou as declarações de Sócrates.

Estas contradições entre governantes dão a imagem já referida na imprensa de «um mesmo executivo a fazer oposição a si próprio ensaiando, na mesma legislatura, duas orientações opostas e conflituantes».

A contradição torna-se evidente em muitos casos, como na Saúde entre o ministro anterior e a actual. Também as posições radicais tomadas em relação ao Novo Aeroporto de Lisboa tanto a favor de uma localização como da outra, as incongruências entra as Forças de Segurança e a Justiça, as contradições ocorridas em pequeno intervalo na Educação a propósito da Telebs, as contradições entre as promessas eleitorais e as realidades posteriores, etc.

6 comentários:

G* disse...

Não há qualquer contradição, caro João, há simplesmente dialéctica. Aquela capacidade de afirmar uma coisa sem deixar de dizer o seu contrário que torna espúrio qualquer debate. O mesmo actor, qual Juno, apresenta as duas caras, conforme a conveniência retórica. O GE* chega a temer pela falta de cara.

A. João Soares disse...

GE,
Há quem, em vez de contradição, fale de oposição interna. Realmente há falta de directrizes, falta de espírito de equipa, de objectivo único e como diz, pode haver falta de cara. SE há mais do que uma...
O que é demais é moléstia.
Abraço
João

Amaral disse...

João
Há contradições, mas se calhar são "estudadas" para desviar a atenção daquilo que importa.
A já célebre taxa "Robin dos Bosques" (ou "Pinóquio") é uma contradição mal explicada para, de novo, desviar as atenções.
Abraço

A. João Soares disse...

Amaral,
Eles não são tão ... como nos parecem. Sabem muito bem enganar os parvos que somos todos nós!
Nuns posts anteriores foram referidas as «MEDIDINHAS» e a «POLÍTICA DO CHOCOLATE» que são formas de calar os refilões e permitir que tudo continue na mesma exploração do povo. É preciso que algo mude para que tudo continue na mesma. Os contribuintes são fáceis de enganar.
Abraço
João

quink644 disse...

Hoje o FMI chegou-lhes bem, a eles e ao Nababo radioativo...
Um abraço,
quink644

A. João Soares disse...

Caro Quink644,
O Nababo, ou Vitinho, tem razões para dar todo e qualquer apoio, mesmo que seja virtual ou fantasioso, ao Governo.
A crise doméstica deve-se aos muitos Nababos que, como ele, vivem à farta á sombra do orçamento.
Só como exemplo: Ele como licenciado, ganha 23 vezes mais do que o português médio e~que corresponde a 5 vezes mais do que o Doutor S. Bernancke, presidente da Reserva Federal Americana que ganha apenas 4,3 vezes mais do que o americano médio. Em valores nominais, Constâncio ganha 2,5 vezes mais do que o Doutor S. Bernancke
Este, além de ser doutorado em Economia e 1979 no MIT tem um vasto e rico curriculum que o tornaram merecedor de ser nomeado por mérito para as actuais funções, o que não acontece com Constâncio.
Ainda recordo a previsão do défice para 2005, que para enterrar o governo anterior e favorecer o do PS, quis mostrar tanto rigor que fez uma aproximação até às milésimas. Poucos meses depois, fez nova previsão para valor inferior, mas ainda com ar ridículo de extremo rigor.
Agora quis desviar as atenções da má governação e cometeu a infantilidade de se armar em engenheiro de energias e sugerir uma central nuclear. Além de não ser doutorado, é insensato, arrogante e aparenta ser pouco inteligente.

Abraço
A. João Soares