sábado, 26 de julho de 2008

Leis confusas. Por acaso?

Na conservatória de Torres Vedras, um cliente pagou 7750 euros por um acto (registo de imóvel) que na semana anterior custava menos de mil. Segundo o Ministério da Justiça é a própria lei que está a dar origem a interpretações que fazem disparar os custos do registo predial.

Segundo a Ordem dos Notários, a nova lei do registo predial, que entrou em vigor esta semana, está a levar conservatórias a cobrarem pelos registos prediais valores muito superiores ao devido, tendo, por exemplo, em Torres Vedras, uma conservatória cobrado 30 vezes mais do que devia por um registo.

A interpretação feita pelo Instituto dos Registos e do Notariado (IRN), órgão do Ministério da Justiça, em despacho interpretativo de oito páginas enviado à Ordem dos Notários, contraria o espírito da lei.

O bastonário da Ordem dos Notários Joaquim Barata Lopes diz que se o Ministério fala em 'caso', a ON fala em erro. "Acho que não há erro de interpretação, a lei aponta nesse sentido e a conservadora decidiu bem. Se não era isso que o Ministério pretendia então vai ter de alterar a lei".

Com efeito, as novas regras do registo predial dividem notários e Governo, e são mais um capítulo de uma guerra que se arrasta há quase três anos. Para a Ordem, os números apresentados pelo Governo baseiam-se numa "interpretação habilidosa da nova legislação".

E entretanto, o povo é que sofre tal como o mexilhão! É de lamentar profundamente que, num País tão pequeno, não se consigam preencher os lugares públicos com pessoas bem formadas, moral, cívica e academicamente, por forma a evitar estas discrepâncias graves entre a letra da lei (na AR predominam os homens do Direito!), o Ministério e a Ordem.

Fica a pergunta: o Povo pode confiar em alguém? Será possível a vida normal num País em que se não possa confiar em ninguém? Qual o futuro que estão a preparar para Portugal? Curiosamente, há um ministro que, em visita oficial a Espanha, declarou ser iberista e, apesar de outras gaffes, continua ministro!!!

3 comentários:

Paulo disse...

Tira-se de um lado aumenta-se noutro. Técnica, alias, de muitos Estados.
Abraço

A. João Soares disse...

Já estamos habituados a ver o Estado tentar receber mais ... se os pacóvios não derem conta. Mas, neste caso, é uma guerra entre entidades que nos deviam merecer respeito.
Um abraço
A. João Soares

A. João Soares disse...

Caros comentadores,

Informo que acabo de recusar um comentário, o que me é possível porque há cerca de cinco meses tenho activa a moderação.

Fi-lo por duas razões:
1. Começava com um palavrão desnecessário e sem a mínima justificação.
2. Não acrescentava qualquer apreciação ao tema do post, antes fazia ataques pessoais ao meu aspecto físico e ao eventual efeito da minha idade que consta da ficha de blogger.

Entendo um comentário como um contributo ao tema exposto, por forma a torná-lo mais abrangente, com novos pontos de vista. Tenho por hábito não criticar pessoalmente ninguém e responder a cada comentador, não recusando qualquer opinião, por mais contrária que seja à apresentada no post, desde que seja expressa em termos urbanos.
A todos os que me honram com comentários nestas d«condições os meus agradecimentos.
Cumprimentos
A. João Soares