Em comunicação relativamente recente, Cavaco Silva lamentava que os jovens estejam tão indiferentes à política, tema que ocasionou muito interesse na comunicação social, mas nem sempre sendo apontado o dedo claramente à quebra de prestígio dos partidos. Ninguém esquece que tem havido nas eleições autárquicas dissidentes de partidos que avançaram como candidatos independentes e obtiveram melhor resultado do que os candidatos dos seus antigos partidos.
Agora, em época de preparar as entradas no novo ano político, os grandes partidos que costumavam fazer grandes concentrações de adeptos, mudaram de táctica, reconhecendo a sua perda de capacidade de mobilização. Os comícios saíram de moda. Em vez deles, efectuam universidades de Verão, dias de debates temáticos, sessões públicas, marchas, workshops.
Trata-se de um "ajustamento" à realidade, porque há uma descapitalização na filiação partidária, as bases sociais tornaram-se diferentes e menos substanciais, encontrando-se esvaziados de uma dimensão de massas, e, por isso, orientam-se mais para outros eventos comunicacionais, que sejam facilmente orquestrados pela comunicação social.
Como Cavaco deixava entrever, os partidos têm uma máquina enferrujada a funcionar mal e com deficiente sistema de representação política, deparando, consequentemente, com a "indiferença dos cidadãos", nomeadamente os jovens, por natureza generosos.
Porém, há da parte dos mais jovens uma semente que promete germinar, se for bem apoiada, pois, entre os mais válidos intelectualmente, há vontade de criar algo de novo, lutando contra pré-conceitos desactualizados e ideias cristalizadas, inviáveis como base para um futuro melhor. Os jovens têm pouco apelo pela política porque não acreditam em muitos políticos profissionais que estão demasiado concentrados nas palavras e pouco atentos às realidades e directrizes de progresso.
Os jovens querem ter um papel na política, interessando-se pelos problemas fundamentais, como a precariedade de emprego, as energias alternativas, a emigração, a paridade de oportunidades entre géneros, o tratado de Lisboa". Pretendem discutir temas sérios, lutar contra o cinzentismo das vidas e reclamar o direito à liberdade, à vida, à imaginação".
Os partidos dispõem neles de um terreno fértil para a sua renovação, dando-lhes apoios para analisarem as eventuais hipóteses de desenvolvimento humano, social, económico e político do País, a fim de paulatinamente prepararem o Portugal de amanhã a concretizar de forma evolutiva e sem sobressaltos como os três do século passado de que devem ser retiradas as lições para não se voltar a cair nos mesmos erros. Tal preparação deve ser feita sem pressões dos políticos profissionais de hoje que imprimem sempre visões parciais que ocultam as realidades. Não se deve esperar que os jovens estejam dispostos a ser meros moços de recados de pessoas sem prestígio.
Rapidinhas de História #7
Há 3 horas
4 comentários:
Concordando consigo, em que a política educativa nao é só tecnologia, acho no entanto positivo que se dote o parque escolar com equipamentos fabricados em terra Lusa. Uma parceria com a Intel que permite um equipamento nacional a baixo custo. Espero que se lembrem do ensino especial, ou que, pelo menos, os diferentes de Portugal possam adquiri-los em situaçao similar. Os gigas nunca sao demais. A história da caneta, numa época de novo-riquismo, em Portugal, localizada nas Beiras, é soberba. Vieram-me à lembrança várias histórias contadas por meu saudoso avô e mestre Zé. E outras do tempo do fabrico de pólvora que era transportada para Espanha. A pé e em sofisticados quatro patas pela serra acima! Saudaçoes
Caro AJS, só com sangue novo,sem vícios, se pode aspirar a um progresso político. A subsidiodependência já era. A eterna desculpa da "jovem democracia" já nao tem sentido. Sao precisos verdadeiros actos de cidadania. Com responsabilidade pela causa pública. Sentido de servir sem se servir. Venham os jovens. E a juventude nao está no BI. Está na alma. No Espírito de quem se sente útil. Porque Sabe, Quer, e Pode! Como diz o PR, nao podemos baixar os braços. Por isso penso, escrevo, nao me resigno, mesmo de férias!
Saudaçoes
O Grémio da Estrela * faz-lhe referência e rejubila com estes seus dois anos de intervenção cívica na Web.
Muito obrigado, pelas suas palavras e intenções. Também desejo que O Grémio continue a defender a região da Estrela. O Interior não pode ser esquecido, nem desprezado. Não podemos deixar que ele seja ocupado por grupos do terrorismo internacional, como muitas notícias muito discretas deixem entrever.
Abraço
A. João Soares
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