segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Prioridades partidárias

Há uns anos, não muitos, o PR da época, Jorge Sampaio, em visita à vila de Sátão, sede de concelho do distrito de Viseu, frisou a necessidade de combater a antipolítica. O actual PR, Cavaco Silva, numa das suas comunicações ao País, lamentou que os jovens vivam tão alheados da vida política.

Parece que os políticos em actividade não compreenderam ou não quiseram colaborar com um e outro dos eleitos para o mais alto cargo nacional. Realmente, tal combate depende apenas e totalmente do comportamento dos ocupantes das cadeiras do poder e da oposição. Preocupados com a baixa política, a intriga e a politiquice interpartidária, com o olho nos votos, desprezam aquilo que deve ser considerado grande objectivo nacional, interesses nacionais, estratégias de desenvolvimento, etc.

Vem isto a propósito dos dois títulos de jornal que hoje encontrei numa consulta rápida do DN
JS desafia PS na votação do casamento 'gay' e PCP centrado no combate ao Código Laboral

Não considero necessário transcrever os textos, que podem ser encontrados fazendo clique nos links, porque o simples título conduz a várias reflexões. Deles não ressalta tendência pró ou anti partidária do jornal, mas resulta motivo para profunda meditação dos portugueses.

Na opinião de muita gente, nenhum dos temas corresponderá a interesses permanentes, de longo prazo, do Estado, embora um mais do que o outro. Mesmo no curto prazo, há diferenças muito grandes entre eles. Como se pode acreditar na política, quando se reflecte sobre estas notícias (uma mais do que a outra)? Qual destes temas, dados a escolher, merecerá o voto da maioria dos portugueses, tendo em conta o melhorar futuro dos portugueses? Não haverá, neste momento, nada mais prioritário para a qualidade de vida dos portugueses do que o casamento 'gay'?

Continuo a ter esperança nos jovens para a recuperação do País, como tenho aqui difundido várias vezes, e confio que surjam alguns que tenham capacidade para destrinçar o essencial do secundário e saibam definir que País querem. A minha geração já pouco tem a perder ou a ganhar, mas os jovens têm uma vida pela frente para gerir e suportar as consequências das suas leviandades. Estão em jogo as suas vidas e as dos seus descendentes, o que deve ser aceite como grande responsabilidade e que não se compadece com frivolidades.

2 comentários:

Anónimo disse...

Um texto interessante e sério. Caro AJS, a grande dificuldade dos nossos dias é que não se governa para o futuro -a longo prazo- mas para as próximas eleições.

Deixo-lhe um abraço

A. João Soares disse...

O grande mal deste regime é que se governa para os votos das próximas eleições, isto é, para interesse próprio ou do partido, esquecendo os interesses nacionais. E assim se desbaratam os recursos do País.
A. João Soares