segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Autoritarismo ou democracia?

Sem autoridade assumida e respeitada não pode haver democracia. Porém, se a autoridade for excessiva e levada ao abuso, não será respeitada (apenas «contrariado, mas obedeço») e descamba para as atitudes ditatoriais do «quero posso e mando».

O ponto de equilíbrio ideal será governar COM a colaboração de todos manifestada através dos seus representantes formais ou informais. Quando todos colocarem os interesses da Nação, do colectivo dos cidadãos, acima de ambições pessoais e de pequenos grupos, não será difícil obter um consenso para os problemas mais significativos para a vida nacional actual e para a preparação de um futuro mais risonho.

Isso implica o cuidado permanente de não governar CONTRA os agentes das políticas decididas, mas COM a colaboração activa e eficaz desses agentes. Não se engrandece Portugal com decisões que, por não beneficiarem desse consenso, corram o risco de serem anuladas num próximo governo, pois isso traria prejuízos, com gastos inúteis de recursos essenciais, e demora na solução que se pretendia.

Estamos, neste momento, perante um facto concreto que deve ser meditado dentro destas reflexões. O caso da megamanifestação de professores e as palavras da ministra e do PM, levantam preocupações vitais para os portugueses que usam a sua capacidade de raciocínio. Dizer que não recuam na forma como a avaliação está decidida é muito grave. Nada tem de democrático. É querer o impossível, governar contra a quase totalidade dos agentes essenciais do ensino. Se tanta gente se deu ao incómodo de participar na manifestação é lógico pensar que deve haver razões profundas para tal descontentamento. Não se pode argumentar que todos aqueles professores (sempre tive respeito por estes profissionais embora tenha conhecido alguns menos válidos) são ovelhas mansas obedientes e sem vontade própria, a mando de um pequeno partido da oposição. É indispensável analisar as suas razões e procurar soluções que atinjam os objectivos de uma avaliação viável, prática (simplex) e eficaz.

De ditadura já estamos servidos e não queremos outra, por mais que queira mascarar-se de democracia.

6 comentários:

Anónimo disse...

Aconselho a uma visita às páginas on-line dos jornais.Portugal sofre de um inconcebível aparelho, que tem nos seus olhos aquelas palas que se punham nos "motores" dos antigos "Mercedes de orelhas" -os burros.
Veja a criminalidade que por aí vai. O desnorte. E o país afunda-se. O crédito mal parado estagna a indústria e a pequena empresa. A criminalidade aumenta exponencialemente e fazem-se algumas operações policiais desconcertadas do global.Como é possível haver operações mediatizadas em Lisboa, Porto e por exemplo, em Braga nada se vê, ou sente? Não dar notícias do crime diário é uma coisa, que não há crime é outra.E ele está interligado em todo o território nacional. E tem focos de origem internacional.
Por outro lado outro artigo -DN- me chamou à atenção e convido-a à reflexão:

Bispo culpa restantes bispos pelo atraso da Igreja

Polémica. A Igreja está "pejada de pagãos ou cristãos incoerentes" e a culpa é dos bispos que continuam clericalistas e individualistas, sem levar a sério a formação dos fiéis. A crítica é de D. António Marcelino, bispo resignatário de Aveiro. Os bispos reúnem-se hoje em Fátima, (…)

Saudações e um sorriso

A. João Soares disse...

Todas as instituições devem ser reanalisadas periodicamente, a fim de não se desviarem dos seus interesses fundamentais e de, além de correcções de rumo, decidir alterações de fundo, para acompanhar as influências internas e externas. Nada na Natureza se mantém imóvel e imutável no decurso do tempo.
A Igreja não foge a esta regra. No Vaticano há estudiosos que sentem essas necessidades de mudança e vão dando vários toques no volante, embora muito suaves porque a maioria dos fiéis não gostam de alterações, são conservadores pouco esclarecidos.
Mas, por cá, os bispos sofrem dos defeito nacionais, embora já surjam alguns com ideias de renovação para melhor integração na sociedade actual.

Amaral disse...

João
Sim já estamos fartos de democracia. Afinal que é preciso para que a srª ministra "emende a mão"? Sei que ela é mais quebrar que torcer, mas já é tempo de acabar com esta teimosia.
Boa semana
Abraço

A. João Soares disse...

Amaral,
Desta democracia podemos estar fartos, mas a autêntica democracia ainda é o regime menos mau:
A ministra merece, como um comentador disse noutro blog, que os professores façam uma greve de vários dias. A teimosia arrogante, autoritária, sem qualquer sinal de diálogo transparente, democrático, da ministra e do PM são uma ofensa aos professores e ao País e merecem ser encaradas de frente. É preciso ensiná-los que, em democracia, se governa com os cidadãos e não contra eles.
Abraço
João

Anónimo disse...

É o que está a acontecer. O tiques ditatoriais áparecem sempre na mediocridade. Parece-me que é o caso. Um abraço e obrigado pelas suas palavras.

A. João Soares disse...

É como diz próprio da mediocridade e da imaturidade. A falta de autodomínio, de valores, de moralidade, conduz a excessos e à manifestação de ambições desmedidas de que tudo pode resultar de pior.
Abraço
João