A nomeação de Manuel Sebastião pelo ministro Manuel Pinho para presidente da Autoridade da Concorrência tem dado lugar a variados comentários. Hoje, à primeira vista, apareceram-me os dois seguintes «o regime dos amigos» do jurista Pedro Lomba e «Sócrates sai em defesa de Sebastião e Pinho» de Márcio Alves Candoso.
Ficam os links para quem desejar ver os argumentos neles constantes. Mas uma coisa me chocou. Não estranho que o clã dos políticos ignore a existência de concursos públicos como regra geral e opte por relações de família, de nome, de amizades, de trocas de favores, de conivências, etc. Mas uma desculpa saída da boca de Manuel Pinho brada aos céus. Alegou, em abono da competência, o facto de Manuel Sebastião ter obtido um grau académico na mesma universidade em que se formou Barack Obama. Nunca esperei ouvir um tal argumento de um ministro. Será que aquele senhor está convencido de que todos os estudantes que frequentaram a universidade em que se formou Albert Einstein, são génios da mesma craveira deste? Ou que os estudantes que obtiveram grau académico na universidade onde Víctor Constâncio fez o doutoramento, são «sumidades» como ele?
Claro que qualquer pessoa pode ter o azar de cometer uma gaffe, qualquer político pode usar de demagogia para iludir o Zé Povinho ignorante e pacóvio (como eles julgam que os cidadãos são), mas dizer um tal argumento com tanta convicção e convencimento de que tem poder de persuasão, é motivo para humor muito negro. Se os seus colegas políticos aprenderem essa lição passam a evitar Independente e Moderna para se doutorarem e correm aquelas em que se formaram os mais recentes laureados com o prémio Nobel. Se assim fizerem, segundo este ministro, terão o maior êxito na vida, mesmo que nada estudem e passem à tangente.
A Decisão do TEDH (400)
Há 1 hora
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