quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Falta de civismo

Ao meu amigo Luís, comentador assíduo deste espaço, agradeço ter-me enviado esta transcrição de uma carta ao director da Revista do ACP que vem reforçar o muito que aqui tem sido dito acerca da carência de valores, de princípios, de normas de conduta na convivência social. Mesmo os animais selvagens, como se pode ver em canais de TV que dão espaço a tais temas, respeitam regras de conduta, prioridades aos mais idosos, às crias, às fêmeas, aos deficientes com dificuldade em acompanhar a manada. Mas, infelizmente, na nossa sociedade actual reina a falta de respeito pelos outros, pelas leis, pelas boas regras, imperando a ambição de mais dinheiro, mais velocidade, mais espectáculo, mesmo que isso traga graves danos para os outros utentes do espaço público. Nem sequer podemos dizer que reina a lei da selva, porque os animais selvagens são mais «civilizados» como referi atrás.

Falta de Civismo

Serei pessimista ou quem sabe, realista, afirmando que tanto os portugueses como as portuguesas são mal comportados no trânsito pedonal ou automóvel, porque padecem de um mal comum, não têm educação cívica, isto falando da maioria dos cidadãos, não na totalidade, felizmente.

Se caminhamos pelo lado direito de um passeio, somos muitas vezes ultrapassados por quem de seguida pára à nossa frente para ver uma montra. Chegou primeiro e isso ilumina o seu ego, porém se esse indivíduo vai ao volante de um carro numa estrada, numa rua, numa recta ou numa rotunda, procede da mesma forma, inconsciente, por carência da tal educação cívica que afecta ambos os sexos.

Da mesma forma, muda de faixa nas curvas e, nas rectas então, por não saber ou não se aperceber das regras de trânsito que não aprendeu na escola de condução, ou já esqueceu, salta da primeira para a terceira faixa ou vice-versa, sem sequer avisar.

As setas e os sinais de perda de prioridade pintados no piso, raramente são respeitados por condutores de ambos os sexos que aceleram onde não devem, mas se são avisados da proximidade de radares que impõem a velocidade máxima de 50 km/h, afrouxam repentinamente para os 40 km/h.

São os mesmos que ao verem um polícia abrandam e procuram, na sua simplicidade, cumprir as normas de trânsito.

Só o medo os trava.

Resumindo: seja homem ou mulher, o automobilista sofre da mesma insuficiência, mal que não tem remédio, porque os seus pais e os seus professores não lhe transmitiram aquilo que infelizmente não tinham: civismo.

E porque não há regra sem senão, a minoria que se respeita e respeita os seus semelhantes, se conduzir à defesa pode reduzir mas não pode impedir a ocorrência de acidentes.

Falo de homens e mulheres, porque o problema não está no sexo.

João Lopes dos Reis, sócio 4671 do ACP"

4 comentários:

Unknown disse...

Caro amigo João,
infelizmente comungo da mesma opinião, há pessoas que pensam que tudo é deles e não respeitam nada nem ninguém, só quem anda na estrada vê a quantidade de asneiras e manobras perigosas que todos os dias são perigos iminentes, e que se delas resultarem acidentes podem mesmo ser fatais.

Beijinhos

A. João Soares disse...

Cara Ana Martins,
Vivemos num caos. Ninguém respeita nada nem ninguém, começando pelos deputados que nem respeitam o cargo que desempenham. As pessoas, por falta de civismo, olham apenas para o umbigo e pensam apenas nos seus interesses pessoais imediatos. A actual crise é fruto dessa mentalidade que não olha a meios para obter lucros e benefícios.
Como fazer para isto melhorar? Temos que ir fazendo tudo o que pudermos.
Beijos
João

Ana disse...

É bem verdade que o nível de civismo de cada um se reflecte na forma como se comporta atrás dum volante.
Por outro lado, não é menos verdade que também os peões deixam muitíssimo a desejar.
Ignoram as passadeiras, passam com o sinal vermelho, atravessam-se, inconscientemente à frente dos carros e quem puder que se aguente.
Ainda na semana passada um dos meus netos foi parar ao hospital com um pulso fracturado.
Motivo: uma jovem, a pensar na morte da bezerra, atravessou-se, inopinadamente, à frente da motoreta que ele conduzia.
A travagem inesperada fê-lo tombar sobre o braço, causando a lesão.
A culpada olhou o resultado da sua imprevidência e ainda disse: -"É pá, desculpa" - antes de se pôr a andar e desaparecer.
Nem perguntou se ele precisava de auxílio.
Parece-me que seria oportuna uma campanha insistente, dirigida aos peões.

Abraço

A. João Soares disse...

Querida Ana,
É como diz, o civismo é preciso em todas as pessoas sejam automobilistas, motociclistas ou peões, seja na estrada ou no restaurante ou nas filas dos transportes ou nos serviços. Impera o egoísmo e o total desprezo pelos outros, na generalidae das pesoas, mesmo ao ma9is «alto» nível.
Beijos
João