segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

José Sócrates insiste no investimento público

Artigo publicado no DN de hoje, de Susana Pinheiro

Crise. Primeiro-ministro diz que o País precisa da intervenção do Estado já.

O primeiro-ministro, José Sócrates, quer "reforçar o investimento público" para relançar a economia do País de modo a que as "dificuldades que vamos enfrentar possam ser ultrapassadas". Durante a assinatura do contrato de construção do novo Hospital de Braga, Sócrates afirmou que "além de estabilizar o sistema financeiro e de ajudar as empresas, o dever do Estado é fazer tudo o que estiver ao seu alcance para relançar o investimento público". O governante assegurou ter mesmo condições para o fazer.

O primeiro-ministro avisou que "o ano de 2009 vai ser muito exigente e muito difícil para todo o mundo", defendendo, por isso, que este "é o momento em que o País precisa do Estado e só o Estado o pode fazer". Mais, reforçou: "Este não é um momento em que o Estado fique sentado à espera que a crise passe." Tem, sim, o "dever de responder a esta situação", pois "nem as famílias nem as empresas podem ou têm condições para potenciar e elevar o investimento que é essencial para fazer face às dificuldades".

"É no próximo ano que vamos ter dificuldades e é, por isso, que nos devemos concentrar em 2009 e reforçar todos os investimentos públicos que pudermos." Sócrates crê mesmo que disso poderá depender a manutenção de emprego ou a actividade das empresas.

O governante relembrou ainda que Portugal terá este ano "o menor défice do Estado da democracia portuguesa" - 2,2%, sendo "um dos poucos países a cumprir o objectivo do défice".

Quanto à ajuda do Estado à banca, explicou que, sem ela, as consequências seriam terríveis para a nossa economia". E repetiu, uma vez mais, que o fez "não a pensar em banqueiros, mas nas famílias e empresas que precisam de ir ao banco e ter a certeza de que os bancos têm dinheiro para lhes emprestar".

NOTA de AJS: Palavras de grande interesse quer me apraz ler. Sem dúvida que o momento presente é de avançar. Os portugueses não podem nem devem ficar deitados na rede a «ouvir crescer o capim». É preciso investir, dinamizar, movimentar.

MAS, ATENÇÃO! Também não é altura para esbanjar recursos, sendo necessário decidir com sentido de Estado e seguir regras semelhantes às referidas no post Pensar antes de decidir. Há que evitar investimentos faraónicos, só porque sim. É preciso escolher os investimentos que contribuam, MESMO, para o desenvolvimento do pais isto é, para melhorar as condições de vida da população actual e futura, e evitar obras cujo rendimento não as justifique ou que gerem custos de manutenção que constituam pesado encargo para os futuros cidadãos.

O objectivo de criar emprego, só por si, não justifica obras faraónicas de reduzida utilidade. Para isso, é preferível pagar salários sem nada fazerem, porque isso não acarreta despesas futuras, com a manutenção de património de discutível rendibilidade sócio-económica.

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