Segundo notícia do DN, o «Bispo de Setúbal alerta para aumento da pobreza» D. Gilberto Canavarro dos Reis, em entrevista à Rádio Renascença, alertou, ontem, para o aumento de pobres no distrito e para o fenómeno de pobreza envergonhada que se observa na região. Denunciou, em particular, a situação de crianças que apenas fazem a refeição diária que é fornecida na escola e, se não esta refeição na escola, ficariam praticamente sem comer.
Também o bispo resignado de Setúbal, D. Manuel Martins, explica que, na região, o facto de a maioria da população trabalhar em grandes e pequenas industriais locais, auferir baixos salários e não ter outros recursos económicos faz com que sejam particularmente vulneráveis às flutuações da economia, constituindo a pobreza envergonhada que faz com que as pessoas arranjem estratagemas" para sobreviver e, muitas vezes, usam como estratagema "esconder as suas necessidades passando mal".
Também o Instituto Nacional de Estatística (INE) salienta as dificuldades dos mais pobres, 18% da população (cerca de um em cada cinco).
Também D. António Francisco dos Santos, bispo de Aveiro abordou o tema na mensagem natalícia: "Somos chamados a viver em tempo de crise económica e financeira, de empresas a fechar, de desemprego a aumentar, de posições extremadas entre pessoas e grupos, de diálogos interrompidos, de pobres a quem tudo falta, de gente sem pão, sem casa, sem trabalho" e sublinhou que a maior pobreza é a falta de esperança "já visível em tantos rostos tímidos e envergonhados".
Em oposição a imensos casos de penúria, de fome, muitas vezes envergonhada, há situações de esbanjamento, de ostentação, de consumismo aparatoso.
Famílias com dinheiro para pagar os luxos que o hotel oferece fazem que a «Noite de Natal em hotéis tem cada vez mais adeptos», embora o «Jantar de Natal num hotel pode custar 100€» por pessoa.
Estes casos de despesismo ostentoso encontram-se no pólo contrário ao espírito de um meu amigo que enviou uma mensagem deste teor: O que me dá mais prazer no Natal é poder ter à minha volta toda a família, num são ambiente de alegre convívio; desejo que o mesmo se passe com os meus amigos. O espírito de família, de fraternidade, solidariedade, paz e amor, em ambiente de simplicidade. E mesmo isto já seria muito para aqueles a quem os bispos se referem.
Aproveitemos esta época para reflectir nas injustiças sociais. Pensemos que muitos pobres o são porque não tiverem preparação para sair da penúria, falta-lhes formação para se poderem sustentar com o fruto do seu trabalho, careceram de forças para ultrapassar dificuldades imprevistas que lhes surgiram, foram vítimas de acidentes que os impossibilitaram de granjear sustento, etc., etc.
Obrigado, 25 de Abril
Há 2 horas
2 comentários:
A pobreza está presente em todos os lugares e em ritmo crescente.
Cadinho RoCo
Pela lei de Gauss, os pobres, tal como os ricos, deveriam ser minorias de um e outro lado na média mas, infelizmente, como diz, a pobreza está em expansão, por todo o lado, enquanto os ricos estão cada vez mais ricos. E há uma agravante que é a de em ambos os casos essa situação não se dever a haver mais ou menos mérito. Há pobres por razões que lhes são estranhas, azares da vida e há muitos ricos que o são por manigâncias que roçam pela ilegalidade e pela desonestidade.
Falta uma séria Justiça social que evite as desonestidades que levam ao enriquecimento ilegítimo e puna os abusos contra os desprotegidos que os levam à pobreza.
Esse é um papel dos Governos, mas a que eles não parecem sensíveis.
Abraços e votos de Boas Festas
João
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