sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Professores desmotivados

A vida de um País depende da eficiência do Ensino, da formação desde a mais tenra idade, da preparação para enfrentar as realidades profissionais, da entrega aos alunos de ferramentas válidas para interpretar a vida e tomar as melhores decisões em cada momento perante qualquer dificuldade.

Por isso, comungo o sentimento de Ferreira Fernandes perante as conclusões do inquérito que refere e lamento que o ministério da Educação não mostre capacidade para motivar os professores em benefício do Portugal de amanhã, pelo contrário, está a obter o efeito contrário, como o inquérito demonstra.

Vale a pena ler o pequeno mas significativo artigo:

A MAIS DRAMÁTICA DAS SONDAGENS
Ferreira Fernandes

O inquérito a professores foi feito a 1100 pessoas, um "universo", como se diz na linguagem das sondagens, que torna as conclusões credíveis. O inquérito foi organizado por uma entidade ligada à Federação Nacional dos Sindicatos da Educação que não deve regozijar-se com as conclusões, logo dando ainda maior credibilidade. E o que diz o inquérito? Que 75% mudavam de profissão se pudessem. Que 81%, se pudessem, pediam a aposentação. Que 26% voltariam a escolher a profissão de professores. Do inquérito - uma das mais dramáticas sondagens que já li sobre meu país - eu gostaria muito de acreditar, apesar dos considerandos, que ele é falso. Que três em quatro professores o sejam porque não se podem safar disso, é dramático. Que mais de quatro em cinco professores partiria já para a reforma, é dramático (considerando, o que não me parece abuso, que 81% dos professores não estão na véspera do seu 65.º aniversário). Não sei se é culpa do país, não sei se é culpa dos professores. Sei é que são conclusões desesperantes. E, já que estamos no fim da linha, só me apetece dizer: olá, 26% dos professores! Só vocês me interessam.

4 comentários:

Daniel Santos disse...

Difícil estar-se motivado quando um governo considerou uma classe inteira como inimigos públicos.

A. João Soares disse...

As causas estão aí. Mesmo que haja outros factores, a posição do ministério é predominante.
Que falta de senso desprestigiar uma profissão que é essencial ao País!!!
E assim se perde a confiança nos governantes, embora, eventualmente, possa haver alguns com competência!
Abraço
João

Anónimo disse...

Para Daniel Santos

Concordo consigo. Mas não sei se já reparou que todas as reformas que este (des)Governo faz, começam por aí. Pelo ataque às pessoas envolvidas. Hoje, de tão diabolizados que foram, não é politicamente correcto defender os professores, os militares, os farmacêuticos, os juízes, os polícias e por aí fora. Tudo para arranjar bodes expiatórios e cortar-lhes nos proventos.
"Estranhamente", não se atreve a atacar os jornalistas. Estes são uns santos que não têm culpa nenhuma da rebaldaria em que Portugal se tornou... Aqui há dias, a ministra da Saúde teve a lata de puxar as orelhas a um jornalista que tentou questionar a sua colega, ministra da Educação. Porque o dito cujo estava a faltar ao combinado.
Mais palavras para quê?

A. João Soares disse...

Caro Vouga,
Uma fotografia muito nítida da perseguição do governo aos funcionários de todos os sectores, com o fito de reduzir os gastos, mas estes não deixam de aumentar com a corte que enche os gabinetes ministeriais de instituições públicas. O conluio dos jornalistas é claramente visível e, daí, a importância da blogosfera e do correio electrónico. Mas, atenção, já estão a criar meios de poder controlar e penalizar a «má» utilização dos computadores. Mas não devemos perder a esperança e que a criatividade não para e as ditaduras acabam por cair, mesmo que se mantenham por muito tempo.
O Rober Mugabe que é o modelo de muitos dos nossos políticos há-de ser apeado e não durará muito.
Abraço
A. João Soares