segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Militares caladinhos

Até que enfim, os governantes se definem (embora com muitas indefinições!) sobre as suas preocupações em relação aos militares nos aspectos de ruído que, sempre se disse, é prejudicial ao ambiente, como repetem os lutadores ecologistas. Há que ter cuidado com os tubos de escape.

Nos quartéis, nas carreiras de tiro, o nível sonoro é demasiado elevado, sendo necessário baixá-lo, se possível, a zero. Acabem com os brados de alerta, com o brado de armas, com o funcionamento das carreiras de tiro, com as vozes de comando, com os clarins e corneteiros, com os aviões e helicópteros, tão incómodos com tanto volume sonoro.

Em vez de voz alta, segredem e sussurrem, respeitosamente, para os comandantes, não importa se eles são surdos devido aos antigos ruídos nas carreiras de tiro. Se eles não ouvirem não lhes faz falta porque eles também não devem falar, em obediência ao ministro e ao RDM que propõe.

Ouvi um dia que numa cerimónia numa unidade militar, com a presença do ministro, em que a banda só teve fífias, no fim do desfile o chefe da banda, em frente da tribuna, fez a continência com o melhor aprumo de aue foi capaz e disse. «Dá licença meu comandante. Para onde vamos e o que tocamos?» O comandante, com os fígados irritados e quase a deitar fumo, respondeu: «À m… e caladinhos».
Será que os militares têm feito tantas fífias que justifiquem o ministro responder-lhes: «… caladinhos!»?

E aos engenheiros militares que andam a fazer muito barulho com máquinas na construção de estradas no Cadaval recomenda-se que, em caso de dúvida, parem as máquinas antes de serem punidos por violarem a ordem de silêncio. Mas, se vos derem ordens ou repreensões em voz alta digam, em voz muito baixa, ao vosso superior que tenha cuidado porque está a violar a lei de silêncio dada pelo Governo.

Será este o primeiro passo positivo do Governo para entrar na Nova Era, com atitudes pacifistas de combate pelo ambiente e luta contra o ruído, além da destruição das Forças Armadas, um instrumento de morte dominado pelo Complexo Industrial Militar, culpado de todas as guerras pelo mundo. Aos militares que pensam que estou a exagerar com tanta ironia, peço desculpa.

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