Passava pouco das dez da manhã de hoje e descia, a pé, a avenida 25 de Abril a caminho da estação, à chuva, cada vez mais intensa. Nas antigas bombas de gasolina no cruzamento com a av Eng Adelino Amaro da Costa, parei à espera que a chuva abrandasse. Mas parecia que não valia a pena esperar porque o aspecto era de continuar sem grande alteração da pluviosidade, e retomei a caminhada.
Mas dali até ao cruzamento com a Avenida D. Pedro I (a mania de chamar avenidas às ruas para dar valor às localidades!), foi um inferno. Já há tempos, em cartas aos jornais, alertava a autarquia para a inexistência de sarjetas ou sumidouros neste troço da avenida. Pois hoje, mais do que de experiências anteriores, o caudal era muito intenso e o trânsito automóvel mais compacto e veloz. Cada carro lançava um leque de água que me atingia quase até à cintura, mesmo indo na parte mais externa do passeio e não é preciso gastar palavras sobre o estado em que fiquei.
Não tive dúvidas de que nem o Presidente da Câmara, nem os altos funcionários ligados às condições das ruas, algum dia por ali passaram, a pé, em dia de chuva. E sugiro, peço, ao senhor presidente que num dia de chuva experimente descer este troço da Avenida para se aperceber da situação dos peões. Mas como prezo a sua actuação e, portanto, a sua saúde para estar sempre disponível, aconselho a levar botas de borracha de pescador e um impermeável que chegue até meio do cano das botas, a afim de não ficar molhado como um pinto.
E permito-me recordar aos senhores técnicos da hidráulica urbana que a água continua teimosamente a obedecer à força da gravidade, correndo para baixo. E esta conclusão pode ser tirada junto às poucas sarjetas que se encontram fora daquele troço (onde primam pela ausência), onde se verifica que a água está empoçada a cerca de um metro da sarjeta ou, nas rampas, vemos a água a passar ao lado dos sumidouros, como se eles não existissem. É que estes não estão nos pontos mais baixos do piso da rua. E, quando isso acontece junto de paragens de autocarros, ou de passagens de peões, então as pessoas levam sucessivos duches enquanto esperam para avançar.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Sarjetas, chuva e técnicos de hidráulica
Posted by A. João Soares at 22:08
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
11 comentários:
não me parece que o presidente da câmara passe por esses lados...
A agua fria faz mal à saúde e ele sabe isso.
Caro David Santos,
Realmente parece que não. Por isso eu peço respeitosamente uma visita ao local e sugiro a protecção adequada!!!
Um abraço
João
Meu amigo, este relato, infelizmente, pode fazer-se a propósito de um extenso número de locais no país.
Desde a incompetente colocação das sarjetas até ao entupimento das mesmas, passando por um reduzido número de escoadouros, tudo se passa como se em Portugal nunca chovesse. E quando chove... é o que os desrespeitados passantes sentem!
Mais uma mau exemplo de exercício do poder.
Um grande abraço.
Caro Jorge,
É realmente um exemplo do mau exercício do poder, que demonstra também que a eficiência das instituições públicas é inversamente proporcional à quantidade de gente que nelas está inscrita na folha de pagamentos, mas que não têm bem definidas as tarefas que devem desempenhar nem existe uma «avaliação de desempenho» adequada. Afinal, quando falam em avaliação só pensam nos professores e esquecem que ela deve ser aplicada a todo o funcionário para ficar demonstrada a necessidade da sua função e o merecimento do seu salário.
Abraço
João
Lamento a molha apanhada!Espero que esteja já seco e quente!
Efectivamente, as sarjetas são em todas as localidades um problema. Quando cai a folha entopem, os fumadores alimentam-nas com curiscas dos cigarros...e não há pessoal suficiente na varredura das cidades, para poderem manter as sarjetas limpas.
Quanto à sua colocação,o melhor mesmo é os técnicos visitarem a(s) via(s) pública(s), em dias de chuva. Ainda são do tipo: "ver para crer".
Lamento!
Cara Luísa,
Muito obrigada pelo seu cuidado com a minha saúde e comodidade.
Uma sarjeta ou um sumidouro são muito facilmente inutilizados por folhas de árvore ou uma simples folha de papel. Mas o pior é não terem sido construídas numa grande extensão, dando origem a um autêntico rio com os efeitos agravados pela passagem de carros velozes e em quantidade.
Como o pessoal da Câmara ignora esta situação e como não lê este blogue, irei enviar na segunda-feira cópia do post.
Um abraço
A. João Soares
Beijo grande!
Ser+a melhor, pois estes técnicos são o melhor espelho da incompetência!
Cara Luísa,
Eles são portugueses, têm os defeitos generalizado nas nossas gentes. Com falta de rigor, desleixados. As sarjetas e os sumidouros, só cumprem a sua função se estiverem no sítio mais baixo, com menos cota, o que acontece com muito poucos, ou por erro de construção, ou porque o terreno à volta abateu e não foi reparado devidamente e com oportunidade.
Uma coisa a fazer para obnter informaçãio das necesidades de reparação seria pedir diariamente um relatório aos cantoneiros e aos policias que fazem a limpeza e a vigilância das ruas, Os populares também se devem habituar a «reclamar» isto é a avisar de que algo está mal. Mas preferem o «deixa andar».
Um abraço
A. João Soares
Recebi esta resposta do presidente da Câmara, enviada nos primeiros minutos de hoje.
«Agradeço o seu e.mail de 18 de Janeiro e os comentários que nos transmite sobre a falta de sarjetas e sumidouros na Av. 25 de Abril.
«Não deixarei de alertar os serviços competentes para a necessidade de intervir com urgência, sem embargo de termos consciência de que se trata de uma situação relativamente frequente no Concelho e, por isso, difícil de rectificar globalmente a curto prazo.»
Fiquei sensibilizado pela sua atenção em responder, por saber que trabalha até depois da meia-noite em assuntos da Câmara e pela sinceridade de confessar que é uma situação frequente no Concelho. Espero que os «serviços competentes» sejam tão diligentes como o seu presidente.
Muito obrigado Sr presidente
Respeitosos cumprimentos
A. João Soares
Caro João:
Acho que é de registar, pelo menos, a resposta que recebeu, tendo em conta que a generalidade das nossas reclamações costuma caír em saco roto.
Quanto ao remediar da situação já é outra conversa e mais difícil de se concretizar...
Mas, como o João costuma dizer, não podemos perder a esperança.
Daí que, quando menos o imaginar, poderá assistir ao início dos trabalhos. Oxalá.
Abraço
Cara Ana,
Houve um factor que concorreu para esta reacção rápida. Não enviei qualquer texto a não ser a informação da existência de um post em dois blogues onde já havia comentários (com os respectivos links) e pedia para ser levado ao conhecimento do presidente.
Os políticos têm muito «respeito» pelos blogues. E estou convicto de que vão dar atenção ao assunto. Já hoje vi que andam a fazer inspecções aos esgotos para evitar entupimentos, aqui nas imediações de minha casa. Até pode ser pura coincidência!
Um abraço
A. João Soares
Enviar um comentário