Os posts «Já estamos na nova Era» e «A sociedade está em mudança» originaram comentários, quer directamente no blogue quer por e-mail, que variaram desde o receio do termo ’revolução’ até à esperança optimista de uma purificação dos comportamentos que tragam uma vida mais pura, honesta e digna, aos vindouros.
Embora compreenda o tradicional receio de muita gente a qualquer perspectiva de mudança, temendo o pior, ou apenas pelo esforço de adaptação a novas maneiras de viver, tenho grande esperança de que a inteligência colectiva funcione no melhor sentido. Poderá não ser visível já, para a maioria das pessoas, mas dentro em pouco teremos sinais iniludíveis da boa mudança. E os mais atentos já os encontram na vida colectiva.
Com efeito, são bons sinais os seguintes:
O post «A convergência (união) faz a força» que se baseia no almoço-reunião do Presidente eleito dos EUA, com o actual ainda em exercício, e com os anteriores, independentemente dos respectivos partidos de origem, é um sinal de abertura, de democracia, no melhor sentido do seu significado original. Estando acima de tudo a defesa dos interesses do Estado, não deve haver cores a separar os esforços das pessoas que, pelo seu saber e experiência, melhor podem influenciar as soluções. A união, a convergência de esforços, é imprescindível, porque gera força, aumenta a eficácia.
Por cá, também se notam alterações nomeadamente no esforço para reduzir as imunidades mal interpretadas e abusivamente aproveitadas, diminuir os casos de impunidade, embora sejam frequentes as lamentações do mau funcionamento da justiça em vários aspectos, por deficiência das leis e acomodação dos juízes. Mas mesmo assim, também aí se notam sinais da evolução da sociedade, como indicam as notícias: «Governador investigado por acumulação de funções», «Câmara em risco de perder mais de metade dos eleitos». O Tribunal de Contas cuja actividade meritória tem pouca divulgação e desperta pouca atenção à vulgaridade da população é motivo das notícias «Tribunal de Contas chumba dois primeiros anos de Santana em Lisboa» e «Dívidas aumentaram com Santana Lopes». Também as finanças estão a apontar os óculos para os gestores públicos, até agora imunes e impunes, como mostra a notícia «Gestores públicos locais na mira da Inspecção-Geral das Finanças». O caso da Gebalis, muito falado há poucos dias, bem como a casa social da Câmara de Lisboa ocupada por Isabel Soares durante quase duas décadas também são casos sintomáticos.
E, se Portugal não souber ou não quiser sanear os seus processos de gestão dos dinheiros públicos, a União Europeia mostra-se atenta como se deduz da notícia «Ajuste directo nas obras públicas é um risco e vai irritar Bruxelas»
Enfim, há vários indícios de que os posts atrás referidos não são tão utópicos como alguns pensam. O mundo vai melhorar para as novas gerações e estas, como as principais beneficiadas, mostram estar atentas e interessadas na recuperação de valores que ultimamente têm sido desprezados e deram lugar à competição selvagem a ver quem enriquece mais depressa e mais habilidosamente.
É preciso que as vozes que são ouvidas e, portanto, os blogs, apontem de forma estimulante os sinais positivos que vão surgindo. Dessa forma, o percurso será mais curto por o progresso ser mais rápido.
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