quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Aumentar a «malhação» na «campanha negra»

Augusto Santos Silva tem razão: é preciso «malhar» na «campanha negra», pois há mancomunação entre pessoas de todo o leque político nacional, inclusivamente de dentro do PS. Isto é um escândalo que exige muita malhação!!! Não desista caro professor Augusto, continue a «malhar» neles em força!!!

Segundo Baptista Bastos no artigo do DN «O discurso do nada», «a vitória de Sócrates é a metáfora do eucalipto: ele seca tudo à sua volta e conduz o partido como muito bem entende. A percentagem de 96,43 por cento dos votos não reflecte, em boa verdade, a imagem que o PS deseja expor. O PS dispõe de cerca de 73 mil militantes, mas apenas 29 mil votaram, por terem as quotas em dia. Há um manifesto desinteresse dos socialistas pelo destino do partido em que militam». «O PS é a imagem devolvida do País: desencanto, aborrecimento, ausência de convicções, desmotivação. São os próprios princípios que estão em causa». «E José Sócrates não vive em autismo, não se move num universo virtual: simplesmente não sabe como resolver os inúmeros problemas da sociedade portuguesa». «Os temas exclusivos que, no congresso, suscitaram o seu interesse, são indicadores do seu oportunismo ou da sua incompetência. Esqueceu o desemprego, o desajuste entre a realidade pungente, na qual estamos mergulhados, e a mudança das instituições; a falência dos bancos, a corrupção e a própria questão da liberdade. Sócrates tinha opções: não as tomou ou não as quis tomar». «Desconhecemos o que José Sócrates pensa da exaustão portuguesa, sovada pela agressividade das leis que promoveu e fez promulgar. Não sabemos dos seus projectos para Portugal, sobre o qual nos é inculcada a ideia de que materialmente não tem futuro». «Parece que o secretário-geral do PS e primeiro-ministro somente obedece a forças cegas e brutais, impostas e garantidas pelos grandes interesses, que sobrepuseram o económico ao político. Apesar de tudo, presumi, um pouco ingenuamente, que José Sócrates iria inflectir o discurso para outros perímetros».

Segundo Vasco Graça Moura no artigo do DN «O feirante» «os factos vinham dar-lhe [a Manuela F Leite] carradas de razão e pôr à mostra quer o falhanço escandaloso das políticas do Governo, quer a batota sistemática por ele praticada!». «O Governo está a seguir um caminho completamente errado para fazer face à crise… regouga uns apartes sem conteúdo real, manda umas bocas idiotas em arremedo de resposta e não se atreve a discutir em concreto um só ponto». A sua orientação «consiste em anunciar o despejo à toa de baldes de dinheiro em cima de alguns problemas, sem qualquer critério seguro e só para que os papalvos acreditem piamente que estão a ser tomadas medidas eficazes contra a crise». «Vive da pantomina e da trapalhice. Redundará no favorecimento de jogadas, improvisos, descoordenações e compadrios e no empobrecimento de um país que já está pelas ruas da amargura, sem resolver nenhum problema de fundo .»
"Enquanto o Governo continuar a atirar para todos os lados, sem uma linha de orientação certa, os resultados são os que estão à vista: falências todos os dias, o desemprego a aumentar e as empresas cada vez mais endividadas." Ora, como ela disse também, "as empresas estão com problemas de tesouraria, precisam de sobreviver e isso não se resolve oferecendo mais crédito para se endividarem". « Só percebe uma coisa: tem de fazer muito barulho, de gesticular muito e de levantar muita poeira para ver se as pessoas não percebem…». «Fica bem à vista a que ponto Sócrates sabe pouco, é muito incompetente, não tem uma visão clara dos problemas, baralha tudo e cede a uma propensão fatal para vendedor de feira».

No artigo do Público «Edmundo Pedro ameaça abandonar o PS em caso de coligação pós-eleitorial» é afirmado que «o histórico militante socialista Edmundo Pedro afirma que está preparado para abandonar o partido». Este fundador do PS «afirmou ainda que o casamento homossexual, uma das apostas da moção de Sócrates ao congresso que o líder socialista ganhou este fim-de-semana, é uma aposta errada, falando mesmo de “um erro político”». «Para o histórico socialista, há outras prioridades no país e refere ainda que este tema do casamento gay não é consensual no seio do partido». «Denunciou, numa reunião de militantes, em Lisboa, que há medo dentro do partido, voltou ainda a enfatizar a sua opinião sobre esta matéria: o medo existe e faz-se sentir na rede clientelar que gira em torno do partido, afirmou».

Segundo o artigo “Há tradição de abdicação cívica”, o deputado do PS Manuel Alegre voltou a enviar recados internos ao seu partido ao afirmar que a resposta à actual crise económica deverá passar por "homens de nervos de aço e grande estatura ideológica", reconhecendo que no País "há uma tradição de abdicação cívica, para não falar de cobardia". Disse «que é 'membro do PS', e referiu que em Portugal 'ninguém manda calar ninguém'».

No artigo do DN «Homens sem reino» consta «Para que o embaraço continue, o ministro Santos Silva desencadeia novo alvoroço no partido, já de si tão ausente de convicções quanto repleto de oportunistas. Lembremo-nos de que o PS não pertence, apenas, ao "arco do poder": é uma agência de empregos, tal como o PSD. O conflito com Manuel Alegre resulta de um acto de má educação, infelizmente comum ao ministro dos Assuntos Parlamentares. Porém, a peça mais relevante deste berbicacho é um artigo do eng. Henrique Neto, publicado no Jornal de Leiria. O conhecido empresário socialista reafirma, claramente, que vivemos na indiferença porque o medo está presente e a presença do medo dá azo à resignação».

Num programa televisivo ouvi o ex bastonário da Ordem dos Advogados, Dr. Pires de Lima, dizer que o PM, para demonstrar a sua inocência no caso Freeport, não necessitava de se irritar nem gritar, nem mandar ministros repetir os mesmos slogans, sendo mais eficaz comunicar ao MP todos os haveres, ao que podia ser dada toda a publicidade e que, se algo houvesse de estranho que não pudesse ter sido adquirido por processos legítimos, o ofereceria à Santa Casa da Misericórdia. Isso evidenciaria a sua craveira moral recuperaria a confiança da Nação e daria mais votos.

Em conclusão, o Sr ministro Santos Silva deve aumentar a intensidade da «malhação» na «campanha negra», começando pelos 44.000 militantes que não estiveram para pagar as quotas porque não tiveram interesse em votar no Secretário Geral, e indo por aí fora, através do partido e chegando a todos os quadrantes em que haja homens sem medo. Depois será mais fácil governar Portugal, porque haverá poucos habitantes, algo menos de 29000 e serão, pragmaticamente submissos.

2 comentários:

Amaral disse...

João
Esse ministro devia malhar sim, mas sem tendencialismos. Ver e assumir o que está mal, quer seja no seu partido quer seja no governo e não dizer mal e deitar as culpas só para os outros.
Abraço

A. João Soares disse...

Amaral,
Fala muito bem, mas ele não abre a boca para fazer uma análise imparcial. Não se pode esperar isso dele. Quando fala, faz propaganda e só salienta os eventuais factos positivos e, como isso lhe ocuparia pouco tempo, tem de desfazer nos outros.
Mas esquece-se que os outros não juraram cumprir lealmente as funções de governantes e ele jurou, bem como todos os membros do Governo.
O povo pode estar descontente com as perspectivas que a oposição oferece, mas deve pedir contas ao Governo, deve criticar o Governo quando erra. O Governo é o mandatário dos eleitores que acreditaram nas promessas eleitorais e no programa de Governo. E não é preciso dizer mais.
Abraço
João Soares