Transcrição de artigo do Público seguida de NOTA.
Pais preocupados com dados do Ministério Público sobre violência escolar
Público. 23.02.2009 - 19h58 Lusa
Lisboa é a região onde há mais inquéritos
As associações de pais de Lisboa consideram "preocupantes" os dados hoje divulgados pelo Ministério Público que demonstram que Lisboa é a região onde há mais inquéritos relacionados com casos de violência escolar: cerca de 111 em 2008. Isidoro Roque, presidente da Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais (FERLAP), considera "preocupante a quantidade de processos-crime relativos a violência em ambiente escolar", defendendo a urgência no combate à violência nas escolas.
"Problemas há muitos, mas poucas soluções", argumenta Isidoro Roque numa nota, alertando para a falta de medidas aplicadas nesta matéria. O presidente da Confederação das Associações de Pais (Confap), Albino Almeida, considera igualmente "inaceitável e lamentável" que estes problemas continuem a proliferar nas escolas.
"As escolas devem impor-se naquelas que são questões de comportamentos desviantes, combatendo-as através dor órgãos necessários", defendeu. Segundo Albino Almeida é necessário e urgente, no sentido de se resolver os problemas de indisciplina, analisar cada escola, porque cada caso é um caso, e auferir as condições reunidas para combater estas situações
Já a Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) defende, em comunicado, a necessidade de serem criados gabinetes de apoio à integração dos alunos nas escolas, mais profissionais auxiliares para os estabelecimentos de ensino de maior risco, mas também o reforço do programa Escola Segura, da PSP.
NOTA: É curioso que os pais dos estudantes tivessem ficado surpreendidos com as notícias divulgadas pelo MP. Se estivessem atentos à vida dos filhos e conversassem com eles saberiam melhor e mais oportunamente do que o MP o ambiente nas escolas e suas imediações. Depois também é curioso que proponham mais PSP a reprimir os seus filhos e os colegas. Já não lhes basta exigirem que os professores façam aquilo que em casa devia ter sido feito desde os primeiros vagidos e continuar a ser feito até à maior idade, para agora também quererem que seja a policia a suprir a incapacidade de pais e familiares na sua função de educadores de educadores. E, espantosamente, não há no comunicado dos pais uma palavra a salientar a necessidade de mais atenção por parte dos pais! Ou o jornal não referiu essa preocupação dos encarregados de educação!
Também teria sido bom que o MP tivesse divulgado mais cedo os dados que possui, a fim de despertar as atenções para um fenómeno que dificulta a eficiência do ensino e da formação dos cidadãos de amanhã.
Curioso também é que isto vem realçar o ridículo da D. Margarida Moreira da DREN ao classificar de «brincadeira de mau gosto» a cena tornada pública de ameaça com murros e arma de fogo a uma professora, como é referido no post «Brincadeira de mau gosto». Com tal expressão aquela senhora, presume-se que involuntariamente, estimula tais desacatos.
Da série: As falsificações da direita
Há 48 minutos
6 comentários:
Caro amigo. É a educação que queremos ter : " a escola guarda os filhos pois não temos tempo para eles! Os professores educam o que queremos e não o que devem ! "
Abraço
Caro Tijoão,
E o mais grave é que, em época em que se critica a polícia, os pais exigem que seja ela a manter na ordem os meninos que os pais não souberam educar. Para não variar, as associações de pais referidas são como os políticos que só olham para o umbigo e ignoram totalmente as realidades. Provavelmente nenhum deles quer acreditar que são os seus filhos que se comportam mal.
Será que pensam que os malandros que agridem os professores nas salas de aula são extra-terrestres? Serão dos antípodas? Serão intrometidos sem conhecerem os amigos estudantes?
Como reagirão os pais se um filho seu for admoestado de forma convincente por um polícia?
Claro que têm do seu lado a ainda dona da DREN que acha que isso não passa de «brincadeira de mau gosto».
Abraço
João Soares
Segue abaixo o texto na integra do Presidente da FERLAP, não me parece que fale em policia. Aproveito para lembrar que há Pais que falam com os filhos e vivem os seus problemas.
"O Presidente da FERLAP considera preocupante a quantidade de processos-crime relativos a violência em ambiente escolar, pensa no entanto que a divulgação dos mesmos é necessária, no sentido em que deve levar a uma reflexão (de todos os intervenientes na vida escolar) sobre o que tem levado ao aumento da violência nas Escolas.
Isidoro Roque considera que é urgente o combate à violência na Escola, a Escola não pode ser vista como um reflexo do que se passa na rua. É nas Escolas que se formam os Homens de amanhã, se Escola permitir o que a violência se instale, o futuro não se nos apresenta muito risonho.
Problemas há muitos e na grande maioria identificados. Soluções, até agora nenhuma, continua-se a insistir na mesma fórmula de sempre, a mesma que tem permitido o incremento da violência.
As soluções passam muito provavelmente por alterarmos a forma como vemos a Escola.
Caro Isidoro Roque,
Obrigado pela atenção de fornecer o texto na integra do Presidente da FERLAP.
O meu post referia-se a um artigo do Público, com o respectivo link em que se diz:
«Já a Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) defende, em comunicado, a necessidade de serem criados gabinetes de apoio à integração dos alunos nas escolas, mais profissionais auxiliares para os estabelecimentos de ensino de maior risco, mas também o reforço do programa Escola Segura, da PSP.»
Portanto, a referência à Polícia não foi invenção minha. Sem dúvida, que há pais que falam com os filhos e nem outra coisa seria de esperar. Há pais exemplares e filhos que o são também. Mas, o que é grave, é que há pais que não o fazem nem sabem fazê-lo e parece serem muitos.
Além do reforço da acção da PSP, há também quem já sugira o recurso a reformados para manterem a ordem nas escolas, o que é duplamente caricato e, por esse andar pode chegar-se a seguranças ou milícias populares! Há muitos pais de alunos que evitam o contacto dos filhos com os avós por estes, sendo idosos, terem ideias obsoletas que prejudicam o desenvolvimento moderno dos netos!!! Por outro lado contratar reformados, que foram afastados do trabalho pela idade, ou para dar emprego aos mais novos, é uma incoerência numa altura em que se luta contra o desemprego.
A Escola, como tudo, depende da educação geral dos portugueses, e sofre com a falta de respeito pelos valores éticos, pelo civismo. Esse comportamento geral dos portugueses, depende da forma como forem formadas as crianças desde a primeira mamada, com a influência positiva dos pais e familiares e, depois, pelas creches e escolas. Mas ultimamente gerou-se uma noção que está a dar maus frutos, que é preciso deixar a criança crescer naturalmente como uma erva espontânea que não é podada nem aparada, selvagem.
Muitos pais não permitem que um professor faça uma advertência ao seu filho, mas eles também não o educam.
Não há soluções de catálogo, nem por decreto, enquanto a estupidez estiver tão enraizada em muitas mentes. Como começar? por onde iniciar a desenhar-se a futura sociedade, aquela que é desejada para os homens de amanhã? Estes estão a herdar um ambiente irrespirável legado pelos seus ascendentes.
Cumprimentos
A. João Soares
(Não me lembro se já lhe enviei este comentário, se assim é peço que me desculpe por repetiti-lo)
Há alguns anos a violência das "crianças" era devida aos livros de banda desenhada violenta, depois a culpa passou para os filmes violentos, sendo agora os jogos de computador violentos os responsáveis. Enquanto se procurava descobrir os motivos da mudança de atitude das "crianças", crescia nestas a indisciplina e a violência.
A verdade é que as actuais formas de educação estão erradas: "está tudo de pernas para o ar". Os professores estão hoje impedidos de castigar fisicamente os alunos, mas não só: os próprios pais estão hoje sujeitos a duras penas se o fizerem em muitos países, incluindo em Portugal, por isso começou já a dar-se uma inversão em termos de autoridade que passou dos professores para os alunos e até dos pais para os filhos. Por isso não é de espantar que os professores tenham muita dificuldade em manter a ordem na sala de aula e por vezes nem o consigam, chegando até a ser severamente agredidos por alguns alunos. Começam também a surgir casos de pais que são duramente castigados pelos filhos quando não lhes satisfazem os caprichos, o que chega a acontecer em público, tendo sido já mostrado na televisão. Isto prova que os actuais conceitos de educação estão errados, por isso as ideias que agora dominam, de não aplicar quaisquer castigos físicos em quaisquer circunstâncias, terão que mudar. O Governo Português também não os admite por serem condenados pelo ocidente e pela EU, onde as mudanças terão que ocorrer primeiro. Portugal nisto, como noutras coisas seguira depois a onda (boa ou má). Há países em que o problema é até mais grave do que por cá, por isso, em breve, deverão chegar à conclusão que algo tem que mudar e alguns castigos físicos terão que ser repostos pelos pais e até pelos professores, sob pena de estarmos a criar cada vez mais pessoas inúteis que nunca se adaptarão a cumprir nem ordens, nem horários, nem quaisquer outras regras, e que viverão sempre à custa dos outros porque é mais fácil. Aliás, foram habituados desde sempre a fazer apenas o que lhes dá prazer e na vida real isso não é bem assim, por isso lembro o ditado: “de pequenino é que se torce o pepino”...
Os castigos físicos eram bem tolerados pelas anteriores gerações de pais e no futuro voltarão a sê-lo porque compreenderão a necessidade de ser dada autoridade aos professores para castigarem os alunos mal comportados, inclusivé para a protecção dos seus filhos que são as primeiras vítimas dos colegas delinquentes, porque actualmente nem os funcionários nem os professores têm meios de os proteger, sob pena de serem eles próprios acusados de bater nas "crianças".
Há até um abuso de linguagem ao se apelidar de "crianças" a todos os jovens de menor idade. Até parece que a inteligência e a capacidade de distinguir o bem do mal chega na noite em que completam dezasseis anos. Mas uma “criança” de três anos terá a mesma capacidade de entendimento de uma de uma outra treze? Agora já não temos um vocábulo que as distinga a não ser que continuemos a chamar “bebé” à de três anos, o que também não me parece correcto! Fazendo um esforço para compreender a extensão do termo “criança” a todos os rapazes e raparigas apenas concluo que é apenas para menosprezar o aumento da delinquência e da criminalidade nas camadas jovens, porque sendo praticada por crianças não se lhes dá tanta importância.
Afinal nem tudo é mau porque a maioria das crianças continua bem comportada e não necessita de tareia, mas o facto de saberem que podem ser castigadas é só por si um desincentivo ao mau comportamento. Tal qual os adultos que cumprem as leis porque sabem que de contrário podem ser punidos, e quanto maior for a punição maior é o cuidado.
É claro que quando apoio os castigos físicos em casa e nas escolas me refiro apenas até cerca dos dez ou doze anos, o que deverá ser suficiente para socializar o aluno, mas, se não for, os jovens em causa deverão ser encaminhados para casas de "correcção" (ou outro nome que julguem mais conveniente) onde, com apoio psicológico, sejam habituados compulsivamente a cumprir regras, como: levantar, comer e deitar a hora certa e tratarem eles próprios das suas necessidades pessoais, aí as actividades de lazer deverão ser permitidas mas canceladas em caso de mau comportamento.
Cumprimentos
Zé da Burra o Alentejano
Caro Zé da Burra,
Claro que estou convencido de que os castigos físicos que defende, são «didácticos», proporcionais às necessidades e não a exteriorização de azedume interno e raiva feroz!!!
Certament6e, isso virá a ser necessário para inverter a actual tendência, mas logo que a disciplina escolar for restabelecida com o devido respeito pelos professores e pessoal auxiliar, bastará uma palavra para evitar desacatos.
há mais de seis décadas, os professores eram respeitados e não havia necessidade de castigos físicos nem de o professor elevar a voz.
Não há dúvida de que é preciso inverter a tendência, a começar pelos pais. A sociedade está muito degradada. Espero não ser preciso esperar que a China se torne a maior potência e domina o mundo.
Abraço
João Soares
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