Ao fim de muitos meses de desperdício de recursos, em tempo perdido, custos de viagens de professores e desmotivação de professores, de alunos e de pais e perda de confiança dos portugueses na competência dos seus governantes, o Grupo parlamentar do PS admite que algumas medidas de política educativa do Governo "não correram muito bem", como diz o título de notícia do Público.
Esta confissão de fracasso tem mérito, mas mais teria se tivesse sido feita logo que os professores manifestaram o seu justificado mal-estar. E mais ainda teria se tivesse sido evitado. Como foi possível cometer tais erros e teimar em não dar o braço a torcer? Qual a colaboração dada pelos inúmeros assessores que enxameiam as alcatifas dos gabinetes? Porque não preparam as decisões segundo métodos muito experimentados do género do sugerido em pensar antes de decidir?
Outro erro de decisão foi a negociata, sem concurso público, sem supervisão, sem controlo, nem do material nem do software do Magalhães que, agora, só agora, é descoberto que está escrito em «magalhanês», em vez de o ser em língua viva de Portugal ou de um País civilizado. Têm aqui cabimento as perguntas acerca do papel dos assessores que pesam no orçamento do Estado e seria suposto que apoiariam os seus chefes na obtenção de um grau de excelência elevado. Os erros referidos na notícia Empresa responsável por software com erros instalado no Magalhães reconhece "falha humana", apesar de a empresa os querer branquear, são indesculpáveis e evidenciam incompetência, desleixo e falta de dedicação na execução das tarefas que são confiadas aos mais altos funcionários do ministério.
Nenhuma pessoa consciente gostaria de estar na pele da ministra quando for ao Parlamento responder perante os deputados, como o PSD está a pedir, segundo a notícia "Magalhães": PSD chama ministra ao Parlamento.
Como foi dito por várias pessoas esclarecidas, não se pode esperar milagres do Magalhães, porque primeiro há que ensinar as crianças a ler, escrever e contar, e, só depois, o computador constitui uma ferramenta potenciadora das capacidades já adquiridas, poupando o esforço de pesquisa e de elaboração de trabalhos. Este factor multiplicador de capacidades só funciona se não estiver eivado de erros que vão destruir o que de bom se aprendeu antes, como tem acontecido com as graves gralhas do software que os assessores não detectaram nem corrigiram a tempo. Uma vergonha. E assim se desperdiçam recursos públicos e se atrasa a aprendizagem das crianças e se dificulta a criação de confiança num símbolo de modernidade.
Mas como se pode esperar que o ensino funcione com nível de «excelência» se , como diz a notícia Portas acusa directora regional de Educação do Norte de não saber escrever. Segundo a notícia, a directora regional de Educação do Norte, Margarida Moreira, a «malhadora» que fez a vida dura ao professor Fernando Charrua, mostrou não saber escrever, ao redigir um e-mail que enviou à presidente do conselho executivo do agrupamento de escolas Território Educativo de Coura. Esta é mais uma ‘gafe’ a acrescentar aos erros de português do Magalhães.
"Quando uma directora regional que tem a obrigação de se relacionar com milhares de escolas, que tem a tutela de dezenas de milhares de professores não sabe escrever português, como se pode pedir depois aos jovens que saibam escrever, ler e entender correctamente a língua de Camões", perguntou o líder do CDS/PP.
Boas-Festas
Há 18 minutos
7 comentários:
Estimadíssimo A.JoãoSoares,
tendo uma filha no 1.ºano, do 1.º ciclo, numa escola pública, aguardo calmamente a chegada do tão famoso "Magalhães". Tenho vindo a reparar que o famoso instrumento de trabalho, está a ser netregue, numa primeira fase, aos meninos com escalão A (acho que é assim), a quem é oferecido!Depois virão para os de escalão B, qe pagarão 50% do portátil, seguindo-se os do escalão C, que o terão por 50€. Ou seja, está a chegar em primeiro lugar para os meninos que nunca sonharam ter um computador,que ainda não sabem escrever e que vão adorar aprender a escrever tal e qual como falam!
Aprendem logo mal! Será um desafio,mais tarde, alguém atrever-se a "emendar-los"!
Muito sinceramente? Sem comentários!
Andamos a brincar às escolinhas desenvolvidas...Estamos a olhar para os "magalhães" mas esquecemos de ver os seus utilizadores!
Alguns ainda passam fome, não têm colchão nas camas, não sorriem, não brilham e não dão motivação de bom desempenho nem ao professor nem à turma!Mas têm um portátil!
Uma triste realidade a do Magalhães.Com ou sem erros, uma falsa partida!
Cara Luísa,
É confrangedora a forma primária, por mera intuição, como se tomam decisões, sem uma preparação adequada sem um concurso público com um caderno de encargos bem organizado. Depois fica-se com ideia de negociatas com benefícios para alguém não identificado. As suspeitas, fruto da transparência da gestão do dinheiro público, são inevitáveis.
Depois ficam as interrogações sobre o papel dos assessores, pagos como altos funcionários no topo da carreira, mas que não conseguem evitar erros graves e os recuos daí resultantes.
Há quem diga, com lógica, que se trata de emprego para incompetentes sem capacidade para sobreviver na competição da vida privada. E, senhores de muito poder de influência, são um incentivo para a corrupção e o enriquecimento ilegítimo, tudo à custa dos nossos impostos.
Os gabinetes de consultoria, são coisa idêntica, até porque os contratos de pareceres são apresentados para pedir a justificação de decisões já tomadas. Não devemos esquecer os milhões gastos em estudos sobre os benefícios do aeroporto na Ota, que depois se veio a concluir que só tinha inconvenientes e o Governo acabou por decidir mudar para Alcochete!!!!
E uma pergunta: quem ganhou com as negociatas de compra do Magalhães e de obtenção do software aos amigalhaços? Qual a razão de não ter havido concurso público? Quem beneficiou com esses contratos por baixo da mesa?
Depois armam em damas violadas queixando-se de «campanhas negras». Porque não passam a fazer as coisas com transparência, à luz do dia???
Podem ser muito honestos, mas estão com azar porque os sinais são de sinal contrário.
Abraço
João Soares
E são eles os pais do Código de Contratação Pública! Esqueceram-se dos seus ensinamentos! Esses ficam para os parolos que têm que dar o litro para poder comprar equipamentos de protecção individual para jardineiros, dando cumprimento a todas a orientações impositivas da lei!
Ora bolas, Sr. Ministro!
Faça-se respeitar e deixe de se armar em vitima.
Hoje ouvi nas notícias novas descobertas cientificas de investigadores portugueses.Não apanhei a notícia toda, mas pareceu-me que falavam da descoberta de uma célula que poderá inibir o cancro. Não há notícias, senhor promotor dos craneos da investigação nacional?
João
Esta "trapalhada" (?) do Magalhães é mais uma. Quiseram apresentar à grande e à francesa o Magalhães, mas parece que o tiro lhes saiu ao lado.
Este é mais um dos exemplos da política deste ME que quer acabar com o ensino de qualidade em Portugal.
Mal vai o país que não se governa nem se quer deixar governar. E pior vai quando uma franja de pseudo intelectoditadores que malhar nos outros.
Boa semana
Abraço
Cara Luísa e caro Amaral,
Podem ser grande intelectuais, mas os resultados das suas lucubrações demonstra muita incompetência, falta de sentido de Estado e de sentido da responsabilidade, quer no que toca à gestão de dinheiros públicos, quer quanto ao papel do ensino na formação de futuros cidadãos, que deverão ser mais eficientes do que as azémolas que hoje se assumem como tendo o direito de impor aos portugueses soluções erradas, como se vê diariamente.
Abraços
João Soares
Semper Fidelis
Ai não? Quem diria?
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